terça-feira, 22 de dezembro de 2020

O Presente de Natal . Bastos Tigre


Adorei esta poesia escrita por Bastos Tigre que se encontra na  coletânea de textos, Natal, organizada por Mario Garde e publicada pela Ed. Paulinas em 1959.

De cara eu já gostei da poesia porque é daquele tipo que passa um ensinamento, uma mensagem "edificante", exemplar, positiva para a criança e para o jovem e que era muito comum nos antigos livros escolares. Hoje, ela passa por cafona, datada, prescrita para a garotada atual, mas, pra mim, que adoro um texto antiguinho e nostálgico, encontro beleza nele que apreendo situando a obra no tempo em que foi escrita e não fazendo de cara uma leitura preconceituosa. Procuro entender o período e a época em que foi escrito o texto e assim percebo a sua validade para a época em que Bastos Tigre escreveu e imaginando e entendendo o público que admirava textos como esse. 

Outra coisa que eu gostei demais foi o tema costura, a costura como um meio de subsistência e de independência que o ofício traria a quem o aprendesse. Comparar o dedal a uma joia, pra mim foi o máximo... e o nome da menina, a personagem e futura costureira, Laurinda, eu amei!  É o próprio nome de uma costureira.Tudo muito antigo. Amei!

Super importante a maneira como o autor escreve criando um suspense na narrativa que vai para um desenlace que surpreende. E as palavras que ele usa procurando a todo custo a rima, a melodia para os versos da poesia numa bonita construção de  texto em versos que segue uma narrativa, como de prosa, contando uma história de início, meio e fim. 

No mais, Bastos Tigre é um autor do início do século que escreveu uma obra muito vasta, poesia, prosa, textos publicitários, de humor, livros técnicos de biblioteconomia - é o patrono da profissão no Brasil - e merece ser revisto e lido pelos modernos, por nós que estamos aqui ávidos por tanta novidade, mas que o inusitado e surpreendente pode vir de alguém do passado.

Tenho dois livros que faz citações a Bastos Tigre, um de Lasinha Luís Carlos sobre a Confeitaria Colombo e o outro de Alvaro Moreyra, As Amargas, Não. Mas nunca li uma obra na íntegra de Bastos Tigre. Comprarei nas boas livrarias da cidade...

Uma maravilha é o Livro do Bebê, com textos de Bastos Tigre e ilustrações magníficas de Acquarone. Uma preciosidade!!

Pra encerrar, no Google, li uma coisa maravilhosa e uma surpresa total...a frase, "É Bayer, e se é Bayer, é bom" é de Bastos Tigre!!! Um gênio!




 

Um dedal azul celeste de matéria plástica...existem dedais feitos de todos os materiais até dos mais nobres, ouro, prata, marfim...esse, pobrinho, eu tenho há tanto tempo guardado...adoro ele!