Ano passado na casa de um amigo em São Paulo, achei essa foto de Nilda Spencer e tratei logo de pedir a ele para mim, afinal a foto ficando comigo e voltando para Salvador, Nilda estaria em casa...
Este meu amigo vende coisas, velharias variadas e esta foto com certeza estaria, se comprada, em mãos de outro. Mas ele me deu a foto de presente e agora estou dando de presente para quem entra aqui no blog para uma visitinha.
Essa foto foi feita na entrega do prêmio Martins Gonçalves de Teatro aqui em Salvador, em 1982. O troféu era uma réplica do galinho, símbolo da TV Aratu que patrocinava o evento.
Nilda foi a homenageada daquela noite memorável para o teatro baiano e para quem estava lá na platéia como eu, pois Nilda Spencer era uma festa onde aparecia e fechava o ambiente. Só dava ela.
Eu era amigo de Nilda, aliás, todo mundo era, saíamos às vezes juntos para algum evento, festa ou bares - às vezes nos encontrávamos no supermercado do Chame-Chame, onde ela morava e, KKKK. A risadaria era constante graças a ela que nunca deixava ninguém triste, onde ela estava reinava a loucura, o balacobaco total. Ela era engraçada demais!!!
Nilda adorava uísque e quando já estava alta - altíssima, mas nunca bêbada, pois sabia beber e não perdia a classe - costumava jogar uísque em cima de quem estava próximo: através dos dentes jorrava o líquido precioso parecendo uma fonte jorrando e, nesse momento KKKKKKK sabíamos que ela já estava de cabeça feitíssima e que daí para adiante ninguém segurava ela e mais nada segurava ninguém.
Nilda faz falta, mas ela é um personagem de uma Bahia, de uma Salvador que acabou. Ir ao Pelourinho de madrugada como íamos numa boa...quem imagina um passeio desses hoje??? Ninguém. Então, se vivesse hoje, ela estaria trancada em casa, como nós estamos e aí não existiria a Nilda.
Nilda Spencer era da noite.
Não sinto saudade, pois Nilda viveu a vida como quis, soube viver, aproveitar, tirar prazer da vida e criar ambiente para que o prazer se instalasse. E nós, os amigos, desfrutávamos desse prazer.
Sempre que houver uma boa risada, uma conversa gostosa regada a uísque ela vai estar presente, é o "Momento Nilda", é o espírito Nilda que baixa.
Mas, infelizmente, esses momentos andam raríssimos.
Uma delícia este texto escrito por Doris Monteiro para a revista Radiolândia em julho de 1954. É para ler e se deliciar com as palavras e expressões tão de época, coisas que ninguém mais escreve, fala ou se expressa mais dessa forma. Adorei o "coisinha louca" para a "bolsa de noite" que a cantora ganhou de uma fã em BH. KKKK
Nessa revista Ângela Maria também tinha uma coluna, aliás vários cantores e cantoras tinham colunas em diversas revistas, respondiam cartas de fãs...sempre achei que, na verdade, fosse alguém da redação ou algum secretário do artista que se incumbisse dessa tarefa, mas, esse texto na coluna de Doris eu tenho certeza que foi ela própria quem escreveu, pois é a cara dela, meiguinha..."uma coisinha louca".
Viva Doris Monteiro, em 1954, em 2018 e sempre!!!
Mesmo traço do ilustrador do post anterior. Desenho leve, aquarelado, super sofisticado e que me lembra os trabalhos de Gruau, ilustrador de um número imenso de propagandas para produtos chiques e refinados desde o final dos anos 20 até os anos 80!
Num período em que os anúncios eram feitos a partir de desenhos, Gruau era o máximo, estava em todas as revistas e tinha muitos seguidores e imitadores. Muitos desenhos dele eram assinados e este, se não for um Gruau autêntico, deve ser de um ótimo ilustrador também. Aliás, a Seleções tinha vários e muitos deles eram americanos.
Revista Seleções, março de 1957.
Para melhor absorver a bela e chique ilustração só seccionando o Modess: é questão de não tolerar o menos perfeito!
Usei, mas não joguei fora. Reaproveitei. A vida anda tão cara...
Escaneei e aqui está a propaganda muito bem aproveitada. Gosto apenas do melhor.
Solucionei o problema.
Sou um homem moderno.
Março de 1957. Revista Seleções, comprada em um chão de praça por menos que um simples vidro de esmalte!...
Carmen Verônica o alce maior do teatro e da televisão brasileira, estará em breve dando os seus gritos na empregada "Mônica" - Camila Pitanga - na reprise da novela Belíssima, um texto de Sílvio de Abreu e levada ao ar em 1993.
