segunda-feira, 19 de outubro de 2020

Propaganda da Golden State . 1926


Num tempo em que as viagens de avião ainda não eram, ou não tinham ainda se desenvolvido o bastante para rodar o globo, a viagem de navio e os cruzeiros marítimos era o que havia de melhor para se locomover, um transporte luxuoso que oferecia conforto e segurança aos seletos, ricos e snobs viajantes.

Este este anúncio da Golden State que oferecia os seus navios aos passageiros de altas posses é, como os dois outros que postei aqui seguidamente, um luxo só. Todos os três são de 1926, e todos da revista National Geographic de minha pequena coleção e escaneados por euzinho. Esses reclames eram elaborados pelo Departamento de Arte da revista que tinha em seu quadro desenhistas, ilustradores e artistas gráficos de altíssima qualidade profissional e que jogavam duríssimo nas ilustrações dos reclames para vender o peixe aos ricaços envolvendo-os com um trabalho de alto nível.

Este desenho de uma passageira adentrando o navio com uma simples bolsinha na mão e um carregador - coitado - logo atrás se esfalfando com o peso das canastras da madame. O desenho é lindo, mas mostra bem a eterna divisão de classes e os trabalhos subalternos sempre desempenhados pelos negros. Mas, ele, o carregador, está chiquérrimo também em seu uniforme e de quepe na cabeça. Atrás um homem e seu chapéu. Bem mais atrás, outra silhueta masculina. Tudo em cinza. E a elegante em primeiro plano, passa, alegre, leve e satisfeita. 

Sim, mas a divisão de classes estava presente entre os passageiros que viajavam nesses navios de luxo também. Havia a primeira classe que era a podre de chique, a segunda, a terceira e... o porão!

Precisava tudo ser tão chique? Estava-se em 1926, do século XX.

Superfine.