domingo, 18 de fevereiro de 2018

Yara Andrade
















Essa matéria com Yara Andrade é de 1988, revista Interview, texto de Michael Koellreuter e fotos de Paulo Sabugosa
Das muitas revistas que eu tinha, selecionei várias matérias que me interessaram por um motivo ou por outro e joguei o resto fora, pois haja espaço pra guardar papel, as minhas queridas revistas velhas. Moro quase sempre em apartamentos pequenos - "infelizmente sou da classe média", como diz os versos da canção de Lamartine Babo - nada que se compare a essa apê magnífico de Yara Andrade onde eu teria, é claro, espaço de sobra pra estocar muito papel velho. Mas...
O que me fez guardar mesmo esta matéria, foi o fato de eu saber que a d. Yara foi a grande amiga de Carmen Mayrink Veiga por anos a fio. Desde o final dos anos 70 que via nas revistas e jornais as duas empencadas, lindas, elegantérrimas, felizes e aos risos pelo Brasil e pelo mundo. Acho que as duas se afinaram ou se afinavam em muitas coisa. Carmen era amiga de todas, estava sempre com muitas amigas, mas, com Yara parece que a amizade era diferente, tipo duas irmãs e daquelas que realmente se gostam.
Na época da doença e da morte de Guilherme Guimarães, li, em Hilde - só poderia ser lá - que d. Yara foi a amiga que ficou ao seu lado até o fim e que Carmen, outra grande amiga e musa do costureiro lhe fornecia alimentação! A dupla feliz Carmen/Yara, na doença do amigo souberam também se unir e serem presentes e solidárias. Achei isso mais que legal. Corretíssimo.
Não sei se Yara Andrade chegou a ser musa do grande costureiro brasileiro Guilherme Guimarães como foram Carmen Mayrink Veiga, Christiana Neves da Rocha e Tonia Carrero, mas que Yara Andrade foi uma fada para ele, isto ela foi!
Abaixo, algumas fotos de Yara Andrade com a amiga Carmen que eu já tinha postado aqui no blog.









E o trio mais que elegante: Josephina Jordan, Carmen Mayrink Veiga e Yara Andrade.


Salvador Oca



Salvei essa foto que saiu no Correio da Bahia, 16.02.2017, porque fiquei surpreso com o corredor de casas ocas, esqueletos do que já foi uma fileira de casas - sete - geminadas que deviam formar um quarteirão e ficam em frente a entrada do Elevador do Pilar na parte baixa. Pela foto dá pra ver que elas ficam na parte de trás de um grande trapiche que hoje serve de estacionamento e, às vezes, se presta para espaço de eventos.
Nessa zona da cidade que fica no comércio, na Cidade Baixa, ficava a antiga Receita Federal que, ao mudar de local, diminuiu em muito a circulação de gente por ali. O Mercado do Ouro e a Igreja do Pilar também estão na região que um lugar que abriga comércio que vende a grosso, atacado, frigoríficos, ou seja, é um local geralmente sem grande movimento. 
A Igreja do Pilar foi totalmente restaurada e está linda e nos trinques, mas o movimento dela fica restrito às missas nos domingos e na festa de Santa Luzia em dezembro quando há a novena, a procissão e a parte profana da festa. A fonte de Santa Luzia com a água santa que corre no terreno da igreja atrai pessoas doentes dos olhos ao local e sempre há essa movimentação dos fies. 
Mas o local é meio pro ermo, meio pro deserto e parado. Eu raríssimamente vou ali e, até hoje, não visitei a igreja pós restauro. É daqueles lugares "que se tem que decretar para ir", "tomar coragem" e tirar um dia para levar a visita adiante.
Fiquei espantado com os paredões ocos de casas que outrora, e põe outrora nisso, deveria ser de casas comerciais que, pela pela falta de fregueses e do pouco movimento, foram fechando, terminaram desabando e hoje estão desse jeito, ocas, hirtas por fora, "seguras por deus", só com as paredes externas e sem serventia e sem, talvez, um projeto de revitalização de uso, reuso etc. etc. 
Fico nos etc. pois Salvador está cheia desses esqueletos da arquitetura urbana.
É triste.


O trapiche que fica na frente da rua no comércio, cidade baixa. As "ocas" ficam atrás.


A entrada do Elevador do Pilar pela entrada do bairro de Santo Antonio, cidade alta.