Quadro de profissões, as mais diversas e entre elas, muitas que já desapareceram ou estão em vias de deixar de existir. A de limpador de chaminés, por exemplo, se já teve algum profissional do ramo no Brasil tropicaliente, este deve ter tido trabalho na região sul. Por lá tem lareira. Ainda tem.
Ser costureira, por incrível que pareça, não apetece a nenhuma garota como um serviço, uma forma de ganho. As poucas e boas ainda existem e cobram caro, afinal, o ofício virou luxo para aquelas e aqueles que podem pagar. O que rola agora são as costureiras/consertadeiras/custumizadeiras, isto é, aquelas que fazem bainhas de calças, põem e repõem zípers, pregam botões, fazem casas na máquina, apertam e folgam roupas, dão entradas ou põem para dentro tecidos, se a dona do vestido emagreceu ou engordou. Enfim, elas não fazem mais roupas seguindo um molde de um figurino ou do desenho escolhido pela freguesa.
Chapeleiro?? Eu fui vizinho na minha infância de um senhor que fazia chapéus em casa e os vendia em sua loja na Cidade Baixa e, aqui mesmo em Salvador, já teve uma rua com várias casas de chapéu e com chapeleiro na casa. A rua continua a existir no bairro do Comércio, mas os chapéus e os chapeleiros sumiram.
Empregadas domésticas, daquelas que dormiam no emprego e que faziam serviço cativo nas casas, já era ou está muito difícil de encontrar alguma mulher para tal mister. Mas como existe gente com muito dinheiro, nas casas deles devem existir ainda aquelas que ficam 24 horas servindo os patrões, mas com o amparo das atuais leis trabalhistas. Hoje, há as diaristas, as faxineiras, as que trabalham em muitas casas e sem patrão.
E por aí vai este quadro quase obsoleto de profissões, de atividades que um dia já existiram à socapa e hoje foram varridas pelo progresso, pela falta de clientes, pela falta de dinheiro ou por terem saído de moda mesmo.
Os ofícios, os ofícios manuais, os manufaturados, os mecânicos, os dos operários especializados ou não, os trabalhos artísticos, os artesanais, os trabalhos domésticos, todos entraram em uma espécie de revolução, se modificaram, alguns se adaptaram e outros escafederam-se mesmo.
Coisas do tempo.
Este lindo quadro de profissões está em um volume de uma antiga enciclopédia que comprei no meio da rua e já bastante usada, com páginas arrancadas e outras picotadas, como se tivessem sido recortadas para antigos trabalhos escolares. E foram. Comprei o livro porque vi este quadro de profissões - adorei! - e umas coisitas mais que dão um caldo gostoso aqui para o blog.
À propósito, a enciclopédia é a Delta Larousse Júnior.
- Ih! Tô cheia de costuras, a máquina está cheia! E muita costura de mão para fazer. E ninguém me ajuda!!!
TV Itapuã, 1965.
- Chaminé imunda!. Se ainda fosse de pó de madeira, tudo bem!. Mas limpar a gordura de churrascaria não há quem aguente!!! Quem me dera limpar o pó das antigas lareiras...
-A patroa é porca...deixa tudo imundo, ih!nunca vi tanta imundície!!! Se continuar assim, vou pedir minhas contas!
-Ficou perfeito este chapéu!!! E olhe que eu sou difícil de enchapelar!! Meu rosto é muito fino...Obrigada, seu Pacheco.
-O mesmo corte de sempre, querido.
-Pois não, madame Campos!
-Só me pedem para retalhar quando o telhado está o fim! Que gente, meu deus! Haja betume para tantos buracos!!!!
- Pegue o meu melhor ângulo, sim!???!!!!
-Tô morta de tanto passar e engomar...que gente enjoada, tudo tem que ser na goma, tudo vincado...misericórdia!! E a miséria que me pagam, ufa, ufa. Tô mais quente que o ferro!!!
-Já estou acabando de montar o editorial, daqui a pouco tudo vai para a prensa, deixe de agonia seu Peçanha!
-Muito bem Dr. Albuquerque, mais alguma carta, mais algum documento, mais alguma ata, mais um ofício, mais uma carta-convite, mais um comunicado interno, mais algum pedido? Já passam das 6!!!!
-Não se esqueça de ao fim do trabalho aparar-me os cabelos das narinas!
-Pois não, senhor Botelho, o senhor me pede isso há 30 anos!!!
