domingo, 2 de novembro de 2014

Um dia na Fazenda Apicum

 Do álbum de Antonia Sampaio, sua avó e parentes na Fazenda Apicum.




Crivo . O Tecido Enfeitado



Dona Cici, ebomi do Terreiro Ilê Axé Opô Aganju(foto de 2005) envelopada em um elegante xale bordado em ponto de Crivo.
O Crivo é uma renda, renda de pobre. Quem não tinha dinheiro pra comprar uma renda de boa qualidade, o jeito era fazer o Crivo. Desfiar um tecido de algodão e unir os fios em desenhos variados. O efeito é de uma renda, aliás, é uma renda!
Conheci uma senhora, Eunice, que fazia tricô, crochê renda inglesa e Crivo. Ela não parava. Me dizia: - Eu não me aborreço...pego meu crochê e vou fazer, desfio um pano e faço Crivo.
Hoje ainda se faz muito Crivo, tem até revista em banca, mas como os de antigamente, não se vê mais. O Crivo de hoje se parece mais com bainha aberta, que é outra coisa.
 Crivo é renda.
Soube de um terreiro de Candomblé que estava retomando essa tradição de se fazer o Crivo, mas não sei qual...Muita roupa do Candomblé era crivada.
O Crivo podia ser fonte de renda pra mocinhas sem ocupação, que tal??
 -Mocinhas, façam Crivo! Em vez de irem pro arrocha e pro funk, por que não ficam em casa fazendo Crivo?
O Crivo distrai, minhas filhas!
Peguem um tecido, vão desfiar, pelo amor de deus!
Ajudem sua mãe fazendo Crivo!
Eu criei vocês fazendo Crivo!!!














E no livro de Hildegardes Vianna, "A Bahia Já Foi Assim", que é um dos meus livros eternos de cabeceira, encontrei esta crônica sobre o Crivo ou o Tecido Enfeitado" como a autora chama a arte antiga das negras baianas de fazer a sua própria renda.
Desfiando fios de tecidos e depois tecendo em pontos incríveis, as habilidosas mãos davam ao tecido o aspecto lindo de verdadeiras rendas.
O tecido mais simples como o madrasto, o algodãozinho viravam rendas e  ficavam ricos nas mãos das rendeiras que usavam para enfeitar as roupas.
Outra coisa maravilhosa da crônica são os nomes dos pontos do Crivo. KKKKK . São nomes engraçadíssimos para esse trabalho tão lindo que se perdeu na barafunda do tempo.








 A magnífica foto de Voltaire Fraga.
 A baiana das antigas e suas rendas feitas em Crivo. O pano que forra o tabuleiro é uma coisa!!! O da direita é uma perfeição! O cabeção da blusa da baiana, idem.
Tudo tecido desfiado. Tudo renda. Tudo Crivo.



Eunice, minha amiga bordadeira, crocheteira, tricoteira e criveteira!

Carmen Mayrink Veiga e os Gatos

 Carmen, ainda uma petiz, com o gato, laçarote e colar e já dando bandeira das suas preferências.

Revista da Folha.  2005


Emilinha Borba . A Missa de Mês de Falecimento em Salvador . 2005





 Ai, meus sais!
 Um macaco de Emilinha me deu esta xérox. Guardei. 
Está ahaí.
Ai, meus sais!


Perla Lucena Mattison









Lançamento do livro do retratista Pedro Leitão, O Globo, abril de 1998.


Notinha em O Dia, anos 80.


Marlene Rodrigues dos Santos, Carmen Mayrink Veiga e Perla Mattison. O Globo, 06.04.1985.

Playtime . Isaac Julien

 Cena do filme Playtime. Foto de Isaac Julien.