quinta-feira, 31 de janeiro de 2019

Pelourinho . 1993


O Correio da Bahia está fazendo 40 anos e os arquivos fotográficos do jornal estão sendo revirados, revisitados e motivo para matérias ótimas que contam um bom período da nossa cidade, com as suas transformações para melhor ou para pior, seja no que se refere ao patrimônio arquitetônico - o que caiu, o que não caiu - o que se levantou, o que foi pelos ares, o que o fogo queimou, os costumes e hábitos que se mantiveram, mudaram ou acabaram etc.etc.
Esta foto é do Pelourinho em 1993, antes da grande reforma iniciada no bairro quando ele foi reformado, "revitalizado" e a população local foi realocada, sumiu.
Nos anos 70 e 80 eu e meus amigos da época íamos muito ao Pelourinho que tinha bares ótimos, como a Galeria 13 e nunca, nunca, nenhum de nós foi agredido pelas pessoas pobres que habitavam lá. Hoje, "revitalizado" quando eu tenho que passar por lá, passo ligado de olhos bem abertos, pois o Pelourinho virou um lugar visado por malandros que vivem atrás dos turistas para roubá-los. Não quero ser confundido com turista... mas, das últimas vezes em que fui lá, notei uma melhora porque há muito policiamento.
Mas nem queria falar sobre isso. Queria mesmo era mostrar esse lindo casarão de esquina e as casas geminadas que se estendiam ao longo das ruas e que lá se mantiveram por séculos porque foram habitadas pelas pessoas pobres que lá viviam. A "revitalização" só se deu, na verdade, porque eles eram usados, mantidos em pé bem ou mal, de uma forma ou outra, por aquelas pessoas pobres: eram habitados, enfim.
O Pelourinho nas duas décadas em que lá andei com mais frequência era uma delícia, mesmo com a pobreza da população local.
Hoje eu credito ao crack a violência que impera em todos os bairros de Salvador e o Pelourinho vai junto nessa onda e, principalmente, por ser ou ter virado um centro de turismo onde os visitantes vão com um pouco mais de dinheiro no bolso.
Mas, viva o Pelourinho! É lindo aquilo ali, uma joia que precisa sempre ser cuidada, polida. 





Acordeão, Instrumento da Moda...

 Srta. Mutel, uma beleza dedilhando!!!

 Srta. Arethusa, a graça, elegância e beleza aliadas.

  Srta. Ely, não conteve a sua alegria para a objetiva, satisfeita que estava no grande dia da sua formatura.


 Essa matéria na revista Vida Doméstica de março de 1954 sempre me enlouqueceu, me deu ataques de riso quando eu vi e li e fiquei estupefato, espantadíssimo com o número imenso que havia de mocinhas - e devia ter mocinhos também - que aprendiam a tocar o acordeão - instrumento da moda nos anos 50.
A foto, uma "vista parcial", KKKKK, com uma multidão de mocinhas recém formadas em professoras de acordeão é uma loucura!!! A entrada do Teatro Municipal do Rio, a escadaria repleta, uma multidão querendo ficar na moda!!
João Donato começou a sua carreira tocando o instrumento, tem disco gravado como acordeonista, um disco lindo por sinal, e acompanhava muitos cantores com o seu acordeão. 
Quando eu era menino sempre tinha umas festinhas em que surgia uma menininha ou um menininho que tocavam o acordeão. Era uma maravilha.... "a filha e o filho de fulano de tal tocou na festa, foi uma beleza..."
Infelizmente essa febre pelo instrumento passou. Por mim continuava...
O acordeão ficou restrito às músicas de São João, músicas da época junina. Mas tem um compositor, cantor e instrumentista moderno - e ótimo - que se acompanha com o acordeão, Marcelo Jeneci, que é um barato. 
Tem os acordeonistas franceses antigos que são ótimos, o instrumento que era a cara de Paris. Sous le ciel de Paris...
Amo essa matéria, Acordeão, Instrumento da Moda. Há anos queria colocar aqui. 


 E a professora, Sra Maria Amália Tristão Tote !!! Deveria jogar duríssimo com as alunas.
-Meninas, toquem com vigor, estão desafinando horrores, preguiçosas, toquem como vigor, já disse!!!

Vista parcial...imagine se fosse a total. Seria o Municipal inteiro! KKKKKK