domingo, 24 de abril de 2022

José Pedreira

José Pedreira e Luana de Noilles.

José Pedreira foi um colecionador de arte aqui de Salvador, sua casa, segundo um amigo meu, Walter, era um colosso de coisas lindas e antigas, móveis, pinturas, tapeçarias, louças e faianças inglesas, francesas, chinesas, artes decorativas, enfim, tudo aquilo que Pedreira com o bom gosto que tinha foi comprando ao longo de sua vida. Muita coisa que pertenceu a ele está hoje no Museu de Arte da Bahia.
José Pedreira também era escritor e o seu livro de contos, Rosa de Noite, de 1953, é ilustrado por Caribé. Eu tenho esse livro e já fiz uma postagem sobre ele aqui no blog.
Não conheci Pedreira, o meu amigo Walter privava da intimidade e foi ele quem me deu essas fotos que estou colocando aqui, hoje, depois de tanto tempo escaneadas e guardadas comigo.
José Pedreira tinha um apartamento no Edifício Oceania numa época em que ali só moravam as  tradicionais e endinheiradas famílias baianas. Hoje moram as endinheiradas.
Walter me contou que nos últimos anos da vida de Pedreira ele havia comprado um terreno pelos lados de Cachoeira onde havia um casarão setecentista que ele comprou e estava planejando restaurar, decorar e ali viver. Não pode levar o seu plano adiante porque pouco tempo depois ele faleceu.
Abaixo coloco umas fotos que são do acervo de Walter
Meu amigo Walter à esquerda de José Pedreira sentadinhos na janela de uma igreja lá por Cachoeira onde Pedreira havia comprado a dita casa.

José Pedreira e um amigo que não sei quem seja, também no mesmo local, arredores da cidade de Cachoeira.
Um bilhete escrito para Walter. Walter adorava Pedreira e guardava essas lembranças do amigo com o maior carinho. Felizmente eu escaneei o que está aqui porque tudo o que era de Walter se perdeu depois. Ai, a vida! Ai!
Uma anotação de Pedreira.


A notícia do falecimento de José Pedreira - 1923-1981- e, abaixo, duas participações de missas por ele publicadas em jornais de Salvador. Pelos nomes que constam nos convites dá para se notar como Pedreira era muito bem relacionado com toda a sociedade baiana tradicional. Muitos desses nomes figuravam em todas as colunas sociais que narravam as festas, casamentos, viagens. Tem anos que não ouço falar e nem leio sobre mais nenhum deles. Ou empobreceram ou estão vivendo ainda muito ricos, mas recatadamente.