Na época eu cheguei a gravar muitos capítulos quando Carmen estava em cena, geralmente contracenando com Íris Bruzzi e a Pitanga. Eram hilárias as cenas de Carmen e ela estava mais do que nunca "viadérrima", "alce", "rena" KKKKK puxando o trenó da alegria.
Lembro de uma cena dela com Fernanda Montenegro que também foi muito engraçada. Dizem que antes de gravar Fernanda olhou pra cara de Carmen e desatou a rir e só depois conseguiu fazer a cena.
Sílvio de Abreu - como eu - adora Carmen e ele sempre coloca a atriz em algum papel. Nesta novela, Carmen estava muito boa, completamente à vontade em um texto feito sob medida para ela. Se soltou.
Desde criança eu sou louco por Carmen, via todos os programas humorísticos e de shows em que ela participava na TV. Se ela não era a estrela, a principal, acabava sempre virando o jogo e quem aparecia era ela que é, naturalmente engraçada e tem o tempo certo da comédia. Além do mais, Carmen Verônica é 1.80 de mulher - boazuda, do tipo violão, corpão - e charmosíssima e elegante e tudo o mais e etc. e etc. e etc.
E, no mais, só nos resta rir, rir muito com Carmen Verônica que é uma atriz única!
A foto que está aqui eu recortei de um jornal da época e é de uma cena de Belíssima e feita no momento em que ela gritava:
MÔÔÔÔÔÔÔNICAAAAAAAA!!!!!!! KKKKKKKKKKKKKKKKKKKKK
Carmen Verônica era amicíssima de Consuelo Leandro, outra comediante engraçadíssima e, segundo Carmen, uma era alce e a outra rena. Se tratavam assim.
Imaginemos as duas juntas...KKKKKKKKKK
Anita Malfatti, acima. Emil Nolde, abaixo.
Dois pintores, duas Estrelícias, flor super comum e super linda.
Salve 22 de Maio!
Salve Santa Rita!
Meu telefone fixo anda mudo. E o de quase todo mundo que conheço.
Trim!!!!!
O trim já quase não ouço mais. Não se ouve mais.
Só minha mãe, duas tias e pouquíssimos amigos ainda me ligam pelo fixo. O resto das ligações que recebo por ele são aquelas do tipo incomodativo: fazer cartão em algum banco, alguma instituição que liga pedindo auxílio ou engano de quem ligou para o número errado.
Muita gente já não têm o fixo. Preferem o móvel, o celular. Fica mais barato! Mas eu ligo muito pelo meu fixo. Para certas coisas, prefiro o fixo.
O telefone fixo tem o seu charme...fica ali no cantinho, aguardando para tocar, se é que vai tocar!
O móvel, pelo menos o meu, vibra, não toca e assim fica mais discreto. Não faz trim chamando a casa toda. Só a mim interessa a chamada. O móvel, o celular, tocar na rua ou em outro lugar é muito feio. O trim nesse caso é péssimo e esse trim não quero ouvir.
Por enquanto vou resistindo e continuando fixo a minha linha. Não posso perder a linha. Tudo, menos perder a minha linha!! kkkk. Mesmo mudo adoro um aparelho de telefone tradicional.
Como esses negros que escaneei da revista Maquis de 1958. Mesmo que não ouça mais o trim continuo preso ao telefone de fio, de tomada. Preso por um fio.
Ando por um fio.
Trim!!!!!!
"Procissão", óleo sobre tela do brasileiro Geraldo de Castro, 1914/92, imagem que arrastei do blog Peregrina Cultural que eu gosto demais. De vez em quando passo em procissão - peregrinando - por lá e me admiro da seleção de pinturas, gravuras, desenhos e objetos de arte, tudo de muito bom gosto, que a dona do blog seleciona.
A procissão peregrina e o meu pálio antiguinho casaram bem: domingo dia de procissão.
Ou melhor, era.
Mínima ilustração, na verdade, gravura ou clichê feito em base de metal como as litogravuras e depois, impressos sobre papel. Esta é de um dicionário enciclopédico Luso-Brasileiro, e representa um "sobrecéu portátil sustentado por varas", definição para o verbete pálio que, realmente, eu nunca havia imaginado como sendo um abrigo significando céu particular, portátil, um sobrecéu.
Toda igreja deveria ter o seu pálio guardado e que devia ser "espanado" - pelas beatas pressurosas e cativas - para ser usado nas procissões dedicadas aos santos, aos santos que davam o nome às igrejas.
