domingo, 31 de maio de 2020

Um Alfaiate em Penedo

Penedo, Alagoas, 1977. A foto está em um livro sobre o rio São Francisco, editado pela CODEVASF em 1978.
E eu, arrastei a foto da página de Nina Sargaço lá no Facebook. Amei a foto!
Interessante é que eu e um grupo estivemos em um Festival de Cinema de Penedo justamente por esse período 1977/78. Olhando os meus guardados vou achar a data certa.
Penedo durante esse festival fervilhava. Havia festas nas ruas, peças de teatro, apresentações de dança, folclore. Os hotéis lotados. O cinema onde se dava o festival era lindo, dos anos 30/40, enorme, com uma sala de espera incrível cheia de fotos de artistas da era de ouro de Hollywood emolduradas decorando as paredes. Uma maravilha! 
Ney Latorraca, Bruna Lombardi e outros atores estavam no Festival de Cinema de Penedo daquele ano.
Passei alguns dias lá que foram fantásticos. Imaginem que ficamos hospedados no convento do século XVII que tem na cidade, as celas bem rústicas e sem uso há muito tempo, corredores enormes e largos. Uma delícia. E uma aventura.
Lembro do teatro da cidade, do século XIX, lindo, palco italiano e com frisas, pequeno, uma joia.
Acho que o festival de cinema acabou. Tanta coisa acabou...
Fiz um passeio de barco - lotado de gente! -  pelo rio, rio cheio, tipo uma procissão marítima, a água chegava dentro do barco molhando nossos nossos pés, tinha gente apavorada pensando que o barco fosse virar e, quando voltamos a terra, respiramos aliviados. Ufa!
Há alguns anos encontrei um morador de lá e, conversando sobre a linda Penedo, ele me disse que o rio estava...seco! Misericórdia! Me lembro que a cidade tinha uma balaustrada onde sentávamos e onde o rio batia...Seco! Fiquei atônito.
Atônito estou!
Fiquemos, então, com a imagem congelada no tempo e linda do alfaiate em sua porta de trabalho, na sua linda, nobre e rica cidade de Penedo.

sexta-feira, 29 de maio de 2020

A Mão... e a Luva!


Em uma matéria num site sobre "as vovós e o crochê", mais precisamente sobre absurdos feitos pela vovós na arte de crochetar tudo aquilo que lhes dão na telha, e para diversos usos, essa mão cheia de anéis eu achei o máximo, absurdamente linda e RICA!!! 
Feita em pontos ótimos - aqueles do bom crochê - muito bem feita e com pedras, pedras maravilhosamente falsas, de plástico, engastadas nos supostos anéis. Mão nobre, mão riquíssima e enluvada a rigor! A netinha deve ter ficado tão satisfeita...
Amei. 
A luva de crochê é uma ótima solução para o frio - onde há, aqui não tem - e também seria uma ótima medida para afastar os larápios, a não ser que... eles cobicem mesmo a maravilhosa e engenhosa luva.
E viva as vovós muito loucas que deixam a criatividade fluir.

quinta-feira, 28 de maio de 2020

Um Belo Verso


Trecho de um poema de William Holmes McGuffey que, adorei! Os versos estão na Coleção Famosos, Ed. Lidador, 1965, que focaliza a vida de escritoras e escritores americanos. 
Um belo achado.

quarta-feira, 27 de maio de 2020

Índio

Ilustração de Clifford N. Ceary que está na Coleção Famosos, Escritoras e Escritores americanos, editado pela Lidador, 1965.
O índio, aqui da ilustração, é um  americano.

terça-feira, 26 de maio de 2020

Irmã Dulce, Santa Dulce dos Pobres e a Criançada



 Hoje 26 de maio é o aniversário de Irmã Dulce, Santa Dulce dos Pobres. Ano passado na época da canonização, saíram milhares de fotos antigas de Irmã Dulce na imprensa, em jornais etc. Guardei algumas delas, como esta que achei o máximo, Irmã Dulce cercada por crianças que ela amparava e, entre elas, uma menininha carregando uma lata de Azeite Maria - uma mistura de óleo de oliva com óleo de soja.
Há anos que não via essa lata, e acho que não existe mais e, se existir ainda, deve tá com outra Maria estampada na lata. A Maria da lata antiga era uma vistosa portuguesa de aldeia com seu chale bordado, lenço na cabeça e grandes brincos nas orelhas.
E salve Irmã Dulce, Santa Dulce dos Pobres.


