quinta-feira, 30 de abril de 2020

Paul Facchetti


Restaurando a sobrecapa do livro de bordados reparei no nome Paul Facchetti ao lado da foto da capa. Fui ao Google e fiquei conhecendo o trabalho do fotógrafo que, desde a década do século passado, trabalhou em seu estúdio/galeria, em Paris, fotografando para publicidade e moda. Fez retratos, fotos que ele denominou abstração lírica e fez muitos nús belíssimos. Eclético, esta é a palavra que poderia definir o trabalho de Paul Facchetti.
Uma coisa puxa a outra, as pedras se encontram ou, às vezes, conhecimentos se colocam onde não esperamos. Puxa-se um fio e sai uma corda. Talvez eu jamais fosse procurar pelo trabalho desse fotógrafo...são tantos! e, eis que ele me surge ao lado de uma foto catita de uma mocinha apresentando um belo trabalho de agulha, já fazendo o seu treinamento de futura senhora prendada.



 Olhe ele aí!!
Facchetti era franco italiano, nasceu em 1912 e faleceu em 2010.


Brigitte no início dos anos 50 se apresentando ao mundo e... apresentando geladeiras! Geladeiras lindas por signal, queria as duas para mim!! Brigitte Bardot eu já tenho há muito tempo, sou fã n1.

 Fotos de publicidade belíssimas, com inspiração surreal, aliás Facchetti  foi amigo de Dali.



Coty. Quantos milênios eu não vejo um produto Coty! Será que não existe mais...




5. Podre de chique. Podre. Podre. Podre. Já conhecia essa série de fotos para o n. 5 de Chanel, mas não sabia quem seria o fotógrafo delas. Agora sei...

 Acima, modelo de Balenciaga, 1952.

O surreal em Facchetti.


Abaixo 4 fotos de corpos negros super bonitas, uma série feita em 1947.








Surrrrrreallll


A capa de um livro dedicado à obra de Paul Facchetti que eu amei conhecer hoje!


quarta-feira, 29 de abril de 2020

Enciclopédia de Trabalhos Manuais


Livro incrível com tudo o que se possa imaginar de trabalhos manuais à base da agulha, bordados e tais. O livro me lembrou o Mãos de Fada, original italiano, aliás, os desenhos e esquemas são os mesmos, idênticos. Esta Enciclopédia de Trabalhos Manuais é de autoria da gaúcha Bertha Schwetter, e foi editado pela Globo em 1958. Esta é a quinta edição.
Já havia postado algumas coisas desse livro, inclusive a dedicatória linda feita de uma filha para a mãe, ofertando a Enciclopédia com carinho e ensejando muitos trabalhos nas agulhas.
Bem, a sobrecapa estava acabada e há tempos que queria restaurar. Neste tempo de quarentena, já repreguei e colei as partes rasgadas, os estragos feitos pelo manuseio e pelo tempo. Enfim, ocupei meu tempo. Falta aplicar-me aos trabalhos de agulha. Será que consigo? Será???

terça-feira, 28 de abril de 2020

Giló . Sobe e Desce



O livro escrito por Darwin Brandão feito à partir de pesquisas sobre o tema comidas de origem africana e o hábito arraigado de de comê-las em toda à Bahia. O Sobe e Desce, na verdade, é um ensopadinho, um cozido mais simples. O giló é um dos legumes usados e entra como contraponto ao gosto adocicado da abóbora. Dá o tchan. Uma irmã mais velha de meu pai falava desse nome, mas, na minha casa da infância era ensopado, ensopadinho mesmo. Comia-se com arroz ou pirão feito do caldo. O molho de pimenta fresco na mesa. Era comida do dia-a-dia, sem salamaleque algum e feita durante às longas manhãs de antigamente. A carne era posta para cozinhar bem e, ao ficar mole, quase cozida, jogava-se os legumes e verduras. 
Nas receitas que aqui estão a carne do boi e a de sertão, pelo visto, eram cozidas apenas uma vez. Haja dente. Sei que se cozinha antes, senão não há quem mastigue.
Fui ver no livro de Hildegardes Vianna as receitas com giló, o Sobe e Desce - Escaldado de Giló - está lá, assim como um Ensopado de Giló.
Minha mãe adora giló, sempre cozinha ele puro com temperos e come com qualquer comida, principalmente o feijão, aquele simples do meio da semana e faz também o giló frito, que eu adoro.
Aqui em Salvador de vez em quando eu encontrava o giló branco que nunca mais vi nas feiras. É uma delícia, é maior que o outro, não tem aquele amargo forte e tem muita massa. Frito ou no ensopado - no Sobe e Desce - kkkkkkk é uma delícia!!!
Delirando com o giló, nesses dias amargos, imaginei um arroz salteado com giló e alho fritos. Com macarrão também. Hum!!! Acho que pode ser bom. Vão descer bem.

