terça-feira, 18 de janeiro de 2022

Damas e Cavalheiros de um Velho Papel de Parede

Em um apartamento antigo que morei durante um bom tempo, um dos armários era revestido no interior com um tipo de papel de parede texturizado e estampado com essas silhuetas em negro de cavalheiros e damas antigos no centro de medalhões. O papel colado à  madeira que estava carcomida por cupins estava praticamente destruído. Para higienizar tive que arrancar tudo, mas fui salvando uns pedaços que saiam inteiros e com figuras intactas. Cortei depois cada uma delas, guardei e esqueci. Achei novamente as tais figurinhas tão bonitas e estou colocando agora aqui depois de tanto tempo.






 

sábado, 15 de janeiro de 2022

A Marcha da Civilização




Esse A Marcha da Civilização é mais um daqueles livros que compro nos sebos ou pelo chão de ruas e praças de Salvador por pouquíssimos caraminguás. Ninguém os quer, mas eu quero! São terrivelmente cafonas, textos horríveis cheios de regras de comportamento, do que é certo e errado, como ter uma vida sã, e tudo sob uma ótica cristã, na linha protestante, e dita regras, regras...um porre!
Mas eu adoro eles! Adoro as fotografias - as coloridas retocadas são demais -,  as cenas bem estudadas, as poses forçadas de estúdio, as montagens das fotos com desenhos, os cenários e as legendas que, de tão terríveis, são o máximo e são as únicas coisas que consigo ler. 
Quem segue o blog deve ter visto o grande número de livros similares a esse que já postei. "A Felicidade Conjugal", "O Moço e Seus Problemas" - e tem a moça também -, "Saúde e Vigor", "Colunas do Caráter", "Avenidas da Saúde", "Nervos", "A Excelência das Boas Maneiras","Matrimônio Feliz" são alguns dos títulos maravilhosos que já estão aqui.
Todos esses livros foram editados pela Casa Publicadora Brasileira, a maioria nos anos 40, 50.



Nessa e em muitas edições o Rio de Janeiro, na época a capital federal, aparece um muitas fotos. Aqui, a Praça Paris, o Hotel Glória no fundo. À direita, a cúpula do Palácio Monroe.


O lar dos remidos? Como estará hoje a Avenida do Mangue?

Paisagem nota 10 do Rio!

Um casal positivamente feliz!


Portanto papais, deem mais atenção à petizada em vez de cumulá-los com presentes caros e inúteis, não é mesmo??

Concordo plenamente com esse posicionamento!


Chega de transportes cansativos e fastidiosos, queremos avião, avião, avião, entende??!!!


 E assim segue a marcha da civilização.

segunda-feira, 10 de janeiro de 2022

Coisas da Globerama



 

Mais uma ilustração maluca e adorável da Globerama - Tesouro de Conhecimentos Ilustrado de 1962. Botticelli estava na cabeça do ilustrador quando criou a sua Vênus com peixinhos e patinho nas ondinhas do mar. Nascimentos. 

E o arranjo da cabeça da Vênus da Globerama é nota 10.

terça-feira, 21 de dezembro de 2021

Verão


 Desenho de Ferdinand T. Mendes para a capa do livro A Cidade e as Ruas - Novelas Cariocas - 1965.

segunda-feira, 20 de dezembro de 2021

Uma Casa Velha


Essa casa ficou visível para mim depois de aberta a via expressa que passa por trás da Baixa de Quintas, eu acho. No lugar onde ela ainda se encontra não resta mais nada antigo, tudo destruído, aliás, construções novas e sem graça se ergueram, mas ela continua ali, bonita e velha, maltratada, mas ainda original. Original.  Janela antiga, porta num vermelho velho, bandeiras das portas de ferro em gradil bonito. Amarela, creme, desmaiada e pálida. Indefinido tom abandonado.

Quando passo por ali vejo uma época que passou, mas ainda não apagada pela presença dessa casa no lugar. Parece dizer, balanço mas não caio.

