quarta-feira, 28 de junho de 2023

Clichês Antonio Sepúlveda . Rio de Janeiro . Anos 40


O clichê é uma arte gráfica, uma impressão feita em chapa metálica ou de zinco na qual uma matriz  é gravada de texto ou imagem, coloca-se a tinta e o desenho será reproduzido mil vezes, daí a expressão clichê denominando um conceito, por vezes pejorativo, ou comportamento que, de muito repetido, vira um padrão, um lugar comum, um clichê.

O clichê é chamado também de estereotipia, imagem reproduzida através de um estereótipo à exaustão. O clichê é uma arte gráfica de impressão, feita por uma prensa que passava para o papel a imagem gravada na chapa. E assim a imagem, o estereótipo, o clichê era produzido e reproduzido manualmente numa redação de jornal ou revista e nas gráficas. Era um trabalho artesanal que envolvia desenhista, ilustrador, gravador de chapa, impressor, enfim, envolvia gente de diferentes profissões, especializações que se juntavam, cada qual com a suas técnicas de trabalho diferentes a executarem o serviço de impressão que chegaria a milhões de pessoas, leitores e leitoras de jornais, revistas etc.

Antigamente todas as publicações tinham clichês. Hoje raramente se vê. Nos anos 70 muitas produções de livros de baixo custo usavam o clichê. Era o jeito que os autores iniciantes publicavam os seus livros, porque as editoras não se interessavam em arriscar em novos autores. Muitos começaram com livrinhos impressos em tipografias simples. 

Convites, santinhos, cartões de visita, folhetos, panfletos, propagandas e muitas coisas mais eram feitos através do clichê: simples, barato e dava para o gasto.

Eu adoro o clichê, adoro os defeitos, as imperfeições, as manchas de tinta, a reprodução de textos e imagens bem populares e engraçados. Tinha também os clichês muito bem elaborados, bem impressos, clichês mais chiques. Todos tinham o seu charme, o charme de ser feito à mão.

Aqui no blog eu coloco sempre clichês, escaneio e jogo aqui. Recentemente fiz uma postagem do Leite Innoxa, que é uma maravilha, do Jornal das Moças coloquei as modistas Mmm. Spàvier e Mmm. Ottra Mary que, por sorte minha havia um clichê de uma "clicheria" se é que se podia dizer assim de uma tipografia, na verdade. Assim, o Clichê Antonio Sepúlveda se dá a conhecer, ele faz a auto propaganda, é dele então a autoria daqueles clichês do antigo Jornal das Moças e de inúmeras publicações da época.

Então fica aqui registrado o Clichê Antonio Sepúlveda que atendia os clientes na Rua Gonçalves Ledo, Rio de Janeiro, telefone 43-1714.

Vou ligar hoje mesmo para lá e fazer umas encomendas de clichês variados.

A publicação desse Jornal das Moças é de março de 1943. Mas a Clicheria de Antonio Sepúlveda deveria existir e funcionar desde muito antes. 

 








Uma prensa de madeira do século XX e abaixo uma oficina de prensagem na Idade Média. E tudo começou com Gutemberg que facilitou a vida dos antigos copistas e deu início às impressões em série.

Acima, a revolucionária máquina de clichê e impressora Stanhope de 1833.

Uma imensa e magnífica sala de impressão e de clichês do final do século XIX ou início do XX. (Google)

Um clichê em chapa gravada de metal. (Google)

 Abaixo, uma outra prensa super poderosa para clichês. (Google)