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terça-feira, 1 de dezembro de 2015

Pó de Arroz Realce

 Quando eu e todos nós flanávamos livremente por esta cidade do Salvador, sem medo de sermos incomodados e muito menos de sermos assaltados, em numa dessas caminhadas livres e sem horários e compromissos, encontrei no bairro do Comércio uma casa que vendia artigos e objetos de toucador. Pertencia a um turco ou árabe, sei lá, e ele me disse que a loja estava para fechar. A casa estava caindo aos pedaços, tudo empoeirado e tudo, tudo, tudo o que havia de produtos nas estantes e nos balcões de vidro eram de época e intactos! Enlouqueci!
Endoidei.  
Tudo estava sendo vendido a preço de banana - quando a banana deveria ser barata - mas eu, nessa época, estudante, não tinha nem dinheiro pra comprar uma banana, mas, mesmo assim, o que eu tinha no bolso deu pra comprar: uns broches lindos de metal pintados tipo anos 40, 50, um pote de vidro de sal para banho de  gomos, bojudo e com tampa também de vidro, lacrado e, essas duas caixinhas de alumínio do Pó de Arroz Realce. Caixas lacradas e ainda cheias de pó e que até hoje cheiram. Cheirinho de pó. Cheirinho de mulher antiga.
Os broches dei de presente pra umas amigas da época e guardei alguns. O pote de sal, guardei por séculos, mas não sei onde foi parar, deve ter quebrado - ódio! - e as caixinhas de Realce, algumas eu dei e essas duas conservei.
O flanar pelo Comércio se deu no final dos anos 70.


 Branco e Ocre. Dois tons a escolher. Ainda há tempo. 
Tempo pra dar um realce.

 Ui!!!!

 Ui!!!

 Realce!!!!


 E olhem o pó! Pó de Arroz de época!!!!


Dei uma limpadinha, uma realçada pra fotografar e ver melhor a marca. Uma beleza meu Pó de Arroz Realce! 
Em cima da minha penteadeira dá uma vida! Um realce!
As amiguinhas que estiverem para ir a uma festinha - olhe o fim de ano novamente chegando - e queiram usar um pouquinho do pó branco ou ocre, eu posso disponibilizar pra dar um realce na cútis.
Na face. 
Na tez. 
Na cara.



Viktor Lazlo. Ouçam e embelezem-se.

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