- Dia 22 é dia de Santa Rita, é melhor espanar logo o pálio!!!
- Eu não sei onde enfiaram o pálio, minha filha! Na sacristia não está.
- Misericórdia! Vamos perguntar pro padre.
- Procissão sem pálio nem pensar!
- Onde já se viu?
- Falta de respeito!
Hoje ainda se usa o pálio, mas a pompa das antigas procissões acabou, assim como aquela reverência, o respeito que inspirava a passagem do bispo e padres agrupados sob o pálio, sob o "sobrecéu".
Hoje, cada um que se sinta sobre o seu sobrecéu. Particular.
Portátil.
P.S. E na festa de Corpus Christi deste ano - 31 de maio - lá estava o pálio, o sobrecéu, abrigando o Santíssimo e o Arcebispo de Salvador, Dom Murilo Krieger.
A foto é de Margarida Neide, Jornal Massa.
Foto de Nara Leão nas minhas revistas Intervalo que colecionei de 1966 a 1969. A revista era bem pequena, depois aumentou de tamanho e passou a se chamar Intervalo 2000.
Adoro este casarão que sempre vejo quando passo de táxi por aquela região de Salvador. Acho que nunca passei andando por ali, pois é um lugar que nunca vou especificamente para fazer alguma coisa, é um lugar de passagem mesmo. Na rua Djalma Dutra, onde ele fica em uma esquina, às vezes, vou em casas de materiais de construção. À redação do jornal Tribuna da Bahia fui algumas vezes em priscas eras, aliás, próximo a ela, havia uma casa que tinha a inscrição "A Lembrança", que era uma casa do século XIX, linda e que ficava elevada na rua e com uma escadaria grande e larga na lateral. Quando eu ia lá fotografar essa casa, um amigo me disse que ela havia sido... demolida! Fui lá para ver e não restava mais nada dela. Tornou-se uma lembrança mesmo.
Mas, o casarão que aqui está é do século XIX ou início do XX e tem a particularidade de ter uma mansarda - que adoro - com janelinhas.
O imponente casarão está sempre pintado nesses dois tons de cor terrosa, parece bem mantido e espero, espero, que assim permaneça.
As fotos são de fevereiro de 2018.
Abaixo o casarão visto do metrô que pego algumas vezes por semana. Março de 2018.
Abaixo, o casarão visto da Ladeira dos Galés - outro lugar que nunca vou, mas que passei quase sem querer por lá no início de maio.
Capa do livro Doce Quinta-Feira de John Steinbeck.
No sábado passado comprei alguns livros em sebos e este, comprei só pela ilustração da capa que achei ótima.
No canto esquerdo parece que há uma assinatura, mas não dá para entender o nome do autor. Nesta edição que é de 1957 da editora Mérito não há crédito para o autor desta bela e doce ilustração.
Minha animadíssima mãe, sempre de alto astral.
Acho que ela é mais nova que eu...
Salve minha mãe, todas as mães, todas as mulheres e todos os homens que também são mães, todos aqueles e aquelas que são mães, dão amor, guiam e indicam um caminho.
Hoje, os Santori Carneiro mais Magda Z'Graggen, artista plástica suíça e nossa amiga/irmã em mais uma de suas férias baianas. Uma troupe de boulevard, dia de muito riso e pouquíssimo siso, graças a deus e a Luci.
Dentro de um livro velho comprado em um sebo, achei esta receita de bacalhau copiada - parece que apressadamente - por uma correntista - será? - do Banco do Brasil. Correntista ou não, imagino que encontrando uma amiga na agência, trocou a receita e a copiou no papel que tinha, ou seja, o do banco. Memorizar a receita ela não iria e perdê-la...jamais, então, vamos copiar!
Os livros velhos trazem várias surpresas, vários papéis escritos com os mais variados assuntos como esta receita de bacalhau que, na verdade, achei bem esquisita pois mistura vinho branco com leite de coco!!! Argh! Não consigo imaginar os dois juntos, é uma combinação tipo morte certa! Uma bomba.
Gostei mesmo do suporte. KKKK
Isto aconteceu em 1994.
Foto da revista Manchete que recortei e colei em um álbum que eu fiz no início dos anos 70 reaproveitando catálogos de telefone. Eu amava este hippie super produzido e carregando um gato preto.
Uma das inúmeras esculturas da deusa gata Bastet da mitologia egípcia, esta, em bronze, e com aquele verde lindo que o tempo confere a esse material.
Bastet era protetora das mulheres e...dos gatos!
(Acervo do British Museum, Londres.)