quinta-feira, 31 de dezembro de 2020

Uma Flor De Minha Casa


 Aos amigos que gostam e entram sempre aqui no Antiguinho pra curtir comigo as coisas que eu gosto e para aqueles que, de vez em quando, dão um saltinho por aqui,  desejo um ótimo 2021, exatamente o oposto do que foi este ano que finda e se esvai sem deixar saudade.

Uma flor branca, que sempre cai bem e levanta o astral, para cada um.

quinta-feira, 24 de dezembro de 2020

Natal . Um Natal Verde




Natal Verde, texto assinado bem simploriamente por Vânia, a autora, que foi bem feliz, já em 1959, a imaginar e escrever sobre um Natal Brasileiro, verde, não importado, sem as tradicionais decorações da tradição européia num cenário branco de neve.

Ela se diz farta dessa eterna festa branca, sem cor que remete à cor das  enfermarias dos hospitais... quando, aqui no Brasil, o Natal seria cor, as muita cores dos trópicos. Ela se diz farta também do comércio...em 1959 ela já reclamava da compulsão das compras, imagine agora que, mesmo com a Covid -19 as ruas e shoppings, aqui do país tropical, estão repletos de gente.

Linda é essa ilustração, que fugiu do verde e ganhou esse tom chiquérrimo em sépia. Palmas de coqueiros e Vitórias Régias lindas repousando plácidas sobre uma lagoa serena e sob a luz da Estrela Guia.

Essas três ultimas postagens de Natal foram feitas à partir do livro de Mário Garde, Natal, de 1959, editado pelas Paulinas.

Aos amigos aqui do Antiguinho, eu desejo um Feliz Natal e com muita, muita saúde, que é o que importa neste 2020 doente.



 

quarta-feira, 23 de dezembro de 2020

Natal


 Ilustração que está no livro Natal de Mário Garde, Edições Paulinas, 1959. É tão bonita essa impressão em tons terrosos, um arraso. Uma pena não haver crédito para o autor dos desenhos no livro.

terça-feira, 22 de dezembro de 2020

O Presente de Natal . Bastos Tigre


Adorei esta poesia escrita por Bastos Tigre que se encontra na  coletânea de textos, Natal, organizada por Mario Garde e publicada pela Ed. Paulinas em 1959.

De cara eu já gostei da poesia porque é daquele tipo que passa um ensinamento, uma mensagem "edificante", exemplar, positiva para a criança e para o jovem e que era muito comum nos antigos livros escolares. Hoje, ela passa por cafona, datada, prescrita para a garotada atual, mas, pra mim, que adoro um texto antiguinho e nostálgico, encontro beleza nele que apreendo situando a obra no tempo em que foi escrita e não fazendo de cara uma leitura preconceituosa. Procuro entender o período e a época em que foi escrito o texto e assim percebo a sua validade para a época em que Bastos Tigre escreveu e imaginando e entendendo o público que admirava textos como esse. 

Outra coisa que eu gostei demais foi o tema costura, a costura como um meio de subsistência e de independência que o ofício traria a quem o aprendesse. Comparar o dedal a uma joia, pra mim foi o máximo... e o nome da menina, a personagem e futura costureira, Laurinda, eu amei!  É o próprio nome de uma costureira.Tudo muito antigo. Amei!

Super importante a maneira como o autor escreve criando um suspense na narrativa que vai para um desenlace que surpreende. E as palavras que ele usa procurando a todo custo a rima, a melodia para os versos da poesia numa bonita construção de  texto em versos que segue uma narrativa, como de prosa, contando uma história de início, meio e fim. 

No mais, Bastos Tigre é um autor do início do século que escreveu uma obra muito vasta, poesia, prosa, textos publicitários, de humor, livros técnicos de biblioteconomia - é o patrono da profissão no Brasil - e merece ser revisto e lido pelos modernos, por nós que estamos aqui ávidos por tanta novidade, mas que o inusitado e surpreendente pode vir de alguém do passado.

Tenho dois livros que faz citações a Bastos Tigre, um de Lasinha Luís Carlos sobre a Confeitaria Colombo e o outro de Alvaro Moreyra, As Amargas, Não. Mas nunca li uma obra na íntegra de Bastos Tigre. Comprarei nas boas livrarias da cidade...

Uma maravilha é o Livro do Bebê, com textos de Bastos Tigre e ilustrações magníficas de Acquarone. Uma preciosidade!!

Pra encerrar, no Google, li uma coisa maravilhosa e uma surpresa total...a frase, "É Bayer, e se é Bayer, é bom" é de Bastos Tigre!!! Um gênio!




