Comprei esta fotografia em 2016/17 em um bazar, junto com ela estava um livrinho de orações que já postei aqui, o Nova Cartilha da Doutrina Cristã, que pertenceu a esta garotinha quando moça, datado de 1945. Quando vi a foto é claro que endoidei com a beleza da imagem que, até alguns dias quando escaneei e fotografei para postar aqui, julgava tratar-se de um menino, já que a roupa usada por ela e pelas crianças na época eram todas parecidas, tipo uma batinha que servia para ambos os sexos. O cabelinho curtinho, cortado rente ao casco parecia o de um menino, mas, era uma menina, que vir a saber ao retirar a foto da moldura e ler a dedicatória enviada a uma Mme. Hilda Lima por Lupercília, uma menininha por quem os pais escreveu assinando por ela.
Lupercília deveria ser uma menina negra de família abastada, ou com certos recursos financeiros, pois para posar em um estúdio fotográfico como o Maffra daqui da Bahia, havia que ter grana. A foto é enviada a uma Madame, a família de Lupercília deveria ser bem relacionada. O traje da menina é muito bonito e rico, em rendas, o sapatinho de alça em verniz, ela está uma beleza, linda...emocionante a foto e pensar que, muitos anos depois a mesma e mais o livro de orações dela estivessem em um bazar para venda, quem sabe, num estágio antes de ir para o lixo se eu não os tivesse comprado. Eu me interesso por velharias, a maioria, não, talvez ninguém visse a beleza da foto, a humanidade da foto, a história da foto e todas as relações que me passa pela cabeça quando a olhei, quando olho ela. Lupercília foi uma menina privilegiada, já que a maioria negra do país não tinha condições de registrarem a imagem de seus filhos em um fotógrafo profissional. Esta imagem é, portanto, um registro importante, histórico sobre as famílias negras da Bahia do início do século XX e das famílias negras que ascenderam socialmente.
Fico intrigado com o corte do cabelo da menina que ficou parecendo um menino. Anularam o cabelo dela. Não sei se por "higiene" foi cortado assim, não sei se às meninas negras não era dado o prazer de ver seu cabelo crescer, se achavam feio o cabelo do negro...se desprovido de beleza, não merecia crescer...não sei se era moda ou costume da época esse corte.
Hoje isso não acontece.
Me lembro de muitas meninas negras com o cabelo grande dividido ao meio e com duas trancinhas amarradas nas pontas uma à outra. Lupercília estava quase carequinha. Mas, que distinção, e que olhar e que porte!
Uma foto mágica esta.
Foto de Carmen Mayrink Veiga da coleção de revistas Manchete do amigo Paulo. Na capa, além de Carmen, Tereza Sousa Campos e Lourdes Catão, as eternas três mais elegantes da outrora altíssima sociedade carioca.
Puxei a brasa para minha sardinha, aliás, para o Antiguinho e destaco as imagens de Carmen que, em 1961, já era o colosso de sempre, mesmo que ao lado de Lourdes e de Tereza.
O fotógrafo Hélio Santos foi o autor das imagens.
Carmen Mayrink Veiga, A Colossal!!
É também chamada de Nossa Senhora da Lampadosa. Todas clareiam os nossos caminhos.
Esta estampa remete a Nossa Senhora das Candeias padroeira da cidade do mesmo nome aqui da Bahia. A igreja fica no alto de um monte como o da estampa. Agora deve ser um monte revestido de construções mil.
Quando petiz estive lá, mas não lembro de quase nada. No Rio de Janeiro, ensaiei uma ida à Igreja da Lampadosa no centro, mas não fui...ai!, a violência urbana que reduz os nossos passeios e o direito de ir e vir a zero. Horror! Zoninhas de conforto prefiro, mesmo sem luz...mas, na próxima ida à Cidade Maravilhosa (?) irei visitar a igreja e ver a imagem da Luz, da Lampadosa. Rezar e pedir claridade. Depois, comprinhas caríssimas no Saara, Rua da Alfândega e adjacências.
