Meu intelectual brasileiro preferido. O outro: Carlos Heitor Cony, mas, Ferreira Gullar, era completo, era um artista, desenhava, pintava, fazia colagens, criava, não parava. Sempre em movimento. Um pensador.
Era crítico de arte, cronista de jornal. Antenadíssimo. Sabia de tudo. Interessava-se por tudo e de tudo tinha uma opinião, a opinião livre de Gullar. Seus escritos musicados, cantados e tornados sucesso nas vozes de vários cantores, entre eles, Nara Leão, sua amiga de canto livre. O Canto Livre de Nara.
Sempre associo os dois - como dois e dois são quatro - pois ouvia muita canções de Nara com letra de Gullar. O show Opinião. Os textos das contracapas de alguns discos de Nara escritos por Gullar. E tudo isto nos anos 60.
É isso. Nem sei o que dizer, só sei que a presença de Gullar e o seu pensamento livre irão fazer muita falta neste Brasil tão empobrecido culturalmente, tão confuso e esgarçado, Brasil que se perdeu.
Estas fotos e textos foram escaneados de matéria do Correio da Bahia de 5 de dezembro de 2016, ano em que Ferreira Gullar deixou o Brasil na mão e mais pobre. Paupérrimo e de cuia na mão. Faz escuro e o faroleiro foi-se.
Suportemos sozinhos o que está aí e o que virá.