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sábado, 22 de julho de 2017

Um Casamento em Piracicaba


Ganhei essas fotos de um amigo que as comprou em um sebo aqui do centro de Salvador, ele achou a minha cara e me deu de presentinho. 
Mexendo nas velharias encontrei as fotos e hoje estou colocando aqui essas cenas de um enlace matrimonial em Piracicaba, cidade do interior de São Paulo
Como elas vieram parar aqui em Salvador, não sei.
As fotos são do casamento civil e do religioso. A noiva parece sempre estar tensa, nervosa por conta, creio eu, dos preparativos para a cerimônia. Para a mulher, casar dá mais trabalho, comprar tecido, escolher modelo, mandar costurar com uma boa costureira e mandar bordar o vestido por uma prendada das agulhas e linhas.
E se houve depois da cerimônia uma recepção na casa da noiva, esta deveria estar nos trinques, um primor para receber os convidados com os comes e bebes e, depois, cortar lindo o bolo em destaque  no centro da mesa. Com tudo isto a tensão da noiva vai a mil.
Para o homem, acho que o único problema é escolher o paletó em uma loja ou mandar fazer em um alfaiate. Tudo mais simples.
As fotos são um primor! Anos 40? 50? Por aí.
Atrás de todas as fotos um carimbo de uma loja que até hoje existe em Piracicaba (olhei no Google).
E depois do casamento, foram felizes para sempre o casal? Espero que sim. Tiveram muitos filhos? Muitas histórias que não saberei, mas não é isso o que importa. Importa este registro em fotografia que marca bem uma época, uma deliciosa época de romance culminando na cerimônia do casamento.






4 comentários:

  1. Jorge

    O Jorge que gosta de colecionar estas fotos antigas de desconhecidos, tem que ver o filme O vendedor de passados, de Lula Buarque de Hollanda, baseado no romance do luso-angolano José Águalusa. O filme fala de um homem que passa a vida em feiras de velharias e brechôs a comprar fotografias e filmes antigos, que já ninguém quer. Depois a partir deles, constrói passados para clientes, que querem começar uma vida de novo, como um homem que toda a vida foi gordo e esmagado por uma mãe protectora e que agora emagreceu, vai casar e quer um passado novinho em folha, com fotografias felizes, que faltaram à sua infância. Não perca o filme, o Jorge vai adorar.

    Um abraço

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  2. Que estória maravilhosa, não conhecia nem o autor e nem o filme. Vou procurar no Youtube.
    Bem, até agora eu não vi ou percebi nenhuma patologia na minha admiração e compra de fotos velhas, é só o aspecto estético mesmo e que descamba para o sociológico, mas sem maiores aprofundamentos, nada de coisas muito sérias por aqui.
    Uma vez vi em uma novela uma personagem que tinha várias fotos em cima de um móvel. Era os antepassados dela, "antepassados de brechó" pra dar um lastro nobre à maluca.
    Mas eu amo foto velha e de que nem sei quem são as pessoas, imagino as histórias e não acho nada mórbido este prazer que tenho.
    Já fucei o seu solar e vi os santos. Vou voltar lá para "arrastar" Santa Rita e Santo Antonio que são imagens lindas. E que tristeza aquilo lá, hem? Uma construção daquelas, verdadeira fortaleza acabar em ruínas. É muito triste. mais ainda bem que salvaram algumas coisas importantes da capela e as imagens.
    Um grande abraço.

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    1. Jorge

      Recordo-me perfeitamente da novela que fala, o Dancing Days. A personagem em causa era a Yolanda Prattini, interpretada magistralmente pela Joana Fomm. Aliás, a Joana Fomm consegue sempre tornar uma novela interessante, baste que tenha que fazer o papel de "bandida".

      Há muita gente que coleciona fotos antigas de desconhecidos. Há uns tempos vi num blog uma parede de uma sala inteirada revestida de fotografias antigas de estranhos e o resultado era insólito, mas ao mesmo tempo muito bonito.

      O blog velharias começou em parte pela necessidade de compilar e juntar as memórias do solar de outeiro Seco, essa casa senhorial do Norte de Portugal e hoje se encontra em ruínas.

      Um abraço de Lisboa

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  3. KKKK Yolanda Prattini, era ela!! Joana é magnífica atriz, tenho loucura pra ver um filme que ela fez nos anos 60 interpretando Dolores Duran, mas acho que nem tem cópia mais....Aqui é moda fazer uma parede inteira com fotos antigas e aquelas colorizadas, retocadas bem cafonas, mas eu não faria isto. Uma coisa ou outra, talvez.
    O seu solar era lindo, uma fortaleza que foi abaixo, impressionante. Aquela construção duraria séculos se conservada.
    Abraços e obrigado por lembrar o nome de Yolanda, "me lembrei do milagre, mas não me lembrei do santo."

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