O livro escrito por Darwin Brandão feito à partir de pesquisas sobre o tema comidas de origem africana e o hábito arraigado de de comê-las em toda à Bahia. O Sobe e Desce, na verdade, é um ensopadinho, um cozido mais simples. O giló é um dos legumes usados e entra como contraponto ao gosto adocicado da abóbora. Dá o tchan. Uma irmã mais velha de meu pai falava desse nome, mas, na minha casa da infância era ensopado, ensopadinho mesmo. Comia-se com arroz ou pirão feito do caldo. O molho de pimenta fresco na mesa. Era comida do dia-a-dia, sem salamaleque algum e feita durante às longas manhãs de antigamente. A carne era posta para cozinhar bem e, ao ficar mole, quase cozida, jogava-se os legumes e verduras.
Nas receitas que aqui estão a carne do boi e a de sertão, pelo visto, eram cozidas apenas uma vez. Haja dente. Sei que se cozinha antes, senão não há quem mastigue.
Fui ver no livro de Hildegardes Vianna as receitas com giló, o Sobe e Desce - Escaldado de Giló - está lá, assim como um Ensopado de Giló.
Minha mãe adora giló, sempre cozinha ele puro com temperos e come com qualquer comida, principalmente o feijão, aquele simples do meio da semana e faz também o giló frito, que eu adoro.
Aqui em Salvador de vez em quando eu encontrava o giló branco que nunca mais vi nas feiras. É uma delícia, é maior que o outro, não tem aquele amargo forte e tem muita massa. Frito ou no ensopado - no Sobe e Desce - kkkkkkk é uma delícia!!!
Delirando com o giló, nesses dias amargos, imaginei um arroz salteado com giló e alho fritos. Com macarrão também. Hum!!! Acho que pode ser bom. Vão descer bem.
(desenho de capa de Noguchi)
(ilustração de Lênio Braga)