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sábado, 12 de agosto de 2017

Dois Postais de Thereza Eugênia


 A Lagoa Rodrigo de Freitas e o Pão de Açúcar duas imagens já conhecidíssimas e super fotografadas da Cidade Maravilhosa, mas que se renovam sob o olhar poderoso e sensível da fotógrafa baiana/carioca, Thereza Eugênia, amiga de muitos anos.
Thereza é filha de Dadá, uma costureira de mão cheia aqui de Salvador que costurava para as mulheres da alta sociedade baiana. Ela entendia tudo de costura e de moda, conhecia o trabalho de todos os costureiros - amava Saint- Laurent. Meticulosa, perfeccionista, uma vez me disse que quando acabava de fazer um vestido caía exausta e que o momento de cortar a fazenda era o principal, o que exigia maior atenção, um erro ao passar a tesoura seria irremediável. Costura era inspiração e cálculo, matemática mesmo.
Costurava os vestidos na máquina que tinha desde mocinha com pedal e nunca se acostumou com o motor " difícil controlar o ponto".
Era uma mulher super bonita, vaidosa, sempre arrumada e usou sempre o mesmo corte de cabelo: batidinho na nuca. Olhos imensos azuis, como os de Thereza e Zezeca, outra filha.
 Bem humorada, mas intransigente em muitos aspectos, principalmente quando o assunto era moda que ela preferia sempre a clássica.
Quando ela faleceu, muitos vestidos que ela fez de corte e costura perfeitos, Zezeca me deu e eu doei ao Museu do Traje daqui de Salvador. Conservar tecido em casa é difícil e, afinal, obras de arte como eram os modelos de Dadá, merecem mesmo estar em um museu.






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