segunda-feira, 3 de setembro de 2018

Ó Céus! O Museu Nacional, O Trágico, Nunca Esperado, Mas Anunciado Fim


Esses dias fiz uma postagem em cima de uma ilustração em que uma dona de casa estava desolada por causa de uma torta que ela havia esquecido no fogo e queimado. "Ó céus", escrevi para dimensionar a decepção e o sofrimento da senhora diante da torta do dia-a-dia queimada. E eis que chega no domingo, 02.09.2018, a notícia do sinistro que tomou conta e destruiu por completo no Museu Nacional. Não tenho palavras, nem o ó céus me alivia e nem dimensiona a minha tristeza. 
Metáfora de um Brasil que chegou ao fundo do mais profundo poço, este incêndio representa a ignorância e o descaso com a cultura, o emburrecimento, a insensibilidade e a rudeza que tomaram conta deste país ao qual se augurou tanta esperança e se imaginou um futuro belo e próspero. Já era. Acabou.
Ó céus!





Ai, se D. Pedro II e toda família imperial, desde D. João VI soubessem onde viriam desembarcar, em que camisa de onze varas se meteriam, acho que, talvez, talvez, permanecessem em Portugal. Para cá, não viriam.
Ó céus!


8 comentários:

  1. Tristeza profunda Jorge Santori!! Perdas irrecuperáveis para o Brasil e Portugal cujas histórias se entrelaçam. Perda irreparável para o mundo. Abraço solidário

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  2. Obrigado, Maria Paula. O Brasil está assim, tudo se perdendo, ardendo em fogo e virando cinzas. O Brasil está sem rumo e com pessoas públicas desqualificadas e gananciosas que só querem se dar bem, só querem o poder para usufruirem das benesses que ele trás.
    Do jeito em que o museu se encontrava era pra ter sido interditado há muito tempo por absoluta falta de condições de funcionamento. E não fizeram isto, esperaram pegar fogo. História e cultura são totalmente descartáveis e sem importância para os dirigentes do país e também com o povo que não sabe nem o que é um museu. Não vão a museu, museu é coisa velha.
    A antiga colônia virou um paisinho qualquer.
    Um abraço.

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    1. Jorge

      Fiquei chocadíssimo com a notícia do incêndio. Realmente quando um grande museu arde algo está profundamente errado na forma como o Estado e a sociedade civil encaram a cultura. Confesso que as imagens recordaram-me o incêndio da Biblioteca de Sarajevo, durante a guerra da Jugoslávia.

      Tal como a Maria Paula penso igualmente que é uma perda tanto para o Brasil como Portugal.

      Sei que a solidariedade não serve para nada, mas não a queria deixar de aqui expressar. Um abraço forte

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    2. Eu tô arrasado com o que aconteceu e acho que outras perdas virão. Cultura deixou de ser prioridade no Brasil há muito tempo.
      Um abraço.

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  3. Na verdade não existe povo brasileiro. Existem bandos. Bando dos pobres, da classe média, dos ricos, da mídia. Cada qual pensando no seu...Os ricos querem que os pobres morram. A classe média, que pensa que é rica, quer também que os pobres morram e os pobres desorientados vão morrendo mesmo. Se ricos e classe média quase sempre não dão a mínima pra cultura imagina os pobres que vivem tentando driblar a falta do básico.O Brasil e os brasileiros são uma perda de tempo.









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    1. Concordo totalmente, as pessoas estão totalmente embrutecidas e emburreceram, nada mais importa, só o celular, a viagem pra Miami, um tênis de marca, idas ao shopping e assim segue a vida do brasileiro. Eu estou por fora disso e sou por isso antipatizado. Nunca vi tanta burrice, desleixo e insensibilidade por parte do povo e das pessoas que eles colocam no poder.
      E a tendência é tudo piorar. Aguardemos.
      Adorei o que vc escreveu.
      Um abraço.

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  4. No meu anterior comentário, nem notei que este palácio real dos Bragança aproxima-se muito do palácio real dos seus primos portugueses, o Palácio Nacional da Ajuda, que também já passou por uma série de percalços, inclusive um incêndio.

    Um abraço

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  5. Este casarão era de propriedade de um traficante de escravos e depois passou para D. João VI que fez muitas melhorias, ampliou etc. e aí tornou-se, virou um palácio.
    Hoje é um palácio oco. Como oco está o Brasil.
    Um abraço, Luís.

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