Não sei o que funciona ali. Ou será ainda um lar?

Linda casa - anos 20 do século XX ? - com adornos bonitos na fachada, ainda resta um vaso ao alto, mas tudo sem destaque no todo pálido.



 

sábado, 18 de dezembro de 2021

Uma Casa Velha

Adoro essas casas dos anos 20 ou 30 do século XX. Elas estão rareando, todas sendo demolidas para dar lugar a uma nova construção em estilo caixote de interior amplo para abrigar qualquer comércio. E assim a cidade se desfigura e assim exemplares da arquitetura das antigas casas de família vão desaparecendo.

Passei por esta casa e vi um movimento de operários e pensei, vão demolir! Tratei de fotografar, mas, algum tempo depois, lá  estava ela toda pintadinha de novo no seu vermelho, o vermelho que parece ser o original, realçado, avivado e, então, imagino que a demolição que virá, com certeza, não será de imediato.

Que bom!

Eu amo esses adornos de fachada moldados em cimento que dão ideia de um balcão sob a janela. Enfeitam, embelezam.  Pintados, ressaem os desenhos de flores e guirlandas tão bonitos e de gosto tão nostálgico...quem morou ali, quem era a família que viveu ali os seus dias até vendê-la para alguém que não a usa como morada - a casa parece ser de alguma instituição e funciona como uma repartição, sei lá.

Quem ali viveu bons e dramáticos acontecimentos?

Lembro da crônica de Hidelgardes Vianna que descrevia as casas de antigamente e o "janelar" todos os dias dos seus moradores, pelas mocinhas e tias velhas apreciando o movimento da rua. Para "janelar" bem e por muito tempo se usava uma almofadinha para não machucar os cotovelos. Tinha muita coisa para apreciar...Nas procissões e dias festivos estendia-se uma toalha adamascada.

E assim seguia a vida de quem fazia da janela uma tela de cinema.

Foi-se esse costume tão prosaico e, hoje, fazer uma janelada pode resultar em incômodo, assalto, invasão da casa, um deus nos acuda qualquer. Socorro! Tempo tenebroso como me dizia um amigo e tão diferente do ingênuo tempo do "janelar" das antigas casas de família.


Ô de casa!

 Participação especial, a fiação da iluminação pública que tece verdadeiras teias e emaranhados sem fim e poluem visualmente toda a cidade. Um horror! Os fios são tantos que se destacam mais que o objeto fotografado. Socorro!

terça-feira, 14 de dezembro de 2021

Carmen Mayrink Veiga . México . 1974





 Um amigo do blog me deu a dica sobre um vídeo onde Carmen Mayrink Veiga aparece em dois momentos, na praia dando pinta com um enorme chapéu, acho que ela não deveria gostar de sol nem de praia e, à noite em grande estilo na abertura de um grande hotel no México em 1974. Não resisti e copiei as fotos e gravei as cenas onde a I e Única surge belíssima, para variar.




quinta-feira, 9 de dezembro de 2021

Torresvidros

Casa de molduras que existiu durante décadas no centro de Salvador e que num piscar de olhos fechou as portas como tantos outros endereços daqui da cidade. De repente caminhando por uma rua damos pela falta de certas casas de comércio que eram a cara da cidade e que estávamos tão habituados a ver e lá não estão mais. Cerram as portas, acabam, porque ficaram antigas, antiquadas, sei lá, não renovaram o "stock" e foram tragadas pelo tempo, pelo moderno.

Na Torresvidros coloquei muitas molduras em quadros. Lá comprei uma coleção de santinhos franceses de primeira comunhão dos anos 50, acho, um refugo maravilhoso, enchi a mão. Na Torresvidros vendia umas Iemanjás pequenas em biscuit que nos anos 70 muita gente tinha em casa e se colocava dentro de uma taça com água. Até hoje eu tenho a minha. "Grande sortimento" KKK de velas em todos os tamanhos, imagens de santos, ex-votos de cera, calungas de louça diversos, cafonálias maravilhosas diversas e interessantes era o que compunha os productos à venda na loja. Uma beleza!

