sexta-feira, 30 de abril de 2021

Hopper


 

Farmácia Sant'Ana

Fiz essas fotos no Pituba Park Center onde uma das últimas Farmácias Sant'Ana ainda resistia aberta quando a maioria da grande rede já havia sido fechada em toda Salvador.

A Sant'Ana foi uma rede baiana de farmácias que serviu à cidade durante décadas! Em todos os bairros havia uma e, de repente, acabou, fecharam às portas.


Um telefone público! Tanto a farmácia como ele, já não existem mais.


Em todas as farmácias tinha uma imagem de Sant'Ana Mestra ao alto.

Bem, registrei essas imagens há quase 10 anos e tinha elas guardadas. Estou colocando aqui, mais uma vez, coisas que eram a cara de Salvador e hoje já é passado.


E não é que eu achei uma sacolinha da Sant'Ana???



quinta-feira, 15 de abril de 2021

O Coquetel e Texto de Petita Lemos


Esse poema/texto de Petita Lemos é demais! Quase enlouqueci com tantas imagens que Petita nos brinda em seu Coquetéis. Me transportei para noites hibernais e gramados verdejantes dos anos 50, me senti em um coquetel, me servindo de bebidas e comendo salgadinhos. Mas, ah! oh! tempo tão sem distração que vamos vivendo, sem um refrigério, sem uma festinha e sem um coquetel... ó céus!

Há meses li esse texto de Petita Lemos - que nome ótimo o dela!- nesse meu livro de receitas  dos anos 50 e logo pensei em postar porque morri de rir, mas ando tão sem graça que escaneei tudo, mas sem ânimo, protelei, procrastinei, e achei depois o tema tão fútil e pueril demais, mas que fazer se eu amei o texto...se ele me levou a um coquetel que já não existe...mas que existiu. 

Tim Tim!

Bem, se não fosse o texto de Petita Lemos, kkkkkk é claro que eu nem iria pensar em coquetel nesse momento em que não há lugar para reunião alguma. Mas no meu blog e no meu delírio dá para existir esse coquetel de Petita.

Tim Tim!

Minha avó tinha na cristaleira dela uma coqueteleira de cristal, linda, que foi um presente que ela ganhou de casamento. Depois ela me deu e está hoje em minha vitrine. Em fevereiro de 2020 - antes um pouquinho da pandemia, desse dilúvio que ninguém mais aguenta, achei na feira do Bixiga em São Paulo, uma coqueteleira idêntica à de minha avó. Comprei imediatamente!!!! E o preço estava para mim, um pobrete metido.

Tim, Tim!

Coquetel. Nos anos 70, 80, 90, havia tantos coquetéis nas colunas sociais nos jornais que eu lia...havia os souper, aqueles seguidos de jantar. Em qualquer inauguração, vernissage e o que houvesse para comemorar sem parecer festa, havia um coquetel...fim de tarde, início de noite que poderia se estender bem. Eu amava os coquetéis descritos por Ibrahim, por Zózimo, por Danuza, por Hilde. Os da sociedade carioca que era a mais lacrativa com aquelas mulheres de sonho, lindas, secas, refinadas...eu amava! Adelaide de Castro. Lourdes Faria. Carmen Mayrink Veiga. Idinha Seabra Veiga. Terezinha Noronha. Nair Atherino. Perla Lucena e tantas outras lindas e incríveis mulheres descritas em suas roupas - de e para coquetel.

De Ibrahim Sued lembro um texto: "Elegante é aquela mulher que na hora do coquetel rejeita todos os salgadinhos e na hora do jantar, belisca como um passarinho". 

Tim, Tim!

Coquetel. Uma rica comentando inconformada: "Está dificílimo encontrar vestido para coquetel, uma dificuldade, ninguém mais faz." Coitada da rica! Muito enfeitada ela não poderia ir a um coquetel e muito simples também não. O vestido de coquetel era um meio termo.

Uma outra rica disse: "Guilherme Guimarães é quem faz bem vestidos de coquetel." Tinha razão.

E fico por aqui. Vamos esperar a pandemia passar e organizar - quem seria o promoter? - um coquetel planetário com todos reunidos, ricos e pobres. E seguido de jantar, o souper!