 

Um dedal azul celeste de matéria plástica...existem dedais feitos de todos os materiais até dos mais nobres, ouro, prata, marfim...esse, pobrinho, eu tenho há tanto tempo guardado...adoro ele!


segunda-feira, 21 de dezembro de 2020

Verão


 Um dos desenhos de Ferdinand T. Mendes, para a capa do livro A Cidade e as Ruas - Novelas Cariocas - uma edição comemorativa do IV Centenário da Cidade do Rio de Janeiro. Editora Lidador, 1965.

O livro tem contos sensacionais, cada um se passa em um bairro do Rio. A Glória, ficou com  Luiz Canabrava e é uma maravilha de história! O Centro, ficou com Carmen da Silva, autora genial!!, para o Catete, Adonias Filho, a Barra da Tijuca cenário do conto para João Martins. E outros autores e contos todos muito bons. Histórias ótimas, histórias esquecidas escritas por autores brasileiros fantásticos e esquecidos. O sol para esses autores!

Quais as histórias que seriam contadas hoje tendo como pano de fundo os bairros do Rio de Janeiro atual? A violência seria o tema para todos.

Sim, é verão! E o verão é a cara do Rio

Haja paciência para suportar o terrível calor. Começou a temporada derretimento. Tem gente que ama. Eu tenho pavor.

Mas, o desenho do sol na capa é bem bonito. Adorei ele no papel. 

Ele lá e eu cá.

quarta-feira, 16 de dezembro de 2020

Andorinhas


 Andorinhas chiquérrimas em aquarela no livro Leitura II de Erasmo Braga, Edições Melhoramentos, 1942. Este livro, mais um achado pelas ruas, tem desenhos simplesmente incríveis e belíssimos e os textos bem de época, ingênuos - como tudo mudou tão rapidamente! - não tem contato com a tragédia que virou a vida atual...um esgarçamento que não sei aonde foi parar o humano que havia. Vamos olhar as andorinhas do livro antigo e delicado do passado, e voar de volta um pouquinho. 






domingo, 13 de dezembro de 2020

Santa Luzia . Medalhinhas . Ex-voto . O Agrafe


Hoje, Santa Luzia. 13 de dezembro. Hoje aqui em Salvador não tem a procissão que sai da Igreja do Pilar no Comércio e muito menos a festa, parte profana que, aliás, cada dia está menor. Signal dos tempos. 

Mas, hoje, a comemoração não há por causa da Covid -19 e os fies não devem ter ido em número grande ao Pilar...mas os devotos fervorosos devem ter ido banhar aos olhos na fonte da água milagrosa de Santa Luzia que brota da encosta ao lado da igreja.

Estranho tempo escuro à procura de luz.

"Ó Santa Luzia, pedi a Jesus que sempre nos dê dos olhos a Luz!"
 

Essa imagem de Santa Luzia eu comprei num bazar. De gesso, repintada, costumizada e com umas pinturas por cima muito loucas...pontinhos, tracinhos... colocaram uns brilhos sobre a pintura original, a veste, em  verde, é sobreposta por um manto vermelho amarrado à cintura por um elegante nó. 

A santa carrega a palma do martírio e a salva com os dois olhos. Adoro essa imagem com essa repaginada, atualizada que alguém deu...ficou ótima. A santa tem uma cabeleira vastíssima e comprida contida por uma tiara. Enfim, Santa Luzia nesta imagem está chiquérrima!


Essas medalhinhas de prata são na verdade ex-votos que se encomendavam nos prateiros, compravam- se nas lojas antigas - nos bons tempos - de material religioso e também nas igrejas. Hoje, não estão mais à venda e não há quem os façam mais, somente são encontrados em antiquários. Acho lindos. Adoro essas medalhinhas ou ex-voto.
Minha avó quando teve um problema de vistas, como promessa, à Santa Luzia, nunca mais deixou de usar a medalhinha/ex-voto preso com uma presilha - alfinete de pressão - à alça do soutien ou na combinação na altura do busto. Era o chamado agrafe, sempre usado por dentro da roupa. 
Combinação: era tipo um vestido sem adorno de algodão que se usava por baixo do vestido. Uma marca de calçola não podia aparecer jamais!!! E ainda tinha a anágua também! Hoje todas as mulheres, até senhoras, andam com roupas que aparecem a marca da calçola, hoje a "calcinha".

Para ilustrar: o ex-voto/medalhinha preso, o agrafe, só que aqui está por fora, na parte de cima da roupa. Ele é usado na parte de dentro das roupas e fica invisível. 
E Salve, Santa Luzia!
Abaixo, fotos que saíram nos sites dos jornais de hoje, daqui de Salvador.
Jornal A Tarde



Correio da Bahia, fotos de Arisson Marinho.




