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sexta-feira, 17 de maio de 2019
O Telefone e a Mentira
- Querida! Estou recebendo uns amigos aqui em casa... não posso me estender. Sim, é uma reuniãozinha pequena, na verdade um coquetel souper para 30 pessoas...sim, sim, estou usando o vestido da Casa Canadá que lhe descrevi...ficou muito bem...não estou podendo falar...querida...querida...você sabe como é que é, tenho que me dividir com todos, aliás, eu e o Rodrigo Otávio, meu marido. Tchauzinho, querida!
-Que chata, às 20 horas, eu dando uma passadinha rápida com o aspirador no meu boudoir e esta desocupada querendo bater papo! Ora, me faça uma garapa!
Nota: mulher que vestia Canadá não passava aspirador de pó. Nunca. Jamais.
Trin! Trin! Trin!
- Vou deixar tocar à vontade, já disse que não estaria em casa neste horário, aliás, nem tenho que dar satisfação dos meus hábitos noturnos para ninguém. Às 22 horas inicio o meu sono de beleza, minha cútis precisa estar repousada e fresca pela manhã. Sou uma mulher diurna.
Que gente cacete...o que querem falar depois das 22 horas pelo amor de deus??? Ora, me bata um abacate!
Propaganda de aparelho de telefone. Revista National Geographic, outubro de 1959.