Era a própria dona da loja que atendia, uma senhora ótima, simpática e tinha uma funcionária antiquíssima que trabalhava no balcão.

É coisa!

Os santinhos franceses belíssimos eu já coloquei aqui no blog. A Iemanjá também.



 

sexta-feira, 3 de dezembro de 2021

Carmen Mayrink Veiga e os Álbuns


 


Os álbuns que Carmen Mayrink Veiga fazia e "que ninguém nunca viu", onde andarão??? Com quem ficaram? Com a família? a família doou para alguém, para alguma biblioteca, instituição, um museu? Foram vendidos todos juntos ou separadamente ou será que desapareceram, sumiram mesmo?

Se estiverem guardados e conservados por alguém ou instituição, aqueles álbuns valem ouro, pois contam não só a vida de Carmen em fotos e matérias de revistas colecionados por ela, anotações e a descrição detalhada dos muitos jantares, almoços e festas em suas casas do Rio e de Paris, mas, também, a história de algumas décadas de muito luxo, requinte e sofisticação, anos 50 para os 2000 do século XXI. Um documento, é a palavra.

Sim, essas décadas estão ali contadas através de uma pessoa que viveu um mundo seleto, no qual ela estava incluída, de pessoas privilegiadas, bafejadas pela sorte, daquelas que tinham muito dinheiro, prestígio e tradição. Um recorte. Um viés. Os álbuns, um documento.

De vez em quando releio o ABC de Carmen, livro de crônicas deliciosas que ela escreveu sobre tudo e tão bem e, me bati com o A de álbuns e fiquei a pensar e imaginar como seria interessante que os mesmos fossem editados, publicadas as fotos e os comentários de época por ela feitos. Um documento. Memórias. Ali tem tudo. Seria muito bom que eles viessem à luz.

domingo, 28 de novembro de 2021

Um braço


e pulseira/bracelete de ametistas de matéria plástica usada por uma senhora que estava ao meu lado em uma clínica. Siderei pela pulseira e pela senhora que, simplesmente e muito naturalmente, a usava tipo 10 da manhã de qualquer manhã em atividades corriqueiras como... ir ao médico.
A senhora se produziu, se enfeitou, emperiquitou e lá se foi para a sua consulta. Não imaginava ela que iria encontrar alguém louco por detalhes enfeitativos e fora de moda, esplendor do cafona, que adora detalhes antes tão naturais numa mulher - elas agora andam sem nada - que era o uso de um adorno qualquer, a depender, ametistas verdadeiras no braço da rica e as de vidro ou de plástico nas pobres.  Mais vale um gosto que 100 mil réis! Ainda bem que rolou um gosto barato lilás numa manhã que iria tão cinza não fosse um braço de senhora.

 

quarta-feira, 24 de novembro de 2021

Nara Leão


Foto clássica de Nara, escaneada de um antigo recorte de revista, amarelecido e, por isso, mais bonito ainda.

 A Globo está preparando um documentário sobre a cantora para breve. 

"Será que ela tem na fala mais do que charme, um canhão?

Ou pensam que pelo nome, em vez de Nara, é Leão?"

(Carlos Drummond de Andrade)

terça-feira, 16 de novembro de 2021

A Majestic e Marian Montgomery





 A mulher, embevecida, ouve Marian Montgomery cantando When Sunny Gets Blue, gravação de 1963 que, aliás, acho a melhor. O reclame da Radiola Majestic é da minha pequena coleção da revista National Geographic - esta é de abril de 1959-, que tem fotos e propagandas magníficas.

Amei a embevecida de scarpin viajando no som stereo da Majestic. No fim da música ela deve ter levitado...