quarta-feira, 23 de novembro de 2016

Maria Bethânia, Renata Sorrah e o Retratista Português Pedro Leitão


 Coluna de Hildegard Angel, abril de 1998.


"Cosme e Damião" Policiais Militares da Bahia


Quando eu era memino ouvia muito a expressão Cosme e Damião designando a dupla de policiais militares fardados que faziam a guarda em algum lugar, seja nas ruas, esquinas, porta de instituições etc. Hoje esse título já não se dá  à dupla de policiais e caiu em desuso a expressão "Cosme e Damião". 
Também os santos gêmeos, uma devoção tipicamente baiana e comemorada todos os anos com muito caruru por quase a totalidade das famílias baianas vem, a cada ano, perdendo o seu vigor - sinal dos tempos - mas o costume ainda continua. 
Qual a casa de antigamente que não tinha a sua imagem dos santos gêmeos? Todas tinham e no dia do santo, elas, as imagens, ficavam na frente dos oratórios em destaque e recebiam as primeiras porções do caruru - em cumbuquinhas de barro -  feito na casa do devoto. Tinha famílias que fazia carurus imensos e pra um mundaréu de gente, outras, carurus pequenos, só mesmo pra família, alguns parentes e pouca gente de fora. Mas a fé era a mesma. Fazer o caruru era obrigação de todo ano. Guardava-se dinheiro para setembro e, se por algum motivo não fizessem o caruru, no outro ano não deixavam de manter a promessa de oferendar os santos. Promessa era promessa.
Bons tempos os de fartura de tantos carurus e que até selecionávamos em quais casa iríamos comer.
Bons tempos aqueles, tranquilos e guardados pelos antigos "Cosme e Damião", os guardas. Às vezes, quando eles se detinham muto tempo em algum bairro, ficavam até amigos das famílias. Chamávamos eles de "Seu Guarda". E era um tal de "Seu Guarda" pra cá, Seu Guarda pra lá...
Essas fotos são de um antigo livrinho institucional do Governo da Bahia dos anos 50 ou 60.



E tinha a dupla de policiais femininas também. Mas, neste caso, nunca ouvi se referirem a elas como as santas gêmeas, Crispina e Crispiniana,