-Estou nesta posição desde o século XVIII, não consigo me mexer, pesada que estou... ancas, anquinhas, espartilhos, califon, calçolas, anáguas, tecidos, veludos, sedas, chamalotes, damascos, babados, rendas, passamanarias, arremates, laçarotes, perucas, apliques, meias, atilhos, sapatos... não faço xixi, nem ao menos posso morrer! Presa na corte, ao palácio, nas telas, nas estampas, nos livros, nos bibelôs, nos antiquários, nos brechós, nas casas abandonadas. Ó céus!!
Fraternidade.
Igualdade.
Liberdade para uma pobre dama da corte francesa, é o que eu peço!
(a ilustração é de H. Charles Mc Barron para o álbum Trajes de Todas as Épocas).
Jorge
ResponderExcluirGostei do seu texto divertido sobre esta elegante no século XVIII, mas sabe que estas damas podiam fazer xixi, mesmo assim vestidas. No século XVIII apareceu um penico especial, o Bourdaloue, que as damas usavam discretamente por debaixo das dezenas de metro de tecido das suas saias. Tomou este nome de um pregador, Louis Bourdaloue, que fazia sermões infindáveis, de modo que as senhoras de condição, começaram a transportar esses bacios mais pequenos e podiam-se aliviar discretamente durante a missa, sem que ninguém as visse.
Um abraço
kkk amei o bourdaloue, não conhecia. Imagino que o penico deveria ser levado por uma aia. Aia carregadora de penico! E o penico deveria ser bem colocado senão as anáguas ficariam ensopadas de urina. Haja perfume para disfarçar.
ResponderExcluirQue chatos não deveriam ser os sermões da Bourdaloue!!
Luís, vc é uma verdadeira enciclopédia Tempo de Saber!
Obrigado, abraços.