Fui ao Google e eis a Maria do azeite aqui! KKK.


segunda-feira, 25 de maio de 2020

Emily Dickinson . Confinamento e Beleza


Esse trechinho de poema de Emily Dickinson eu retirei  de um livro que comprei no "chão" antes de começar o meu, o seu, o nosso confinamento, nem tão produtivo, creio, e nem tão poético e nem tão cheio de imagens e belezas como foi o recolhimento na vida da escritora americana.


Abaixo, a capa da Coleção Famosos, bem interessante por sinal, bem de época, com desenhos 'modernos' de fábrica e chaminé, televisão, foguete... e que é dedicado a escritores e escritoras americanas. Foi editado pela Lidador, 1965.
Do chão saem coisas ótimas...saudade do chão literário das ruas de Salvador, das tertúlias no chão com o vendedor, na sarjeta comprando livros a tostões e encontrando, muitas vezes,  pérolas no meio do monturo de livros descartados como lixo.
E eu, depois de me servir do livro, o que faço? Devolvo para o vendedor e ele torna a vender kkkkk. Ele ganha dobrado. Que bom!
Minha casa não é o palácio de D'Annunzio.


sábado, 23 de maio de 2020

D'Annunzio . O Deslumbramento do Kitsch


Páginas guardadas da revista Manchete - anos 70 - que trazia esta matéria sobre D'Annunzio e os objetos que adornavam e se amontoavam no palácio em que viveu. Era um paraíso do kitsch, uma profusão de objetos os mais variados e exagerados. Personalidade excêntrica e equivocado politicamente, simpatizante do fascismo, ou inspirador dele, poeta, representante do decadentismo e autor do romance O Inocente que Visconti filmou. 
Há muitos anos li a vida de Eleonora Duse e lembro que os dois foram apaixonados.
Bem, coloquei aqui as imagens que é o que me interessa. Detalhes sobre  D'Annunzio, vida e obra: Google.



 Em frente à mesa, esta tartaruga imensa de bronze espetacular! 
Preciso de uma urgente!!!






Abaixo, as fotos e texto/legendas da matéria que resolvi escanear para ver e ler melhor.




Que universo magnífico!!!






















quinta-feira, 21 de maio de 2020

Chita . Que Chita Bacana!




Este é o catálogo da exposição sobre a chita, que contava toda a história e trajetória do tecido desde a Índia, passando por Portugal e chegando ao Brasil onde virou uma marca da região Nordeste do país, usada pelas pessoas em suas roupas, como tecido para decoração de casas, como tecido para bordados de aplicação e de festas folclóricas. 
A chita é um tecido alegre, vistoso, enfeitativo que se presta para tudo e que sempre tem o seu uso renovado, reinventado e que se presta a mil e uma utilidades. A exposição, linda, nem sei se no Brasil de atualmente se faria uma tão grandiosa e abrangente sobre um tema como foi esta da chita. Foi perfeita.
Vários artesãos mostraram várias formas de uso da chita e seus trabalhos. Me lembro de uma colcha tipo chenille com tiras do tecido cortado enviesado, costuradas juntinhas e desfiadas resultando num  um trabalho magnífico. Outras colchas de retalhos e de "fuxicos", lindas.
Um "paletot" usado por Chacrinha.
Mil trabalhos lindos em roupas e artesanato feito com a chita.
Chita, para quê te quero? Para tudo.
De um local ao outro da exposição atravessava-se por túneis feitos de chita. Logo na entrada, impressionava o tamanho dos cilindros imensos de cobre ou bronze onde eram prensados os tecidos para serem estampados. Uma coisa!
Guardei este catálogo desde a época em que vi a exposição em São Paulo em 2005 e, "nesses dias", achei e, eis ele aqui, escaneado em partes para que se possa  ler melhor. 
Quem não viu pode ver agora.




