sexta-feira, 7 de março de 2014

Nancy Cunard . 1

 Nancy Cunard. Filha de Lady Emerald Cunard, americana que vivia em Londres e considerada uma das mais importantes e poderosas mulheres da sociedade londrina do final do século XIX e início do XX.

 Nancy era filha única e única herdeira da Cunard Steamship Company, companhia de navegação que lançou os primeiros transatlânticos do mundo.


Na década de 20 foi morar em Paris e se tornou amiga e musa de todos os grandes artistas da época como Picasso, Aldous Huxley, Joyce, Tristan Tzara, Enzra Pound, Man Ray, enfim, todos, todos os artistas revolucionários da época e que fizeram de Nancy a sua musa. 

Foto de Curtis Moffat, 1925. Apaixonada pela cultura e a arte africana, que influenciou todos os artistas modernos da época, Nancy, sofisticada, exótica, riquíssima e muito louca, vivia cheia de pulseiras, braceletes e adereços africanos. Era conhecida como A Dama dos 100 Braceletes!!!!!!


Mas não era só a arte e os adereços africanos que Nancy Cunard gostava. Ela não era somente uma rica bizarra e exótica. Se envolveu e se jogou de cabeça na luta contra o racismo e o fascismo. Criou uma editora e lançou livros onde tratava e defendia os direitos dos negros, a desumanidade do preconceito racial e atacou de frente Mussolini e Franco em vários manifestos assinados por ela.

 Nancy retratada com seus 100 braceletes por Valeria Kouznetsova.  Em 1928 se casou com o afroamericano Henry Crowder, pianista de uma banda de jazz. Isto foi a gota d'água para que  sua mãe, a "terrível Lady Cunard" a deserdasse.

 Ainda em 1928 editou um livro com escritores de origem africana e desconhecidos na época como o então, Samuel Beckett.

Foto de Curtis Moffat, 1925. Em 1934 editou e publicou o livro Negro, uma antologia com vários autores tratando sobre a africanidade e denunciando a opressão e o sofrimento que viviam os negros.



 Nancy em foto de Man Ray, 1926.

Foto de 1926.

Foto de Cecil Beaton, 1930.

Foto de 1926.

Foto de Cecil Beaton. Nancy Cunard em 1929.


Foto de Curtis Moffat, 1925.

 Foto de Cecil Beaton, 1929.

 Caricatura de Anthony Wisard de 1928: Nancy e Henry Crowder nas noites parisienses.

 Outra foto de Beaton de 29.

 Foto Cecil Beaton, 1929.

 Nancy em foto de 1925 de Curtis Moffat. A estamparia do vestido belíssima!!! Modernérríma!
 Foto de Henry Cartier_Bresson de 1956. Nancy já envelhecida e abatida pelo alcoolismo.

 Nancy Cunard retratada por Alvaro Guevara.


 Com o amigo Langston Hughes. Paris, 1938.

 Nancy com o marido Henry Crowder.

Nancy Cunard nasceu em 1896 e morreu em 1965. Era alcoólatra e em 1960 foi internada em um hospital psiquiátrico.
Ver as imagens de Nancy Cunard nos anos 20, 30 do século passado com suas roupas incríveis, seus cabelos curtos penteados para trás, o olhar penetrante e sério e, é claro, com seus inúmeros adornos africanos, principalmente os braceletes, é uma coisa tão moderna, tão atual e fico pensando que, realmente, como diz o Eclesiastes "nada há de novo debaixo do sol".
Quando vemos uma moderna com suas bijuterias, joias, biojoias_existem várias por aí_estamos vendo Nancy Cunard.

"O que foi, isso é o que há de ser, e o que se fez, isso se fará, de modo que nada há de novo debaixo do sol.
Há alguma coisa de que se possa dizer: Vê, isto é novo? Já foi nos séculos passados que foram antes de nós". (Eclesiates, Cap.1)

Nenhum comentário:

Postar um comentário