quinta-feira, 15 de abril de 2021

O Coquetel e Texto de Petita Lemos


Esse poema/texto de Petita Lemos é demais! Quase enlouqueci com tantas imagens que Petita nos brinda em seu Coquetéis. Me transportei para noites hibernais e gramados verdejantes dos anos 50, me senti em um coquetel, me servindo de bebidas e comendo salgadinhos. Mas, ah! oh! tempo tão sem distração que vamos vivendo, sem um refrigério, sem uma festinha e sem um coquetel... ó céus!

Há meses li esse texto de Petita Lemos - que nome ótimo o dela!- nesse meu livro de receitas  dos anos 50 e logo pensei em postar porque morri de rir, mas ando tão sem graça que escaneei tudo, mas sem ânimo, protelei, procrastinei, e achei depois o tema tão fútil e pueril demais, mas que fazer se eu amei o texto...se ele me levou a um coquetel que já não existe...mas que existiu. 

Tim Tim!

Bem, se não fosse o texto de Petita Lemos, kkkkkk é claro que eu nem iria pensar em coquetel nesse momento em que não há lugar para reunião alguma. Mas no meu blog e no meu delírio dá para existir esse coquetel de Petita.

Tim Tim!

Minha avó tinha na cristaleira dela uma coqueteleira de cristal, linda, que foi um presente que ela ganhou de casamento. Depois ela me deu e está hoje em minha vitrine. Em fevereiro de 2020 - antes um pouquinho da pandemia, desse dilúvio que ninguém mais aguenta, achei na feira do Bixiga em São Paulo, uma coqueteleira idêntica à de minha avó. Comprei imediatamente!!!! E o preço estava para mim, um pobrete metido.

Tim, Tim!

Coquetel. Nos anos 70, 80, 90, havia tantos coquetéis nas colunas sociais nos jornais que eu lia...havia os souper, aqueles seguidos de jantar. Em qualquer inauguração, vernissage e o que houvesse para comemorar sem parecer festa, havia um coquetel...fim de tarde, início de noite que poderia se estender bem. Eu amava os coquetéis descritos por Ibrahim, por Zózimo, por Danuza, por Hilde. Os da sociedade carioca que era a mais lacrativa com aquelas mulheres de sonho, lindas, secas, refinadas...eu amava! Adelaide de Castro. Lourdes Faria. Carmen Mayrink Veiga. Idinha Seabra Veiga. Terezinha Noronha. Nair Atherino. Perla Lucena e tantas outras lindas e incríveis mulheres descritas em suas roupas - de e para coquetel.

De Ibrahim Sued lembro um texto: "Elegante é aquela mulher que na hora do coquetel rejeita todos os salgadinhos e na hora do jantar, belisca como um passarinho". 

Tim, Tim!

Coquetel. Uma rica comentando inconformada: "Está dificílimo encontrar vestido para coquetel, uma dificuldade, ninguém mais faz." Coitada da rica! Muito enfeitada ela não poderia ir a um coquetel e muito simples também não. O vestido de coquetel era um meio termo.

Uma outra rica disse: "Guilherme Guimarães é quem faz bem vestidos de coquetel." Tinha razão.

E fico por aqui. Vamos esperar a pandemia passar e organizar - quem seria o promoter? - um coquetel planetário com todos reunidos, ricos e pobres. E seguido de jantar, o souper!

Abaixo fotos, textos e receitas para um bom coquetel.