Capa de um disco de Chris Joss - que não conhecia - e que encontrei fuçando ao léu pelo Google e adorei. Lembrei de Diana Ross, de Angela Davis, Elza Soares e mais outras e muitos outros - Tony Tornado, Os Tincoãs, Trio Mocotó - que usaram este penteado que foi moda nos anos 70, assim, o cabelo todo redondinho. Um barato.
E a concepção da capa do disco é sensacional.
Fotinha em contra capa de uma antigo Lp reunindo grandes cantores da época, isto é, dos anos 50.
Lana é um phenômeno: aos 80, voz de menina, cristalina.
Amo Lana!
Anúncio de 1969 na capa do Almanaque Renascim daquele ano. Não lembro da Farmácia Virgínia que ficava na Baixa dos Sapateiros, local de comércio popular aqui de Salvador.
Lembro de uma outra farmácia - que não lembro o nome e que ficava na Ladeira da Praça, pertinho da Baixa e que permanecia aberta durante toda a madrugada - sem grades de proteção e sem guardas pois, nessa época, não havia ladrões, larápios e gatunos em profusão como hoje. Essa farmácia era uma "mão na roda", um "safa onça" quando alguém passava mal e precisava de um remédio nas altas horas da madrugada. Era para lá que muita gente corria, inclusive minha família.
Lembro também de uma farmácia que ficava na Avenida Sete, na altura das Mercês e que também ficava aberta à noite toda, sem seguranças e funcionava tranquilamente.
As 3 já não existem mais.
As farmácias que ficam abertas à noite toda atualmente - e são poucas aqui na cidade - são verdadeiros bunkers, superprotegidas, grades, seguranças e etc. etc.... enfia-se a mão pela grade estreita e passa-se o dinheiro para receber o remédio. E sai-se correndo com medo que assaltem a gente e nos roubem o remédio comprado. O cúmulo!
Os gatunos aumentaram em profusão na Bahia, em Salvador e em todo Brasil.
Renascim urgente!
Ganhei do meu amigo Walter, essas duas cabeças de bonecas. São em biscuit e, segundo ele, de procedência alemã. A pasta é branca, mas elas possuem umas manchas escuras e acinzentadas.
Não sou muito fã dessas bonecas antigas em biscuit ou em porcelana, elas me dão até um pouco de "meda", mas, essas cabecinhas assim, sem pintura, apenas parte de corpos, ainda em fase pré boneca, não me causam medo.
Tratei de enfiar as cabeças na vitrine, no meio dos meus trecos.
Revista Seleções, anos 50.
Barrilzinho/souvenir do Barril 1800, bar e restaurante muito famoso e badalado que ficava na Avenida Vieira Souto, perto do Arpoador. Tinha shows e nele, por sinal, Lana Bittencourt gravou um LP ao vivo.
Antes de colocar aqui este barrilzinho/souvenir que comprei em um bazar, fui ao Google saber alguma coisa do Barril 1800 e fiquei sabendo que depois de muitas décadas brilhando nas noites cariocas, o Barril 1800 fechou as suas portas em 2007.
Fica de lembrança aqui, o barrilzinho de louça que deve ter sido de um antigo frequentador do antigo bar e restaurante, lembrança da época em que o Rio de Janeiro era realmente uma cidade maravilhosa.
O barril de louça é da fábrica Ceramarte.
Abaixo, foto do Barril 1800 no Arpoador.
E Lana, maravilhosa, na capa do disco gravado ao vivo do Barril 1800 em 1965. Lana Bittencourt é um fenômeno! Até hoje conserva a sua voz perfeita e límpida e as interpretações...impagável Lana!
Que tal saborear uma cachacinha ouvindo Lana????? Entremos no túnel do tempo, 1965, zás!!
Quem seria a elegante retratada por Jasmim?
Foto de jornal colada em um dos meus álbuns do início dos anos 70, época que o antigo ditado explica bem: "Quem tem tempo faz colher e borda o cabo." E eu tinha tempo para tudo, fazer álbuns, recortar, colar etc.etc. Aliás, o tempo naquela época passava devagar, havia tempo para tudo.
-Muito bem!
-Completou à contento!
-A motricidade está uma beleza!
Visto, nota 10!
Reolhando os meus álbuns antigos achei este recorte de uma matéria sobre um portrait que o pintor Darcy Penteado havia feito de Silvana Mangano, a atriz mais refinada que o cinema já teve, a mais nobre, a mais classuda. Fui ao Google pesquisar alguma coisa sobre aquele evento, mas não há nada por lá, não existe fotos da Mangano pintada pelo brasileiro Darcy Penteado. Então, esta é mais uma novidade antiguinha que "lanço" aqui.
