Na minha casa de infância tinha muitas coisas assim... um jarro que ficou durante anos numa murada da copa com planta de água dentro, parece que nunca lhe deram muito valor, nunca parou na sala de visitas, pois era de vidro, simples vidro prensado. A galinha servindo de manteigueira também era comum, quebrava uma e lá vinha outra, as compoteiras com tampas de feitios e desenhos variados, fruteiras lindas, algumas bem simples e outras mais sofisticadas, bordadas, bem trabalhadas/prensadas/moldadas.
Eu tinha dois tios avôs que vendiam essas coisas de vidro e durante anos tiveram essa atividade, às vezes eles vinham pra Bahia e saíam pra rua com uns mostruários das peças que levavam nas lojas para comerciar ou fazerem futuras encomendas. Nessas vindas traziam presentes de vidro para minha avó, que as colocava na cristaleira ou punha no diário.
Esses tios, irmãos de minha avó eram da família Barosa, de Leiria, Marinha Grande, Portugal que tinha tradição no trabalho com o vidro. Aqui no Brasil meu bisavô trabalhou em São Paulo, na Fratelli Vita em Salvador e, depois, foi morar no Rio de Janeiro, onde meu pai, em visita aos parentes, conheceu minha mãe, namoraram e casaram.
Essas duas manteigueirinhas eu comprei recentemente, a primeira é mais grosseira, mais barra pesada - antigamente seria daquele tipo "se quebrar, quebrou" - mas a segunda é uma belezoca, delicadíssima, super "bem prensada" e mínima! Como eu gosto de comer muita manteiga jamais serviria pro meu diário. Melhor deixar na cristaleira.
Esse post poderia se chamar Reminiscências na Manteigueira.
São lindas e delicadas. O verde, profundo como o mar.
ResponderExcluirif
O tom dos verdes são lindos mesmo. Obrigado, Ivete.
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