Esta estampa é de um quadrinho, aqueles bem populares, antiguinhos que eu amo tanto...moldurinha vermelha, coberta por um plástico amareladíssimo. Separei para colocar um vidro legal e deixar a imagem bem visível.
Nossa Senhora das Candeias merece.
Dia 1 foi Dia de Todos os Santos. Este ano venho de Candeias. De Lampadosa.
Carmen Mayrink Veiga em uma festa de carnaval no Rio nos anos 80 ou final dos 70 ao lado da amiga Regina Marcondes Ferraz. Atrás, Danuza Leão. A foto é do arquivo de Danian Dare que me mandou via Face.
Há alguns anos postei a foto abaixo que saiu na Interview, com a legenda, Carmen from Taj Mahal que adorei. Carmen estava, para variar, um deslumbramento, linda, magérrima, com as costelinhas aparecendo em um corpinho de menina quando, na verdade, já deveria estar nos seus gloriosos cinquenta anos. Um luxo só, Carmen sempre um luxo.
Há anos que estou atrás de uma Manchete que na última página traz uma foto enorme e colorida de Carmen neste baile. Será que alguém tem????? Eu gostaria imensamente de postar um Carmen Mayrink Veiga From Taj Mahal 3.
Cartas para a redação.
A palavra é...LUXO!
Salvador, Bahia...
-E agora inventaram esta...o dictafone! Ter de suportar a voz do chefe directamente em meus ouvidos, além da presença do insuportável na repartição. Ó céus!!! Como sofre uma humilde secretária moderna!!!
-Já estou vesga! Não distingo mais as letras. Acho que vou ter uma síncope na repartição!
O Meu Secretário de Domingos Neves, década de 40, um super interessante e engraçado manual para quem pretendia ser um exímio funcionário de escritório. Hoje o livro é uma piada, bom para rir, pois as coisas mudaram muito depressa...os anos 40 parece uma coisa remotíssima e que não tem mais nada paralelo nos dias de hoje. Nem escritórios existem mais em tempos de computador, celulares, de horários flexíveis, de tarefas feitas em casa etc. etc.
- Estou mofina de tanto ficar em pé, as varizes borbulhando nas pernas. Ai!!!!!
- Maldita seladora de cartas! O dia inteiro a selar! E hoje a desgraçada está emperrando. Vou ter um ataque!
Mil vezes maldita!!
-Por que as bailarinas dançam sobre as pontas dos pés?
. para parecerem mais leves.
. dar a sensação de que vão levantar voo.
. imitar a graça e a leveza de uma borboleta.
. na ponta dos pés o corpo parece ser mais esbelto e mais fino.
. acentuar o alongamento da linha do corpo: evasão para o alto. para o imaterial. para o imponderável.
Respostas na ponta da língua em...Coleção Tempo de Saber, 1967. Editora, Liceu, Rio de Janeiro. Ilustrada por: Phillipe Daurie, Jacques Poirier e Oliveira Monte.
Ilustração da coleção Tempo de Saber, volume Por Quê? Cada número da coleção correspondia a uma pergunta e este desenho aqui ilustrava a questão: Por que se constroem arranha-céus?
Cruzes!!! Sabe que eu não sei até hoje!!!!!!!!
A coleção é de 1967. Editora Liceu, Rio.
Ilustravam a coleção - que é francesa - os desenhistas, Phillipe Daure, Jacques Poirier e Oliveira Monte.
"no segundo andar daquele arrrrrranha-céu, tem alguém a chorar, tem alguém a chorar..."
Matéria da revista Muito do Jornal A Tarde de setembro de 2019. Fotos de Adilton Venegeroles. O Museu Wanderley Pinho que fica no recôncavo baiano está em projeto de restauração, aliás, este é mais um. Casarão, capela - enorme, na verdade uma igreja, pelo seu tamanho - senzala e engenho de açúcar, esperam por um ressuscitamento, um bom restauro, uma serventia e um destino digno deste belíssimo conjunto do século XVI, incendiado pelos holandeses no século posterior e reconstruído no século XVIII com a feição que está até hoje.
