domingo, 29 de maio de 2016

Dora Lopes . Dezembro de 1956


Adorei essa foto de Dora segurando o seu último lançamento em disco, seu último carnaúba, o seu mais novo microsulco em 78 rotações. Será que foi na época de "Baralho da Vida" um dos grandes sucessos de cantora?
A radiola é uma maravilha, toca disco de gaveta, embutido em um móvel moderno.
A notícia, 30 dias pelo norte " é demais! Ela deve ter aproveitado a turnê e "caitituado" o disco gravado para o   carnaval. 
Dora deve ter voltado exausta para o Rio, isto é, para as noites do Rio.


Aqui tem de tudo! Grande variedade de sortimentos, um grande stock de produtos para agradar a seleta freguesia deste meu magazine de utilidades, inutilidades. Um bazar, um balaio da semana ou de todos os dias sempre em liquidação - para troca de stock e renovação do meu manejo sustentável de papéis velhos fadados ao lixo. 
Eu gosto. Há quem gosta. 
Tenho um  lado traça, me perco entre as páginas de revistas e livros amarelados, esfarelando entre os dedos, se indo, fenecendo mas, antes disso, colho, salvo.
Amei o esta foto foi colhida... de Dora Lopes!
Dora Lopes era uma cantora dos anos 50, tempo em que meus pais eram jovens, portanto, não é uma cantora de "meu tempo", mas me lembro de ouvir lá por casa e em referência à Dora, que "ela tinha a garganta de de ouro", era "a cantora da garganta de ouro" e eu, inocente petiz, imaginava uma cantora com a garganta dourada, brilhante, toda de ouro. 
Dora Lopes era uma riqueza, então!
Nos anos 70, mesmo com a moda retrô quando eu desencavei cantores e cantoras antigas do tempo de meus avós e pais, Dora Lopes nunca "pintou". Mas era um nome sempre lembrado, mas a voz, músicas etc. nunca me liguei. Agora, lendo o A Noite de Meu Bem de Ruy Castro, fiquei sabendo que ela era nos anos 50, uma cantora e compositora moderna para a época, sem aquele vozeirão e vibratos e que pertencia a um time formado por Nora Ney, Dóris Monteiro, Dick Farney, Lúcio Alves, todos cantores afinadíssimos, de voz pequena e modernos pra época. Faziam rádio, mas eram nas boites e clubes noturnos que tinham o seu público maior. Não eram cantores de multidão, mas, de "multidinhas".
Em Belo Horizonte no início do ano, comprei em um sebo duas revistas Alterosas dos anos 50 e, em uma delas, estava a foto que tô jogando aqui no meu artigo do dia, no meu balaio de recordações,  do meu stock e que as traças não tiveram tempo de devorar. Eu cheguei primeiro!



BB . Boca . Brigitte Bardot











Brigitte Bardot em Les Femmes. 
(fotos Google)