Antes que o ano se finde e vá pelo ralo abaixo, posto essas fotos que fiz em dois momento durante o ano. Esse casarão, aliás, já foi motivo de postagem aqui no blog.
Não sei quem foram os seus antigos proprietários, só sei que durante anos funcionou uma clínica muito conhecida e conceituada aqui em Salvador, a Check-Up. Depois essa clínica ficou desativada não sei o porquê, talvez por que surgiram outras mais equipadas, a cidade cresceu etc. etc.
O casarão ficou anos fechado e os sinais do abandono começou a aparecer. Lembro que, antes de fechar, entrei lé e me deparei com uma sala de espera só com cadeiras de vinhático forradas de palhinha. Um luxo! Para o acesso à clínica havia ao lado uma linda escada de mármore branco e corrimão de ferro inglês.
Quando entrei para fazer essas fotos, perguntei pelas cadeiras, portas e janelas todas em madeira de lei e, me disseram: "saci levou!" ou seja, no abandono em que se encontrava, os vândalos e usuários de drogas levaram tudo nas noites sinistras de Salvador.
Passando por lá este ano, vi, para o meu espanto - ainda me espanto - os operários desmontando a casa, derrubando paredes. Portões e janelas já não havia. Não havia nada, só os escombros e me disseram que iriam manter a fachada, "a casquinha do sorvete", e que a "clínica moderna" ao lado havia comprado a casa para expandir as suas instalações.
É isso.
Mais um casarão que se vai, mais uma mudança na paisagem da cidade, mais um sentimento de "onde estou", " aqui, não havia uma casa?????"
A escadaria de mármore coberta pelos escombros da demolição.
E a fachada segue sustentada. Parece que irão aproveitar a "casquinha do sorvete".
As duas fotos abaixo fiz no início de 2018: porta da frente e o postigo de metal em detalhe. Nessa época ainda não estava cercada de tapumes. Estava em open house para os vândalos.
sexta-feira, 28 de dezembro de 2018
quinta-feira, 27 de dezembro de 2018
Freiras em Brasília
Irmã Paciência de Santa Rita de Cassia, Irmã Abnegada do Sacratíssimo Coração de Jesus e Irmã Resiliência de São Benedito passeiam tranquilas em volta da belíssima Catedral de Brasília. Ao entrarem no templo se depararão com um anjo imenso suspenso ao alto em seu interior e dirão em uníssono: "estamos no céu!"
É esta a sensação que o projeto de Niemeyer deixa para nós: somos elevados ao céu.
Santa Rita dos Impossíveis, Sagrado Coração de Jesus, São Benedito, Nossa Senhora, todos os santos e santas roguem por nós que recorremos a vós.
A foto das freirinhas está em uma Enciclopédia Delta Júnior dos anos 60.
quarta-feira, 26 de dezembro de 2018
Onça Pintada
Hoje em A Folha de São Paulo. Foto recém tirada no Estado do Espírito Santo. Segundo a matéria só resta em toda a mata atlântica brasileira 300 onças pintadas dando pinta. Sendo assim, muito, muito em breve, elas só existiram nos livros (que também estão em extinção) e nos arquivos virtuais.
Onça, te quero pintada ou não, suçuarana, jaguatirica, gato do mato, felinos todos dando pinta, passeando pelo Brasil que é a sua terra.
Para quem desejar um feliz 2019?
Às Onças Pintadas!
segunda-feira, 24 de dezembro de 2018
Natal 2018
Para quem entra aqui no meu "congá", no meu "império", templo e igreja, na minha choupana, no meu barraco e mansão, no meu espaço quase tudo, o meu Feliz Natal para todos.
domingo, 23 de dezembro de 2018
Elis . 1971
Das páginas do revista Já de 1971, Elis em imagens e respondendo a cartinha de fã. E eu, tanto tempo depois sempre fã de Elis Regina, Elis Rainha.
sexta-feira, 21 de dezembro de 2018
Paredão em Cobogó
Enorme paredão abaulado e coberto por cobogó em cada andar de um edifício do início dos anos 50 de inspiração art- déco. Ainda tem muita coisa original, piso e corrimão em marmorite na escadaria larga que dá acesso aos apartamentos. Na entrada do edifício, mármore francês em dois tons de cinza forram as imensas paredes, a escadaria é também em mármore, um mármore lindo, róseo.
Mas, coisas absurdas, obras malucas que já fizeram por lá estão dia a dia descaracterizando o prédio e nem quero pensar no que ainda farão de barbaridades.
Poderia colocar outras fotos do edifício mas, hoje, só vou de cobogó.
Passeio Antiguinho . Cobogó Rosa
Em um edifício em que vou sempre este cobogó me chama atenção pela cor rosa, pela utilidade, ele ilumina e ventila um corredor escuro e, também, pelo abandono. Ele é dos anos 50 e acho que ele não é limpo desde aquela época, portanto, tem sujidades históricas que remontam à sua inauguração em 1956.
O cobogó além da utilidade faziam um efeito de movimento belíssimo nas paredes onde os colocavam, transformavam lugares tristes em alegres, quentes em frescos. Uma pena que os moradores não se toquem com a importância deles para o prédio e para a vida dos que nele habitam.
Gosto dos cobogós, mas só gosto dos antigos. Estes novos que tentam parecer antigos, não gosto. Gosto desses, de cerâmica vidrada, gosto também de uns rústicos de cimento bruto que pintavam de acordo com a cores do ambiente.
