No início do mês estive no Instituto Feminino da Bahia, uma instituição muito especial que abriga em seu acervo de preciosidades, arte decorativa, arte sacra, um museu do traje e o de arte popular. Adoro ir lá, tudo sempre bem cuidado, organizadíssimo e limpo. Um lugar muito agradável de visitar.
Nessa nova visita, comprei uns postais do antigo Instituto Feminino e fiz umas poucas fotos que estou colocando aqui.
A porta do elevador. Podre de chique.
Uma das maiores atrações do Instituto Feminino sempre foi o seu acervo de arte popular, para vê-la todos iam lá e era passeio certo de muitos estudantes de colégios de Salvador e do interior. A estrela do acervo era o famoso casal de pulgas vestidos de noivos, prontos para o casório. Se formava uma fila enorme de visitantes que, através de uma lupa, visualizavam as pulguinhas elegantes. Era um barato. Nessa visita que fiz, perguntei pelas pulgas e me disseram que ela não estava em exposição...o que será que aconteceu com as pulguinhas????
Outros atrativos, o mobiliário, arte sacra - coleção de maquinetas e de Deus Menino do Monte feitos com recortes de papel laminado, asas de besouro, continhas coloridas, conchinhas, um espetáculo! criados pelas freiras do Convento dos Humildes de Santo Amaro da Purificação - arte decorativa em geral etc. Tudo nos trinques!
O acervo de arte popular ficou alguns anos sem receber visitação e, agora, voltou a reabrir ao público.
Um outro atrativo era um senhor que fazia o Pano da Costa, Seu Abdias Sacramento. Maravilhoso, educadíssimo, ele ficava lá sentadinho em uma cadeira no tear a tecer. Este senhor ficou anos no Instituto, era amigo de d. Henriqueta Catharino que o colocou lá trabalhando naquele ofício em que era, talvez, o único a fazer em Salvador naquela época. Isso eu lembro dos anos 70 em diante.
Me lembro, ainda nessa época, de vestuário diverso, roupas de baianas antigas e muitos vestidos de noivas em exposição em grandes vitrines, mas o Museu do Traje e do Têxtil como o conhecemos hoje, magnífico, é dos anos 2000 pra cá, não sei precisar a data da abertura.
Fiz somente essas três fotos do acervo de arte popular, que tem muitas peças e coisas inacreditáveis!
Mestre Abdias, Abdias Sacramento Nobre - 1910,1994. Fotos de Antônio Olavo.
Mestre Abdias em ação no tear.
Duas pinhas imensas de cerâmica vitrificada portuguesa ladeiam a entrada para um grande corredor.
Duas capas de livros de Somerset Maugham, edição brasileira para Globo, ambas de 1954. O primeiro livro é uma tradução conjunta de Juvenal Jacinto e de Gilberto Miranda e o segundo foi traduzido pelo meu, o seu, o nosso querido poeta Mario Quintana.
Infelizmente nos dois livros não está creditado o nome do ilustrador das capas, o motivo real de eu ter comprado os livros, escaneado os desenhos e colocados aqui no blog. É claro, é claro que amo Somerset Maugham de quem li As Três Mulheres de Antibes e, como todo mundo, O Fio da Navalha. A Carta, vi no cinema com Bette Davis.
Mas, será que lerei estes????? Meu pai adorava o autor, em minha casa era uma enxurrada de Somerset Maugham que escreveu muito e meu pai era um devorador de romances.
Por enquanto e agora, o interesse meu, aqui, são para estas capas lindas, de uma época em que as boas casas editoras contratavam excelentes desenhistas/ilustradores para produzirem capas chamativas que despertariam ainda mais o interesse do leitor pelos textos.
- Meu deus, serão verdadeiras as minhas pérolas ou serão de Maiorca??? Mas ele dizia que me amava... Não é possível que tenha me dado pérolas falsas!!! Ou então, estarei arruinada, oh!
Um Cavalheiro de Salão.
Que delícia de título! Dá vontade de ler o livro, conhecer o cavalheiro e...o salão, evidentemente.
Hoje é o Dia Internacional do Gato e todo dia é dia de BB, a protetora dos animais.
Senti firmeza completamente! Que foto deslumbrante, feita aqui em Salvador, acho, deste negro em seu trabalho no mar puxando a rede ou o barco e, em um equilíbrio perfeito!
Salve este instante mágico captado pelo fotógrafo Walter Firmo.
A imagem pode ser de um antigo arrastão de pesca, nas praia de Armação, Boca do Rio, Piatã, será? - e, eu, a"arrastei" do Google.
Ainda cheguei a ver - passando de ônibus - essa cena de arrastão... era lindo! Mas, acabou. Naquela época, deste trabalho penoso e duro, ainda havia alguma poesia, os pescadores trabalhavam para eles mesmos e dividiam o peixe que vinha nas redes entre eles, para a família, e para vender.
Hoje a vida está duríssima e o mar não está para peixe!
Pelo segundo dia consecutivo encerro uma postagem com a metáfora "o mar não está para peixe".
Coisas do Brasil. Ai que bom se fosse coisas do amor.
Nos dias atuais é necessário benzer-se muito, persignar-se e chamar pelos nossos santos de devoção, pois a maré não está para peixe.
A conjugação completa do verbo PERSIGNAR-SE está na Pequena Enciclopédia da Língua Portuguesa, Ed. Livros do Brasil, 1964.
Há algum tempo um rapaz me escreveu perguntando se eu não venderia para ele a minha Vogue Carmen e eu disse que não, que não me interessava. Me ofereceu 300 reais, um bom preço para uma velha revista, talvez se me oferecesse 300,000 e ela já estivesse na casa dele... Mas, é brincadeira, não quero me desfazer dela, comprei na época e guardo com carinho, como uma revista de "cabeceira", se bem que fica sempre guardadinha, na cabeceira e já estaria um trapo.
Hoje eu me lembrei disso - do rapaz - e me perguntei, será que até hoje ele não não viu a revista dedicada à Carmen??? Será??Então resolvi fotografar a revista toda, isto é, as partes da matéria com Carmen.
Não sei se sou insaciável em relação a imagens de Carmen Mayrink Veiga que, na época, achei que a matéria poderia ser maior e com mais fotos. Mas, essa edição da Vogue/Carmen é perfeita, super bem feita, super bem cuidada e produzida, seleção de fotos maravilhosas e textos incríveis como o de Cony. Um luxo realmente, e Carmen apresentada espetacularmente em todas as fases da sua vida. Carmen foi a mulher mais sensacional que já surgiu no Brasil e acho que no mundo também. E isto eu digo não só por ser admirador, um "fã", é uma constatação mesmo.
Depois dessa edição Vogue-Carmen Mayrink Veiga -, que foi só um "aperitivo" - estou aguardando um grande livro, luxuoso, de umas 500 páginas no mínimo, de imagens de Carmen.
Espero que seus herdeiros realizem isso.