Darcy Penteado foi um artista de obra diversa, mas que era craque em fazer retratos, retratos de mulheres e homens famosos, gente de destaque na sociedade, artistas etc. O retrato de Odete Lara, a atriz mais chique do cinema brasileiro - a Mangano nossa - é lindo. Penteado tinha um traço bonito e elegante, mas tem muita coisa dele que acho cafona. Esse portrait de Silvana Mangano é realmente muito bonito, ele captou bem a elegância, o refinamento e a delicadeza da atriz.
Outros artistas plásticos brasileiros fizeram trabalhos semelhantes de desenho e pinturas e de temas parecidos ao de Darcy Penteado. Albery, foi um que também fez muito retrato de pessoas famosas, do "jet-set" kkkkkk e tinha um traço refinado, às vezes usava muitas cores. Nos anos 70 Albery alvançou fama internacional, era requisitadíssimo, vivia nas altas rodas. Também acho umas coisas de Albery tremendamente cafonas, mas gosto dele, fez muita coisa legal. O desenho de capa para um disco de Jorge Ben nos anos 70 é lindo. Infelizmente Albery morreu cedo.
Luís Jasmim foi outro pintor que no início da carreira e no seu auge nos anos 70 também se especializou em retratos de gente famosa e fez coisas deslumbrantes. A série que ele fez de desenhos com Tonia, Danuza, Marisa Urban e outras mulheres da época são deslumbrantes. Fez capas lindas de discos de Bethânia, Gal, Clara Nunes, Marília Medalha e retratou muitas mulheres do society brasileiro. Como Albery era uma febre entre as ricas dondocas. Ao final da carreira, o trabalho de Jasmim mudou completamente, usava muita cor e me parecia que ele tinha desaprendido a desenhar...me lembro de umas fotos de uma de suas últimas exposições e não entendi...perdeu o traço lindo que ele tinha e a aquela riqueza de imagens e de muitos detalhes que tinha os seus antigos trabalhos.
O baiano Adelson do Prado também foi um artista plástico que fez muita retrato de mulher bonita, Carmen Mayrink Veiga e Gal Costa ganharam dele trabalhos super bonitos. Mas Adelson tinha um trabalho bem diversificado, tinha uma coisa meio naif, trabalhava temas da cultura popular, não se concentrou naquela coisa do portrait.
E é isso. Todos esses 4 artistas brasileiros já são falecidos, foram embora cedo. No Google tem muitas imagens das obras deles.
Esta matéria do encontro entre Darcy Penteado e Silvana Mangano saiu na revista Intervalo 2000, creio que em 1972. Nessa época eu comprei muito essa revista que havia mudado o lay-out, ficou maior e com o papel de melhor qualidade. Infelizmente guardei delas apenas recortes que colei nos álbuns.
"Futucando" um caderno antigo, achei este pedacinho de papel amassadinho que embalava o doce de banana Gibom. O doce era tipo aquele da mesma fruta que e tinha o nome de Nego Bom. O Gibom era, então, um sucedâneo para o Nego Bom e os seus nomes, de sons foneticamente bem parecidos, visavam a concorrência e a venda para a petizada que adorava o docinho.
Eu já fiz uma postagem há bastante tempo da embalagem do Nego Bom, eu adoro esses desenhos bem simples e engraçados, as cores, enfim, adoro esses rótulos antigos e com desenhos ingênuos, singelos.
Aqui em Salvador - acho que estou repetindo - tinha um doce, também de banana, um bolinho redondo e passado no açúcar e que chamávamos de "atum". Ele era enrolado em papel celofane transparente e sem marca. Até hoje existe o "atum" só que ninguém o conhece mais com esse nome e sim, como doce de banana enrolado e pronto.
Voltando ao Gibom que imitava o Nego Bom: ambos não existem mais. Ficou o "atum" e ficaram as embalagens que eu guardei e que eu via na época, e ainda vejo, muita graça e beleza.
Dos meus guardados: João do Vale homenageado em artigo muito legal escrito por Ferreira Gullar para a Folha de São Paulo em dezembro de 1996. Os dois eram amigos de Nara Leão que, com mais Zé Kéti fizeram o show Opinião em 1964.
