domingo, 25 de novembro de 2018

Nara Leão . "Muito Informal" . 1973


Me lembrei de um pedacinho de papel de jornal que recortei e que tinha um tijolinho, um anúncio de um show de Nara Leão de 1973. Mas onde estaria aquele rasgo de papel??... nos álbuns não estavam, abri todos, fui às gavetas, pacotes e eis que o encontro dentro de um caderno daquela época, caderno tipo escolar onde eu copiava letras de músicas e também colava e guardava coisas dentro. Ufa! pensei que não iria encontrar a lasca, o trapo de papel, no meio da barafunda do "prato predileto das traças", mas achei!
O recorte é de jornal do Rio, o Globo ou Jornal do Brasil, não sei, e ele, pequeno fragmento, nos dá conta do movimento cultural maravilhoso da época do Rio de Janeiro, a Corte, onde acontecia o que havia de melhor em teatro, música, dança, exposições etc.
O grupo Oficina, um marco do teatro dos anos 60, continuava ainda vivo nos 70 apresentando um Tchecov. Carlos Imperial, um faz tudo dos anos 60, compositor, ator, cantor, apresentador etc. etc. produzia Marido, Matriz e Filial, uma comédia, deveria ser e, no elenco, estava Hildegard Angel que depois se tornou colunista social, coluna, aliás, da qual o meu blog se serve sempre.
E muitas coisas mais deveria ter nesta página de tijolinhos com os cartazes da época, só coisa boa, fartura de boas produções culturais. Imaginemos as maravilhas!
Nara Leão, nesta época, estava recém chegada de Paris e já tinha, acho, os seus dois filhos, todos pequenos. Segundo o que li na imprensa do período sobre esse seu show, ela entrava pela porta da frente do teatro junto com o público - devia estar com o violão - e ia direto para o palco fazer o show que se dava "no intervalo da amamentação das crianças". Acabado o repertório do espetáculo, Nara corria de volta para casa para amamentar os filhotes, Isabel e Francisco. Que barato!!!
Recentemente saiu uma caixa contendo vários shows de Nara ao vivo e tem um CD que talvez seja a gravação de o Muito Informal que poderia ter se estendido de 72 a 73, não sei.