"Lady Cunard é um extraordinário exemplo do poder de uma personagem solitária e voluntariosa, um ilustrativo exemplo da anfitrioa que, pela exclusiva força de sua maneira de ser, se impõe à sociedade e nela conquista lugar próprio.É verdade que ela possuía um grande nome e uma grande fortuna, mas o segredo de seu sucesso foi sua personalidade de mulher."
"Lady Cunard gostava de juntar os seus leões, chicoteá_los com sua língua ferina e vê_los lutar uns contra os outros.
Assim fazendo, esperava tornar seus convidados mais interessantes a seus olhos, aos olhos dos outros e, também, explorar seu espírito mordaz."
"Querida Poppy", costumava dizer a uma velha amiga, com um sorriso endereçado aos seus convidados, "ela não mudou nada nestes últimos trinta e cinco anos, não é mesmo, Poppy querida."
Usando essas táticas, Lady Cunard conservava seus convidados perpetuamente aos seus pés, e, por causa da posição de domínio que ocupava na estrita hierarquia social da época, conseguia sair_se bem.
Poucas pessoas que quisessem penetrar na sociedade londrina teriam a coragem de desafiá_la.
"...uma senhora que, pouco antes do início do século (XX), fez com que a sociedade de Londres se ajoelhasse aos seus pés e a manteve, por cerca de cinquanta anos, nessa posição."
..."ser convidado para a mansão Cunard, no número 7 de Grosvenor Square, equivalia a uma bênção social.As festas eram brilhantes, especialmente as músicas, pois Lady Cunard, além de seus talentos como anfitrioa, tinha um excelente gosto artístico e foi uma generosa mecenas de sua época."
Apesar de todo o seu esnobismo extravagante, de sua intemperança de linguagem, quando morreu em 1948, os que a haviam conhecido, tanto amigos, quanto os inimigos, lembravam_se principalmente de que ela lhes havia dado de mais valioso dos dons: o sentimento de excitação. Qualquer anfitrioa que consiga isto, está feita, e pode se esquecer das regras."
( Texto de Elsa Maxwell em A Arte de Receber ).
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