Tribuna da Bahia
, foto de Reginaldo Ipê
.


sábado, 12 de dezembro de 2020

Ilustrações de Cortez


Anuário das Senhoras, 1936
. Cortez, o grande ilustrador brasileiro, enriquecendo as páginas dessa publicação para senhoras e senhorinhas de fino tracto com o seu traço original, sua criatividade, imaginação  e elegância. Cortez, o Mestre dos nossos ilustradores.

Esses desenhos são magníficos e, creio, raros, pois conheço algumas coisas de Cortez e nunca os vi em  publicações sobre a obra do ilustrador.





 

domingo, 6 de dezembro de 2020

Cabeças de Moringa


As moringas de barro na maioria das vezes eram cobertas por copos feitos do próprio barro, por copo de vidro ou por essas "cabeças" bordadas em vários motivos. As carinhas de bonecas e as de animais eram bastante comuns. 
Me lembro desse uso quando criança e nunca mais havia visto uma "cabeça de moringa" em tecido, bordadas em ponto cheio na máquina ou feitas a mão em alguma casa ou dando sopa por aí. Nem no interior são vista mais essas cabeças de moringa
As moringas também já tiveram o seu tempo áureo, tempo em que todas as casas tinha a sua, numa época ainda anterior à popularização das geladeiras. A moringa ficava ali na cozinha sempre à mão com a água fresquinha para ser bebida e, para enfeitá-la, faziam-se as "cabeças de moringa" que davam uma vida nova à moringa, decorava a cozinha e protegia a água no seu interior da poeira, insetos etc. 
Antigamente muita coisa era guarnecida por um paninho bordado, o fogão, a mesa, as prateleiras, o liquidificador e a geladeira - que tirou a moringa de cena - tinha pegadores em crochet ou em bordado também. Essas "cabeças de moringa" eu achei num usados e estavam novas, acho que nunca foram usadas, estavam com manchas de guardadas por muito tempo, bem longe da sua função de proteger o gargalo das lindas moringas de barro. 
Há muito tempo que tenho essas cabeças e só agora estou postando aqui. Para isso, comprei uma moringa pequena, que vou usar na minha cozinha - beberei muita água fresquinha! - e fiz as fotos com essa linda toalha de chita e algodão cru. Tudo nos conformes.
Vamos às "cabeças de moringa"?

Carinhas de gato. Eram, eu acho, as mais comuns, as mais usadas. Nesta aqui a prendada usou pontos à máquina no acabamento e o ponto haste fazendo o risco do desenho e nos pontos cheios também. O gato tem uma gravatinha e é meio godê o corpo. Fica uma belezoca na moringa!





Outras duas carinhas de gato, nessas está escrito a palavra fã. Toda bordada a mão, ponto festão no acabamento e ponto haste no desenho do risco e no ponto cheio do olho do gatinho. Amei o fã, fiquei fã!!!!






Essas duas são simples, isto é, com acabamento em ponto festão nas bordas e, na rosa, a prendada passou a costura reta bastante vezes pela borda como a fazer um bico. E ficou lindo!





Essa é chiquérrima. É toda bordada a mão, aliás, muito bem bordada, com pontos perfeitos seguindo o risco da gola desse palhacinho com cara super antiga, tipo anos 30. O ponto festão guarnecendo a borda do trabalho é uma perfeição, todos em um mesmo tamanho. A prendada jogou duríssimo no trabalho e o palhacinho ficou um luxo!


Essa é tipo, "pode entrar insetos e poeira", pois não tem forro. Mas essa é uma cabeça moderna, feita recentemente por uma prendada em ponto festão apertado. Amei. Falta forrar pra ter serventia.

Essas três são de crochet e devem ser de moringas bem pequenas, não couberam na minha. São em pontos muito bonitos de crochet antigo, com relevos, picôs e cordãozinho para apertar no gargalo.



Cabeças de galo, ou será de galinha, não sei...mas que são lindas essas "cabeças de moringa", isto sim elas são! A crista é toda bordada em ponto cheio muito bem feito, bem unido, não se vê o tecido embaixo. A prendada sabia bordar à máquina. As penas bordadas à mão em ponto haste. Uma beleza!!!


Os bicos da galinha ou do galo, são para à direita e para à esquerda. Quando se cansava de uma cabeça, colocava a outra virada pra outro lado. E assim ia a cozinha de antigamente, movimentada, bordada, colorida, viva e alegre. Fazia gosto!


Vai uma aguinha de moringa bem fresquinha????