segunda-feira, 30 de março de 2020

Senhora


Capa de uma das boas publicações das Edições de Ouro. José de Alencar, apresentado com estudo crítico de M. Cavalcanti Proença e a capa, belíssima, infelizmente sem crédito, envelopando a obra mais representativa do Romantismo brasileiro.
Muita gente começou a amar a literatura através das obras editadas pela Edição de Ouro e eu me incluo nessa. Os livros eram baratos, populares, sem luxo, e todos podiam comprar. O que tinha de luxo era a seleção dos autores e obras e sempre na bela apresentação dos livros.
Essa capa para Senhora é um escândalo! Comprei o livro no chão da praça, a capa saía, sobressaía no meio de tantos livros, um luxo no quase lixo. Resgatei e estou relendo a obra nessa época nada romântica de quarentena pela covid-19. José de Alencar foi um mestre em escrever livros para o leitor se entreter e esquecer das agruras em que vive.
Aliás, é o que estou a tentar. Só acho que Alencar não previu que a barra iria pesar tanto, que haveria de ter muito enredo, tramas e conflitos para se saltar um pouquinho da cruel realidade. A realidade de 2020.



Essa edição de Senhora de José de Alencar não tem data de publicação, mas é do tempo que a Guanabara era a capital do Rio de Janeiro.