Cobogós, cobogós... em tempos mais frescos eram tantos e hoje, em tempos tão quentes, ficaram raros.
terça-feira, 18 de dezembro de 2018
Coisas da Globerama
Globerama e suas ilustrações e desenhos ótimos e engraçados. Este rapaz já torra ao sol do globo a poucos dias da entrada do verão 2019. Um rapaz moqueado, um rapaz torrado, um rapaz churrasco.
Coitado!
Coitado!
domingo, 16 de dezembro de 2018
Um Pequeno Imperador do Divino Espírito Santo
Esta foto é espetacular por vários motivos. Ela é de uma época em que se comemorava o dia de Pentecostes, a vinda do Espírito Santo à rigor, com todos os passos da cerimônia tradicional. A festa, uma tradição portuguesa, se realiza aqui em Salvador também, lá no bairro de Santo Antonio. A festa, com o passar dos anos tem perdido o seu brilho, seu esplendor e riqueza: hoje é mais simples. Nesta foto, feita em Jacobina, Bahia no ano de 1953 dá para perceber o deslumbramento que era a festa realizada naquela cidade do interior baiano desde o século XVIII. O garoto vestido de Imperador - em azul e branco como está descrito - está impecável em seu traje composto de meia, calça de cetim curta e bufante, blusa que deveria ser de veludo com aplicações douradas, o cinto, o manto curto também de veludo que deveria ser ricamente bordado e com um grande laçarote arrematando. Nas mãos, um cetro representando o poder do imperador. Uma beleza!
Para completar, o garoto está apoiado em uma mesinha coberta com - simplesmente - uma pele de onça pintada e, em cima do tampo, está a coroa em prata lavrada, linda, de mais de 150 anos, símbolo da festa do Divino Espírito Santo. A coroa fica durante um ano na casa do "Imperador", em lugar de destaque, esperando o ano seguinte quando é levada para a casa do novo Imperador que irá novamente reorganizar a festa.
Isto tudo, esta grande produção para os festejos do Divino Espírito Santo, aconteceu em Jacobina, cidade que prezava as tradições católicas, pelo visto, da maneira mais tradicional. E a família deste garoto desta foto se esmerou naquele ano para abrilhantar a festa.
A festa do Divino naquela cidade deve continuar suponho, mas não sei se com o mesmo aparato como ela foi descrita no livro "Caminhos Percorridos - Adhemar - De Caatinga do Moura a Jacobina", editado em 2003. O livro conta a vida do Sr. Ademar Silveira Carvalho Silva e foi escrito por sua esposa d. Alcira Pereira Carvalho Silva. Naquele ano de 1953 o sr. Adhemar foi o Imperador coordenando a festa e o menino é o seu filho Ubirajara vestido como o pequeno imperador.
Neste dia é solto pelo imperador um preso da cadeia pública, como premio pelo seu bom comportamento.
Uma coisa interessante neste livro é a descrição de caçadas que se fazia nos arredores de Jacobina e a citação de onças e muitos outros animais que haviam por lá. Esta pele de onça que está na foto pode ser de uma das mortas por lá. Hoje, acho que não há mais nenhuma onça para contar a história.... a caça está proibida há muitos anos, mas elas devem ter acabado, infelizmente! E a festa do Divino Espírito Santo, a Festa de Pentecostes, como andará depois de tantos anos?
D. Alcira descreve com detalhes a riqueza que era a festa quando toda a cidade se movimentava em torno dela. É um documento precioso! Ao escrever a biografia/homenagem ao marido, Adhemar, a autora foi além das simples lembranças e reminiscências familiares e fez um livro de memorialista, pois ali estão as tradições católicas, o folclore, a culinária, hábitos, costumes do povo do lugar, a paisagem, flora e fauna...marmelos que eram abundantes...onças pintadas descansando sobre as árvores... Se onças havia o meio ambiente estava equilibrado, pois ela está no topo da cadeia alimentar.
Comprei este livro por acaso, na rua, na "mão" daquelas pessoas que armam barracas para vendê-los. Comprei por preço irrisório, aliás, eu não ia comprar, mas, quando vi a foto do menino à caráter de Imperador, comprei imediatamente! E foi uma delícia ler o livro, histórias de uma família e de uma cidade, de seus costumes e tradições.
sexta-feira, 14 de dezembro de 2018
quinta-feira, 13 de dezembro de 2018
sábado, 8 de dezembro de 2018
Quarto no Mar
"Stanza sul Mare", pintura de 2016 do italiano Matteo Massagrande.
Eu estou enlouquecido com o trabalho desse pintor de casas decadentes, vilas italianas ao mar, abandonadas, mas, vivas, e que guardam a memória de um tempo mais feliz, contemplativo. Casas que eram feitas para as pessoas viverem integradas à paisagem, equilibradas e respirando junto com elas.
Se apurarmos o ouvido e a imaginação, ouviremos os sons dos moradores e da faina diária e tranquila da casa.
E ainda tem esse piso inglês!!!!!!
Ai, quero morar ali!!!
Eu estou enlouquecido com o trabalho desse pintor de casas decadentes, vilas italianas ao mar, abandonadas, mas, vivas, e que guardam a memória de um tempo mais feliz, contemplativo. Casas que eram feitas para as pessoas viverem integradas à paisagem, equilibradas e respirando junto com elas.
Se apurarmos o ouvido e a imaginação, ouviremos os sons dos moradores e da faina diária e tranquila da casa.
E ainda tem esse piso inglês!!!!!!
Ai, quero morar ali!!!
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