 Infelizmente há um bom tempo para cá, as chitas são fabricadas quase 100% sintéticas. Antes eram em puro algodão que dava textura agradável e maciez no toque e no uso. A maioria dos trabalhos apresentados na exposição - e os mais incríveis - tinham sido feitos com a chita da época em que era usado o puro algodão. 
As estamparias também mudaram atualmente, as mais intrincadas, as miudinhas e delicadas não há mais. Agora são as flores imensas cada dia maiores e também mais pobres esteticamente, com as estamparias num exagero desproporcional até.







Esse vestido acima, lembro, tinha a legenda mais ou menos assim: "vestido usado por Marília no dia do seu casamento com Moraes Moreira. O vestido tinha aplicações de chita recortadas, o rosa da saia e o azul do corpo do vestido deviam ser tingidos e o tecido base era um algodãozinho super macio. Vestido lindo, super bonito, super bem feito. 
Não sei quando eles se casaram, mas deve ter sido nos anos 70, década em que a chita - redescoberta - foi usada demais na moda e em acessórios. O algodão puro e a chita eram tecidos base da "moda hippie"ou moda jovem da época. Todos e todas usavam e era o tempo das chitas verdadeiramente lindas, de puro algodão e com as elaboradas estamparias.
A chita era um tecido de transgressão e de afronta também. De afirmação e de postura do jovem. E de querer usar o brasileiro. É de pobre, vou usar, é barato, vou usar, é lindo, quero usar, é popular, vou usar, por que não usar?
Usava-se e ousava-se. Marília casou de chita com Moraes Moreira e deve ter "causado", arrasado na época.






chita chita chita chita chita chita chita chita chita chita  

quarta-feira, 20 de maio de 2020

Paninhos Bordados

 Dois paninhos com pontos de bordados variados. O primeiro tem uma abelha, uma abelha rainha, - ou será uma vespa assassina? -, bordada com um interessante ponto desfiado que dá bem uma ideia do corpo aveludado do inseto. Sobre plantinhas em flor e matinhos, a abelha grande e a pequena voam alegres e satisfeitas sobre um mundo maravilhoso.
 Uma belezoca!
Estes paninhos estão nos guardados que remexi durante esses dias...deveria ter ao menos dado uma passada de ferro, antes de colocá-los aqui, mas é tanta coisa! vão assim mesmo. Importam as abelhas nos bonitos trabalhos feitos por uma prendada.






 Um outro paninho, este ainda sem a bainha...desistiram de fazer, ou era bordado de amostra. Novamente uma abelha com o corpo em ponto cheio e matizado.
Acho bonito esses bordados e, mais ainda, imaginar quem, na santa paz um dia se sentou em uma cadeira, debuxou, tirou o risco e, por dias, ficou a bordar...o mundo se acabando e a criatura esquecida entre plantinhas, matinhos, abelhas, abelhinhas...






segunda-feira, 18 de maio de 2020

Balangandã 2


 Essas fotos são de 2016, feitas no Pelourinho pelo amigo Paulo quando veio aqui em Salvador. Na época fiz a linha centrão, levando o amigo a pontos turístico da cidade. Desde então voltei lá só mais duas vezes. Difícil ficar andando por aí como eu fazia - e todos faziam - algum tempo atrás. Como dizia o robô de Perdidos no Espaço: - Perigo! Perigo!
Ultimamente me liguei no balangandã que acho tão bonito, mas, pra muita gente aqui, ter um na decoração da casa é assaz cafona. Já era. Eu também acho, mas daquele antigão de prata de lei ou de bronze, cobre ou mesmo latão, com aquelas peças todas trabalhadas no buril e muito bem feitas é um deslumbramento. Hoje os balangandãs que estão à venda em pontos turísticos são desses tipos aqui, alguns até bonitos, outros, feios e grosseiros.
Tenho aqui em casa um mini balangandã que ganhei de presente de uma amiga. Bonito. Também tenho duas cabaças antigas de cobre muito bonitas. 
Essas peças fica para um balangandã 3.
No mais, sai coisa ruim!