Nessa época, apesar de criança ainda, eu tinha 9 aninhos, já adorava Nara. Ter o disco, que eu via nas vitrines das lojas da rua Chile - a C. Sampaio e a Casa da Música -, nem pensar em comprar...não tinha dinheiro. O jeito era ouvir pelo rádio.
No início de 1971, por acaso, fiquei amigo da filha de Ferreira Gullar, Luciana e, conversando com ela sobre o show, que eu sabia ter o pai dela elaborado, comentei que eu nunca tinha conseguido comprar o disco Opinião que, naquela época, 71, já estava fora de catálogo. E ela me disse que tinha "alguns" em casa e que assim que chegasse ao Rio me enviaria o disco pelo correio. E não deu outra: recebi o tão esperado e sonhado LP que tenho, é claro, até hoje. Dentro do disco ainda conservo o papel do correio da época com o nome e endereço do remetente e do destinatário...euzinho bem feliz kkkkk
No final dos anos 70, fui ao Rio e liguei para o jornal onde Ferreira Gullar trabalhava na época para perguntar por Luciana e ele me falou que a filha não estava no Rio e pronto. Perdi o contato. Mas o disco eu agradeci muito a ela na época.
Por ocasião da morte de Ferreira Gullar vi pela imprensa fotos de Luciana, aquela que me deu um presentão, o disco do show Opinião.
Até que rimou!
Procurando uma foto de Nara, fui remexer nos antigos lps da cantora que também me serviam para colocar recortes aproveitando aquele invólucro de plástico. Não achei a foto em questão, mas achei coisas ótimas por lá e que já nem lembrava mais, como esta crônica de Carlinhos Oliveira que eu datilografei kkkkk, colei uma foto e guardei dentro de um dos discos.
Carlinhos Oliveira era um cronista maravilhoso, escrevia divinamente bem e o Rio de Janeiro dos anos 60, 70, quem quiser encontrá-lo, ter uma ideia do que a cidade já foi um dia, basta ir à leitura de suas crônicas. Nara Leão, como se percebe pelo texto/declaração de amor, era uma paixão dele, aliás, Nara era a querida, era unanimidade entre todos os intelectuais da época e de todos aqueles que gostavam de música de alta qualidade.
Nara, também uma intelectual, escolhia primorosamente o seu repertório, gravava o melhor dos compositores da sua época, desencavava músicas lindas e esquecidas no tempo e também tinha um faro incrível para descobrir novos compositores.
E é isso. Aliás, faço minhas as palavras de Carlinhos Oliveira.
Há alguns meses postei umas fotos desta árvore que estava, na época, com uma copa imensa, belíssima e de um verde impressionante. Agora, com a primavera, a mesma árvore está começando a florir e em breve, estará tomada pela cor amarela das flores.
Depois de ter feito aquela postagem fiquei a "assuntar" onde teria outros pés dessa árvore que não sabia o nome e, para minha agradável surpresa, vi que Salvador é repleta delas, há em vários locais por onde passo todos os dias.
Não sei por que cargas d'água, umas são mais frondosas, outras mais raquíticas lembrando um arbusto, umas dão mais flores e outras não, umas são mais harmoniosas e cheias e outras mais vazias e com copas não tão vistosas, umas tem troncos grossos e tortuosos, outras troncos finos e retos. Enfim, ela se oferece para todos os gostos.
Bem, depois que esta árvore floriu fui ao Google e coloquei "árvore comum em Salvador de flores amarelas" e, à minha pergunta, apareceram várias imagens da minha árvore até então sem nome. Ela chama-se Sibipiruna, é conhecida também como Sibipira e de Coração-de-Negro, é árvore brasileira e nasce em todo país.
Esta Sibipiruna fica no centro daqui da cidade, no topo da Ladeira dos Aflitos e, para mim, é a mais bonita das muitas que há por Salvador. É perfeita!
Quando tiver repleta de flores, faço outra página com ela.
Abaixo, uma das fotos que coloquei na outra postagem. Só folhas e o verde...que verde!!!
Capa e contracapa da Pequena Enciclopédia da Língua Portuguesa de Antenor Vieira, editada em 1964. São 4 volumes, todos com capa igual e com ilustrações bem legais como vinhetas e abrindo os capítulos. Proximamente colocarei algumas aqui.
Os livros estavam no "chão da praça", a preço legal e eu não resisti e comprei dois volumes que estavam mais conservados. Adorei o ouro da impressão da capa.