quinta-feira, 6 de agosto de 2015

Avante! . Recitativo e Discurso da Professora Maria Luiza de Sousa Alves . Bahia . 1924


Folhas soltas de um livro compradas na antiga Graúna, livraria e sebo que havia em Salvador.
Os "restos" valeu por tudo. Pelo discurso inflamado da conhecida professora da antiga Escola Normal da Bahia, o lindo poema Avante! e o "clichê" do espetacular casarão onde funcionava a escola.
Avante! Aliás, voltemos a 1924!












Prédio da antiga Escola Normal da Bahia, depois Faculdade de Filosofia e Instituto de Letras da Ufba. 
Depois de um incêndio, o casarão ficou oco e, de pé, só restaram a fachada e paredes laterais. Ainda bem!!! Ainda bem que não demoliram!!!
Quando eu estudei lá, um dos adornos da fachada, um pedaço, caiu sobre a cabeça de uma colega que, por pouco, não morreu.
Depois desse acontecimento, o Instituto ficou ocupando prédios do entorno e os alunos nômades, até ser construído o novo Instituto de Letras em Ondina.
Continuando: o prédio ficou desocupado. Veio o incêndio e depois a restauração do que restou e hoje abriga o Ministério Público.
Lembro que, na entrada, tinha um salão em mármore preto e branco, em xadrez. Salão enorme, onde ficávamos antes de ir para as salas. Ao fundo, uma escandalosamente linda escada de madeira de lei de degraus enormes e largos dando para os 1 e 2 pavimentos. Um arraso! Infelizmente, é claro, ela desapareceu no fogo. Virou "calvão." 
Mas, o magnífico casarão está lá!



O livro, antes de se tornar trapo, depois reaproveitado e reciclado aqui no Antiguinho, pertenceu à Faculdade de Filosofia da Bahia.
Depois parou na Graúna e, por fim, na Net de onde não sairá jamais.


Flávio de Carvalho . 1971


 Da minha coleção de o Domingo Ilustrado, jornal editado por Samuel Weiner em 1971, esta matéria ótima sobre Flávio de Carvalho, o homem de "mil e uma utilidades".
O que eu sei sobre Flávio de Carvalho???
 Sei daquele dia quando ele andou usando saia pelo Viaduto do Chá em São Paulo nos anos 50. Escândalo!
Sei que foi uma pessoa que fez de tudo: foi pintor, escreveu, fez teatro, fez desfiles. Era um cara rico, daqueles que sabem viver e usar bem o dinheiro.
Quê mais??? 
Que foi um cara transgressor, à "frente do seu tempo"- cafona expressão - que chocou a sociedade paulista e brasileira enquanto viveu, que foi um cara sempre moderno, com a cabeça sempre a mil etc. etc. e que hoje, em tempos caretérrimos, continua moderno, transgressor e precisa sempre ser lembrado, relembrado, visto, revisto, avaliado, reavaliado e nunca esquecido.
Quando percebo que o Brasil está tão pobre culturalmente é hora, então, de reabilitar Flávio de Carvalho e o seu "legado" contra o conformismo, a mesmice, a caretice.