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domingo, 20 de maio de 2018
Pálio e Procissão
"Procissão", óleo sobre tela do brasileiro Geraldo de Castro, 1914/92, imagem que arrastei do blog Peregrina Cultural que eu gosto demais. De vez em quando passo em procissão - peregrinando - por lá e me admiro da seleção de pinturas, gravuras, desenhos e objetos de arte, tudo de muito bom gosto, que a dona do blog seleciona.
A procissão peregrina e o meu pálio antiguinho casaram bem: domingo dia de procissão.
Ou melhor, era.
Mínima ilustração, na verdade, gravura ou clichê feito em base de metal como as litogravuras e depois, impressos sobre papel. Esta é de um dicionário enciclopédico Luso-Brasileiro, e representa um "sobrecéu portátil sustentado por varas", definição para o verbete pálio que, realmente, eu nunca havia imaginado como sendo um abrigo significando céu particular, portátil, um sobrecéu.
Toda igreja deveria ter o seu pálio guardado e que devia ser "espanado" - pelas beatas pressurosas e cativas - para ser usado nas procissões dedicadas aos santos, aos santos que davam o nome às igrejas.
- Dia 22 é dia de Santa Rita, é melhor espanar logo o pálio!!!
- Eu não sei onde enfiaram o pálio, minha filha! Na sacristia não está.
- Misericórdia! Vamos perguntar pro padre.
- Procissão sem pálio nem pensar!
- Onde já se viu?
- Falta de respeito!
Hoje ainda se usa o pálio, mas a pompa das antigas procissões acabou, assim como aquela reverência, o respeito que inspirava a passagem do bispo e padres agrupados sob o pálio, sob o "sobrecéu".
Hoje, cada um que se sinta sobre o seu sobrecéu. Particular.
Portátil.
P.S. E na festa de Corpus Christi deste ano - 31 de maio - lá estava o pálio, o sobrecéu, abrigando o Santíssimo e o Arcebispo de Salvador, Dom Murilo Krieger.
A foto é de Margarida Neide, Jornal Massa.
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