sábado, 13 de outubro de 2018

João do Vale . Texto de Ferreira Gullar


 Dos meus guardados: João do Vale homenageado em artigo muito legal escrito por Ferreira Gullar para a Folha de São Paulo em dezembro de 1996. Os dois eram amigos de Nara Leão que, com mais Zé Kéti fizeram o show Opinião em 1964.
Nessa época, apesar de criança ainda, eu tinha 9 aninhos, já adorava Nara. Ter o disco, que eu via nas vitrines das lojas da rua Chile - a C. Sampaio e a Casa da Música -, nem pensar em comprar...não tinha dinheiro. O jeito era ouvir pelo rádio.
No início de 1971, por acaso, fiquei amigo da filha de Ferreira Gullar, Luciana e, conversando com ela sobre o show, que eu sabia ter o pai dela elaborado, comentei que eu nunca tinha conseguido comprar o disco Opinião que, naquela época, 71, já estava fora de catálogo. E ela me disse que tinha "alguns" em casa e que assim que chegasse ao Rio me enviaria o disco pelo correio. E não deu outra: recebi o tão esperado e sonhado LP que tenho, é claro, até hoje. Dentro do disco ainda conservo o papel do correio da época com o nome e endereço do remetente e do destinatário...euzinho bem feliz kkkkk
No final dos anos 70, fui ao Rio e liguei para o jornal onde Ferreira Gullar trabalhava na época para perguntar por Luciana e ele me falou que a filha não estava no Rio e pronto. Perdi o contato. Mas o disco eu agradeci muito a ela na época.
Por ocasião da morte de Ferreira Gullar vi pela imprensa fotos de Luciana, aquela que me deu um presentão, o disco do show Opinião
Até que rimou!



Nara Leão e Texto de Carlinhos Oliveira


Procurando uma foto de Nara, fui remexer nos antigos lps da cantora que também me serviam para colocar recortes aproveitando aquele invólucro de plástico. Não achei a foto em questão, mas achei coisas ótimas por lá e que já nem lembrava mais, como esta crônica de Carlinhos Oliveira que eu datilografei kkkkk, colei uma foto e guardei dentro de um dos discos.
Carlinhos Oliveira era um cronista maravilhoso, escrevia divinamente bem e o Rio de Janeiro dos anos 60, 70, quem quiser encontrá-lo, ter uma ideia do que a cidade já foi um dia, basta ir à leitura de suas crônicas. Nara Leão, como se percebe pelo texto/declaração de amor, era uma paixão dele, aliás, Nara era a querida, era unanimidade entre todos os intelectuais da época e de todos aqueles que gostavam de música de alta qualidade. 
Nara, também uma intelectual, escolhia primorosamente o seu repertório, gravava o melhor dos compositores da sua época, desencavava músicas lindas e esquecidas no tempo e também tinha um faro incrível para descobrir novos compositores.
 E é isso. Aliás, faço minhas as palavras de Carlinhos Oliveira.