domingo, 7 de dezembro de 2014
Privada. Latrina. Sentina...Fedentina!
Lendo uma antiga revista de História da Biblioteca Nacional, esta propaganda antiga me chamou à atenção pela palavra PRIVADA.
Antigamente se dizia PRIVADA. Para variar, LATRINA ou, ainda, SENTINA.
Todas essas palavras eram ditas, assim, corriqueiramente e cotidianamente, sem nada de MAIS. Nem de MENOS.
Todas para designar o "THRONO".
Era o tempo da LATRINA, da PRIVADA e da SENTINA.
"Deu descarga na LATRINA?"
"Tampou a tampa da PRIVADA?"
"A SENTINA está podre. Quem foi na SENTINA?"
"Misericórdia, está uma FEDENTINA!!!"
Hoje é um tal de VASO. LOUÇA SANITÁRIA...e mesmo assim, ninguém fala de boca aberta. É assim, a boquinha fechada na loja, no balcão...
LATRINA??? Creio em deus padre!!!
Esta palavra ou palavrão, não se pronuncia mais!!!
E, por quê? Tempos limpíssimos é o que estamos vivendo?? Será?? De saneamento básico?? Todos têm LATRINA??
Aliás, este poderia ser um nome de campanha de governo, o TODOS COM LATRINA.
PRIVADA??? Vida privada??? Quem tem hoje? Aliás, quem quer ter hoje, já que os seres vivem a postar tudo nas redes?
SENTINA??? "Heim?? O Quê!!! Não entendi??? Sentida? Não, não estou sentida".
FEDENTINA, também, é uma palavra que nenhum ser diz mais.
Minha avó, filha de portugueses, falava sempre. Sempre que algum CHEIRO desandava e, pior, tresandava e passava a FEDOR, a palavra vinha logo: "Isto aqui está uma FEDENTINA insuportável!"
"O que é isso!!!! Que FEDENTINA é esta??? Assim não tem condições!!!! Tampe ao menos a LATRINA!!!"
A TAMPA da LATRINA também era uma coisa!
Não peguei os tempos e nem as tampas de LATRINA de madeira, de TÁBUA - TÁLBA como muitos diziam- mas, fui em muitas casas que ainda possuíam a TAMPA DE LATRINA DE TÁBUA.
Já carcomidas, inchadas de urina, já sem nenhuma proteção do verniz, soltas, imundas, uma podridão, as tampas fediam: Uma verdadeira FEDENTINA!
Então, é isto!
Neste domingo família tão "asseiado", tão feliz?, tão limpo? tão harmônico?, não é mesmo?..
Falar de LATRINA, PRIVADA, SENTINA e FEDENTINA, Pega bem??
É bem???
Palavras vão e vêm, fedor vai, fedor vem, me lembrei de uma piada-historinha que uma amiga me contou.
Uma senhora da alta sociedade estava fazendo "teté", sentada na LATRINA, de porta aberta. A empregada passou, viu a scena muda e, espantada e assustadíssima falou: "Patroa, a senhora também???
E a patroa:
-É só um pouquinho, querida!
Assim Não Tem Condições...Certas Coisas Não Se Fazem, Meu Filhinho!
A Mamãe, de época, ralhando com seu pimpolho. E o entorno magnífico da cena, tudo antiguinho, antiguinho.
Foto, hoje, no Estadão.
Foto, hoje, no Estadão.
Enfeite de Bolo: Dama Antiga
Da minha seção de bolos no Antiguinho, este lindo busto de dama antiga.
Dava uma vida a um bolo confeitado! Ficava uma beleza!
Enriquecia o bolo!
Formidável!
Elogios e elogios para a confeiteira que, morta de cansaço depois de fazer quilos de glace-sem contar as que desandaram-e de ficar horas e horas a rodar o bolo e a confeitar, mal abria a boca para agradecer.
Dizia com um fio voz açucarada: Obrigada, queridas, obrigada!
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