(desenho de capa de Noguchi)





(ilustração de Lênio Braga)

domingo, 26 de abril de 2020

Giló


Nesse tempo amargo, aliás, amaríssimo, me lembrei de uma ilustração do giló feita para o livro de Darwin Brandão, A Cozinha Baiana, reeditado nos anos 70 pela Edições de Ouro. Aliás, há muito tempo que eu queria escanear algumas das belas ilustrações de Poty para este livro especial, não só de culinária baiana de origem africana, mas também das tradições, costumes, hábitos que aqui na Bahia prosperaram de maneira particular.
Dos muitos ingredientes usados está o giló, que é amargo, mas uma delícia se bem preparado. Amargo mas pode ser gostoso. Como o giló e suas preparações mágicas que o transformam, vamos tentar transformar esse amargor que estamos vivendo em algo proveitoso e saboroso no porvir. 

quinta-feira, 16 de abril de 2020

Rugas Precoces

-Tudo fechado, todas as lojas...onde vou comprar o meu Diadermina!!!!????? Estou a craquelarrrrrrrrr!!!!!!!!!!

quarta-feira, 15 de abril de 2020

Porta e Postigo



Foto do livro História de Sorocaba de Aluísio de Almeida que eu comprei há pouco tempo pelas imagens - principalmente essa - que ele traz, como essa janela espetacular do século XVII, austera, divina, com o postigo alto, na parte alta da janela, para que a intimidade do interior da residência não fosse jamais devassada, mas deixava, porém, que o ar entrasse arejando o ambiente familiar.
Imagino que as mocinhas deveriam subir em bancos e só os olhinhos delas ávidos de vida, aparecessem no alto do postigo vislumbrando a rua, o movimento, o mundo.


(Cresci ouvindo essa palavra, postigo. Abra o postigo, feche o postigo, não abra a porta, abra o postigo, veja quem é pelo postigo, não deixe o postigo aberto, não deixe o postigo fechado. - está vendo? se o postigo estivesse fechado certo alguém não tinha entrado, se o postigo estivesse aberto dava para ver quem estava chegando... tá chovendo? abra o postigo pra ver. A chuva parou?olhe pelo postigo... vamos dormir, feche o postigo.
Eu acho que hoje ninguém sabe o que significa postigo, muito menos a sua finalidade e a função: resguardo. 
E alguém sabe o que é resguardo hoje?)

terça-feira, 14 de abril de 2020

Balangandã

Foto em um site de leilão.
Que tudo nos possa trazer saúde e sorte e... fora olho gordo!
A tradição do balangandã na cintura poderia voltar à moda, bem à vista, bem sai pra lá!
Umbigada com balangandã. Sai de baixo!
O mistério, o feitiço, o misticismo, a magia, a espiritualidade, tudo unido para a tranquilidade.
Ai, um balangandã! O meu, o seu, os nossos. À postos. Em cima do móvel da sala, da penteadeira, do aparador.
-Vai sair? 
-Leve o balangandã!
Nesses tempos tão escuros, o vermelho do cobre, o amarelo do bronze, o latão, a claridade da prata, o dourado do ouro, a madeira de lei, tudo na cintura blindando os olhos ruins para que escuros fiquem. Sem luz.
Nesses tempos doentes, um balangandã iria tão bem, com qual roupa? Com todas um balangandã cairia bem.
Na máscara ficaria bem. Na cara.
-Vai sair? 
-Leve a máscara e o balangandã, meu bem.



quarta-feira, 8 de abril de 2020

Carmen Verônica. Yes, Nós Temos Carmen!!!


Recebi hoje este presente vindo de Antonio, um amigo de SP. Carmen Verônica, a mulher rena, alce, veado e todos os que ela incorpora, representa neste falido planeta atualmente tão sem graça. E doente pra piorar! 
Carmen é alegria, é frescura, é graça, é humor, humor snob e elegante, chique, irreverente, louco, absurdo, tudo enfim. Ela é única, uma glória do nosso teatro, da TV e do cinema brasileiros.
Aqui nesta imagem - que eu não conhecia! - ela está de mulher banana, banana do Brasil, bananérrima em verde e amarelo. Assim ela aparecia ricamente trajada nos espetáculos de Carlos Machado e de outros diretores, quando ainda era uma simples girl, se é que Carmen Verônica foi algum dia uma simples girl, aquela que entrava muda e saía calada de cena. 
Carmen era um texto. 
1.80 de mulher. Corpo violão. Provocante. Sensual. Boneca. E o público ia ao delírio oH, ah!, oHHH,AHHH, AAAHHHH, OOOHHHH!!!!!

domingo, 5 de abril de 2020

Dois Modelos de: Aparício Basílio da Silva e Denner


Um Aparício Basílio da Silva que está nos guardados - e para vender - de meu amigo Samuca de São Paulo. É tipo um casaco para sobrepor ao vestido, o tecido é super grosso, chega a dar agonia, próprio para o tempo em que São Paulo fazia muto frio.


Abaixo um Denner que à primeira vista julguei ser um vestido dos anos 20, 30, um vestido modernista, mas, qual, é um autêntico Denner Pamplona de Abreu de retalhos de seda, botões forrados, super bem executado. Meu amigo Samuca flagrou o costume pendurado em um cabide no meio da feira de antiguidades do Bixiga. Pedi que ele voltasse para fotografar detalhes, mas coisa vai, coisa vem e ele não voltou. Agora em São Paulo fui na época do carnaval e a feira da praça não funcionou.

Quem será que vestiu este Denner???
Danian Dare, eis os dois costumes que te falei.

Elis


Ultimamente tenho revisto algumas apresentações de Elis pelo mundo e sempre fico impressionado com musicalidade e perfeição técnica da cantora já madura nos anos 60, apesar de ainda bastante jovem em idade.
De 1969 vi os ensaios e a apresentação em Portugal, acho que a primeira vez que ela cantou lá.
No Facebook tem o grupo analisando Elis Regina que descola mil imagens de Elis.
A ilustração, ou um negativo de foto, não sei, é da revista/jornal de 1971 que eu já postei o volume todinho aqui.
Elis Regina, Elis Rainha, uma lacuna na música brasileira impreenchível.