sábado, 18 de outubro de 2014

Plano Inclinado Gonçalves: "Dá Uma Esmola pra Ceguinha"




Plano Inclinado. Adorava uma senhora gorda que ficava em uma barraquinha azul que era... do tamanho dela! Víamos apenas o seu tronco através do espaço aberto que havia na frente e por onde ela mercava um grande sortimento de borrachas, lápis, canetas, lapiseiras, cadernetas, tabuada das 4 operações, gillete azul- o balcãozinho dentro da barraquita era o um mostruário de giletes com um vidro por cima cheio de coisas para vender.
Ela ficava ali o dia inteiro e ficou por décadas naquele ponto, um "cantinho" em um dos lados do Plano. Acho que quando ela levantava a barraca ia junto. Ela era o próprio quadradinho. Azul.
Era o tempo das filas grandes, pois a subida para a cidade alta se fazia muito por ali e esse afluxo de gente atraía muitos pedintes, esmoleres, gente necessitada. Entre eles tinha uma senhora negra, magrinha e cega que levava nas mãos uma cuía de queijo Reino a pedir esmola.
Ela sacolejava a cuía com as moedinha dentro e dizia sem parar: "dá uma esmola pra ceguinha, dá uma esmola pra ceguinha, dá uma esmola pra ceguinha". 
Como a senhora da barraca, ela ficava ali o dia inteiro e, durante décadas, cantou entoou o seu rap da ceguinha.
Adorava aquelas duas. KKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKK 

Fotos do site Bahia Notícias, do Correio da Bahia e de A Tarde.

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