O local já foi assaltado - saqueado - muitas vezes e teve suas peças e seus móveis surrupiados. Onde foram parar????
-Quero ser reaberto!!
-Abram, por Cristo!!!
-Por Nossa Senhora da Conceição!!!
Ruínas do engenho e senzala.
Os móveis que restaram guardados em um depósito.
O projeto que levará vida ao local, um uso, uma finalidade. Aguardemos a obra...pra este século ainda?????
Apelemos para todos os santos!
Uma quartinheira. Adoro.
-Quem pegou minha quartinha na quartinheira???
-Trate de devolver pra sinhá!
Algumas imagens sacras que restaram. Abaixo a pintura do teto da capela, a Igreja de Nossa Senhora da Conceição.
Hoje, 28 de setembro,
aniversário de BB.
Santinho antigo com a estampa clássica e linda dos santos gêmeos.
E salve 27 de setembro!
E, breve, só nos jardins botânicos.
Foto amarelecida achada nos brechós. Alguém foi lá, no verde, viu, clicou e fez uma imagem régia.
Foto de Ricardo Stuckert.
Do pintor pernambucano João Câmara, essas litografias fazem parte do painel O Baile da Ilha Fiscal, nele, personagens do antigo high society carioca são retratados - tratados - com fina ironia pelo artista. Tereza e o marido Didu Souza Campos, Jorginho Guinle e Ibrahim Sued aparecem com "ar de falso luxo, um luxo falsificado".
Este trabalho de João Câmara foi apresentado na XV Bienal de São Paulo, é formado por seis montagens com litografias chamadas de A Caravana Uiva, trocadilho com "a caravana passa" um dos muitos bordões usados pelo colunista Ibrahim Sued em suas colunas sociais. Havia ainda um filme de 16mm, "Um tiro na Questão".
Eu conheço a obra de João Câmara, um dos artistas plásticos mais fantásticos e importantes do e para o Brasil, mas fui conhecer esta maravilha de painel, graças aos sebos onde ando e onde encontrei a revista Arte Hoje de novembro de 1979, editada pela Rio Gráfica Editora. As fotos da matéria são de Rômulo Fialdini. Comprei a revista e tratei logo de escanear para colocar aqui.
Fui ao Google ver se achava imagens do painel completo, mas, não há.
João Câmara em 1979 e, abaixo, Ibrahim Sued, detalhe da obra do artista na capa da revista Arte Hoje.
-Estou nesta posição desde o século XVIII, não consigo me mexer, pesada que estou... ancas, anquinhas, espartilhos, califon, calçolas, anáguas, tecidos, veludos, sedas, chamalotes, damascos, babados, rendas, passamanarias, arremates, laçarotes, perucas, apliques, meias, atilhos, sapatos... não faço xixi, nem ao menos posso morrer! Presa na corte, ao palácio, nas telas, nas estampas, nos livros, nos bibelôs, nos antiquários, nos brechós, nas casas abandonadas. Ó céus!!
Fraternidade.
Igualdade.
Liberdade para uma pobre dama da corte francesa, é o que eu peço!
(a ilustração é de H. Charles Mc Barron para o álbum Trajes de Todas as Épocas).
Desenho de Mário José de Lima para o álbum de figurinhas Trajes de Todas as Épocas, publicação da Editora Brasil-América, edição de 1965. Pelo tipo das ilustrações, o álbum deve ser dos anos 50.
O álbum é muito legal com desenhos muito bons e, interessante, as figurinhas já vinham no próprio álbum para serem cortadas e coladas pela petizada. Foi um álbum sem aquele desespero de comprar os pacotinhos com as "balas" para colar e encher as páginas.