Abaixo fotos, textos e receitas para um bom coquetel.
















 

domingo, 14 de março de 2021

A Bahia se leva na Cabeça


Um texto muito bom de Jorge Amado para o livro Bahia de Todos os Santos que tem desenhos lindos de Carlos Bastos

Este recorte eu achei em um caderno que comprei "na chon"com matérias de jornais coladas de meados dos anos 70

Não era só eu que tinha a mania de recortar e colar.



 

segunda-feira, 1 de março de 2021

Um Clichê . Um Papel de Embrulho


Um papel de embrulho com essas figuras geométricas que não querem dizer nada - ou tudo - a fazerem uma composição num campo branco de figuras cheias e figuras vazadas. Amo um papel de embrulho antigo com composições assim, absurdas, malucas, produzidas em tipografias ou em gráficas simples, analógicas, mal impressas, borradas e sem nitidez, bem artesanais, estampas feitas à partir de clichês tipográficos gravados à mão, em metal, para serem rodados e transformados em rolos, nos rolos de papel. Rolos que depois iam para os armazéns, lojas, farmácias, armarinhos... e enrolavam tudo, miudezas e grandezas. 

Esse papel, super amarelecido e vincado, na verdade um pedacinho de papel, estava enrolando há anos um agulhão de costurar saco e, não é que precisei dele depois de tanto tempo!... desenrolei o agulhão, ainda bem que não tinham colocado durex que arrasa com as estampas e fui esticá-lo no ferro para escanear.

Moderníssima a estampa, uma coisa meio Niemeyer, não?

Será que é dele a autoria do chique clichê?






 

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2021

Igreja de Santa Luzia 2 . Rio de Janeiro . Anos 50

























Vista exterior do Templo de Santa Luzia


Altar Mór da Igreja da Virgem Mártir Santa Luzia

Altar de Santo Elói - Padroeiro dos Ourives


Consistório da Irmandade de Santa Luzia

Nossa Senhora da Piedade


Nicho de Santa Luzia no corredor

Sacristia da Igreja de Santa Luzia

Altar da Senhora dos Navegantes


Sala das Promessas...e assim era o interior da Igreja de Santa Luzia do Rio de Janeiro, com as suas devoções antigas nos altares dentro da igreja, da Sala de Promessas - será que ainda existe???, das pinturas antigas e ingênuas feitas diretamente nas paredes do interior da igreja, do escaiolado lindo das paredes, do altar de Nossa Senhora da Piedade com os cofres para os óbulos a São João, para as Almas do Purgatório, para São Sebastião e para São Geraldo... Era o tempo de grandes devoções e de promessas. Das procissões.
Fiquei triste quando entrei na igreja e não vi o que estava nessa Biografia Abreviada da Virgem e Mártir Santa Luzia.
Pois é. A igreja muda, evolui ainda que lentamente como instituição e muda também como um bem móvel, uma construção com suas características originais. O ruim é quando ela perde a identidade, vira outra coisa e, tem tantas igrejas assim... conheço uma igreja aqui em Salvador que é do início do século XX e revestida em durite, material muito usado na época, cinza, a igreja tem características góticas, torre alta, janelões ogivais, linda... ao sol a pedra brilhava...hoje está verde. Pintada de tinta verde! Repaginaram a coitada e trouxeram-na para a vulgaridade enlouquecida dos ignorantes, dos adoradores do feio, do medonho, daqueles que não sabem o que é estilo, bom gosto e que  têm fascinação pelo tétrico.
E vamos para a frente...atrás, eu acho, - infelizmente - que não vem mais gente.
E Salve Santa Luzia que tudo vê.


Abaixo algumas fotos que fiz em setembro de 2015 do interior da Igreja de Santa Luzia, procurando por aqueles detalhes  das pinturas e inscrições feitas nas paredes que, infelizmente, foram cobertas por tinta. Restaram apenas algumas.



A imagem do altar atual não corresponde à da foto do livro antigo de 1950...devem ter trocado, suponho, por outra imagem posteriormente...











Abaixo, a Igreja de Santa Luzia em uma publicação - sem data - da Gráfica Barbero S/A , sobre igrejas do Rio.


Para encerrar, uma das muitas, lindas e fortes orações a Santa Luzia.