De vez em quando venho aqui para ver as tuas postagens mais antigas e gostei muito destas fotografias do mobiliário antigo da Bahia. É uma época de ouro do mobiliário neste antigo reino, que eramos dantes. Com efeito o mobiliário português dos séculos XVII e XVIII adaptou de uma forma original e feliz as influências espanholas, holandesas, francesas e inglesas. Uma das características deste nosso e vosso mobiliário ´ e a qualidade das madeiras. Usava-se sobretudo madeiras vindas do Brasil, como o pau santo, que aí e no Açores se designa por Jacarandá, o que conferia desde logo uma grande qualidade ao mobiliário. Eu só não compro mobiliário, porque a minha casa é muito pequena, mas tenho uma dessas mesas com torneados (nºs 1 e 2), com o tampo e pernas em pau santo e as travessas em vinhático. É uma peça original do XVII, herança de família.
Mas tenho a sorte de trabalhar num museu com uma belíssima colecção de mobiliário desses séculos e posso usufruir todos os dias da semana da beleza e dignidades dessas peças. Temos até uma cómoda oratório semelhante a do nº 14. Espreita o link http://www.museudearteantiga.pt/colecoes/mobiliario/oratorio-sobre-comoda
Enfim, quando esta pandemia passar e tu poderes viajar, tenho o maior gosto em fazer-te uma visita ao Museu Nacional de Arte Antiga em Lisboa e convidar-te para almoçar no jardim do Museu, com vista para o Tejo.
Aaaaah,Luís, muito obrigado pelo convite, mas viagens, nem sei quado voltarei a fazer! Eu não vislumbro vilegiaturas nem pelo Brasil! Sim os móveis coloniais brasileiros eram uma loucura, tem uma mistura de estilos e um sabor bem brasileiros, os móveis têm movimento, as madeiras ficavam dóceis às curvas, mobiliário para ser usado com conforto. Eu amo a cor do jacarandá, mas, não tem mais. Acabou. Na verdade, prefiro outras madeiras, o Cedro, o Vinhático, a Gonçalo Alves, o Ipê, a Sucupira. E tem tantas outras lindíssimas. Muitos dos móveis do livro de Carlos Eduardo é do acervo do Museu de Arte da Bahia, que tem mobiliário de cair o queixo! Florestas inteiras transformadas em utilitários durante todos esses poucos séculos, foram o suficiente para a extinção de tantas madeiras nobres. Em todo caso, ainda bem que não usaram para fazer carvão. Está um silêncio no convento hoje... Um abraço.
Jorge
ResponderExcluirDe vez em quando venho aqui para ver as tuas postagens mais antigas e gostei muito destas fotografias do mobiliário antigo da Bahia. É uma época de ouro do mobiliário neste antigo reino, que eramos dantes. Com efeito o mobiliário português dos séculos XVII e XVIII adaptou de uma forma original e feliz as influências espanholas, holandesas, francesas e inglesas. Uma das características deste nosso e vosso mobiliário ´
e a qualidade das madeiras. Usava-se sobretudo madeiras vindas do Brasil, como o pau santo, que aí e no Açores se designa por Jacarandá, o que conferia desde logo uma grande qualidade ao mobiliário. Eu só não compro mobiliário, porque a minha casa é muito pequena, mas tenho uma dessas mesas com torneados (nºs 1 e 2), com o tampo e pernas em pau santo e as travessas em vinhático. É uma peça original do XVII, herança de família.
Mas tenho a sorte de trabalhar num museu com uma belíssima colecção de mobiliário desses séculos e posso usufruir todos os dias da semana da beleza e dignidades dessas peças. Temos até uma cómoda oratório semelhante a do nº 14. Espreita o link http://www.museudearteantiga.pt/colecoes/mobiliario/oratorio-sobre-comoda
Enfim, quando esta pandemia passar e tu poderes viajar, tenho o maior gosto em fazer-te uma visita ao Museu Nacional de Arte Antiga em Lisboa e convidar-te para almoçar no jardim do Museu, com vista para o Tejo.
Um abraço lusitano
Aaaaah,Luís, muito obrigado pelo convite, mas viagens, nem sei quado voltarei a fazer! Eu não vislumbro vilegiaturas nem pelo Brasil!
ResponderExcluirSim os móveis coloniais brasileiros eram uma loucura, tem uma mistura de estilos e um sabor bem brasileiros, os móveis têm movimento, as madeiras ficavam dóceis às curvas, mobiliário para ser usado com conforto.
Eu amo a cor do jacarandá, mas, não tem mais. Acabou. Na verdade, prefiro outras madeiras, o Cedro, o Vinhático, a Gonçalo Alves, o Ipê, a Sucupira. E tem tantas outras lindíssimas.
Muitos dos móveis do livro de Carlos Eduardo é do acervo do Museu de Arte da Bahia, que tem mobiliário de cair o queixo! Florestas inteiras transformadas em utilitários durante todos esses poucos séculos, foram o suficiente para a extinção de tantas madeiras nobres.
Em todo caso, ainda bem que não usaram para fazer carvão.
Está um silêncio no convento hoje...
Um abraço.