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domingo, 24 de fevereiro de 2019

Barroquinha Zero Hora


Comprei recentemente um álbum de fotografias em que não há a  identificação das pessoas e nem o ano em que elas saíram no Barroquinha Zero Hora. As fotos não são de boa qualidade e também já estão muito desgastadas pelo tempo, pela umidade, mofo etc. Limpei, escaneei e elas aqui estão.
Fui ao Google para ver se havia alguma foto do antigo cordão carnavalesco, mas não achei imagem alguma, mas achei referências ao Barroquinha Zero Hora, sim. 
O Cordão saía à meia noite de sábado e era como se fosse a abertura oficial do carnaval baiano e isso durou muitos anos. Me lembro de ouvir falar da animação que era o Barroquinha Zero Hora, mas à meia noite nos anos 60 e início dos 70 neste horário eu já estava dormindo. Infelizmente não era mais velho para poder curtir aquela folia que começava à meia noite e só deveria acabar na manhã seguinte e tinha gente que a  partir da saída do Barroquinha Zero Hora emendava e só chagava em casa na quarta-feira de cinzas próxima.
O cordão, segundo apurei no Google parou de sair há mais de 30 anos e, acho, que saiu pela última vez nos anos 80. Seus integrantes e associados, suponho serem na sua grande maioria formado por moradores do próprio bairro, a Barroquinha, e adjacências, como Nazaré, Mouraria, Av. Sete - nessa época ainda com bastante residências, a Carlos Gomes, o Gravatá, a Independência, Desterro, Baixa dos Sapateiros, Saúde, Largo Dois de Julho, enfim, todos aqueles bairros que formavam e formam o centrão de Salvador. Mas, deveria ter pessoas que vinham de outros bairros, porque o Barroquinha Zero Hora era um acontecimento que marcava o início da folia, deveria ser animadíssimo, a bateria toda percussiva e com instrumentos de sopro deveria ser uma loucura de bom!
O Barroquinha Zero Hora era daqueles cordões em que o folião ficava protegido no interior por cordas que eram esticadas e guardadas por homens fortes que não deixavam entrar penetras. Lá dentro não havia como hoje o tal do "carro de apoio" com bebidas, banheiro etc. O folião se abaixava quando queria beber, passava por baixo da corda e voltava depois. Tudo tranquilo.
Como falei essas fotos estavam em um álbum já bem acabadinho, as fotos dentro de páginas protegidas por plástico o que as conservou, mas também produziu umidade. Mas, resistiram, ainda bem e ainda bem que o encontrei e o salvei do lixo fatal.
Em quase todas as fotos vemos uma moça vestida com a "mortalha" daquele ano que deveria ser bem colorida, com uns estampados meio "psicodélicos", a palavra "Dengo Dengo"e o nome da Bahia escritos e, o desenho de uma baiana na frente. Os homens usavam uma bata com manga comprida e, me parece, estavam vestidos com calça comprida, sinal de que o clima de Salvador já foi mais ameno. Na testa, "a moça das fotos" e todos usavam uma faixa com o nome Barroquinha Zero Hora em volta da cabeça (e todos os blocos e cordões da época os participantes usavam a tal faixa com o nome da sua agremiação).
O álbum eu acho que foi desta moça vestida com a sua boa mortalha - deveria ser feita de algodão, fresca, nada de tecido sintético - e que saiu naquele ano com a sua patota e foi munida ou pediu a algum fotógrafo de rua para registrar aquele momento de alegria dela no seu cordão do coração o Barroquinha Zero Hora.
Que bom que ela teve a feliz ideia de registrar à saída dela no cordão - suponho nos anos 70 - e que bom  que depois de tantos anos eu encontrasse esses registros e mesmo com a qualidade baixa das fotografias, poder "re-eternizar" aquele momento- "daquela moça foliã" agora, aqui no meu blog.
Um bom carnaval 2019 para todos.








sábado, 23 de fevereiro de 2019

Uma Visita ao Instituto Feminino da Bahia



No início do mês estive  no Instituto Feminino da Bahia, uma instituição muito especial que abriga em seu acervo de preciosidades, arte decorativa, arte sacra, um museu do traje e o de arte popular. Adoro ir lá, tudo sempre bem cuidado, organizadíssimo e limpo. Um lugar muito agradável de visitar.
Nessa nova visita, comprei uns postais do antigo Instituto Feminino e fiz umas poucas fotos que estou colocando aqui.



A porta do elevador. Podre de chique.


Uma das maiores atrações do Instituto Feminino sempre foi o seu acervo de arte popular, para vê-la todos iam lá e era passeio certo de muitos estudantes de colégios de Salvador e do interior. A estrela do acervo era o famoso casal de pulgas vestidos de noivos, prontos para o casório. Se formava uma fila enorme de visitantes que, através de uma lupa, visualizavam as pulguinhas elegantes. Era um barato. Nessa visita que fiz, perguntei pelas pulgas e me disseram que ela não estava em exposição...o que será que aconteceu com as pulguinhas????
Outros atrativos, o mobiliário, arte sacra - coleção de maquinetas e de Deus Menino do Monte feitos com recortes de papel laminado, asas de besouro, continhas coloridas, conchinhas, um espetáculo! criados pelas freiras do Convento dos Humildes de Santo Amaro da Purificação - arte decorativa em geral etc. Tudo nos trinques!
O acervo de arte popular ficou alguns anos sem receber visitação e, agora, voltou a reabrir ao público.
Um outro atrativo era um senhor que fazia o Pano da Costa, Seu Abdias Sacramento. Maravilhoso, educadíssimo, ele ficava lá sentadinho em uma cadeira no tear a tecer. Este senhor ficou anos no Instituto, era amigo de d. Henriqueta Catharino que o colocou lá trabalhando naquele ofício em que era, talvez, o único a fazer em Salvador naquela época. Isso eu lembro dos anos 70 em diante.
Me lembro, ainda nessa época, de vestuário diverso, roupas de baianas antigas e muitos vestidos de noivas em exposição em grandes vitrines, mas o Museu do Traje e do Têxtil como o conhecemos hoje, magnífico, é dos anos 2000 pra cá, não sei precisar a data da abertura.

Fiz somente essas três fotos do acervo de arte popular, que tem muitas peças e coisas inacreditáveis!



Mestre Abdias, Abdias Sacramento Nobre - 1910,1994. Fotos de Antônio Olavo.




Mestre Abdias em ação no tear.







Duas pinhas imensas de cerâmica vitrificada portuguesa ladeiam a entrada para um grande corredor.

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2019

Duas Capas de Livros de Somerset Maugham



Duas capas de livros de Somerset Maugham, edição brasileira para Globo, ambas de 1954. O primeiro livro é uma tradução conjunta de Juvenal Jacinto e de Gilberto Miranda e o segundo foi traduzido pelo meu, o seu, o nosso querido poeta Mario Quintana.
Infelizmente nos dois livros não está creditado o nome do ilustrador das capas, o motivo real de eu ter comprado os livros, escaneado os desenhos e colocados aqui no blog. É claro, é claro que amo Somerset Maugham de quem li As Três Mulheres de Antibes e, como todo mundo, O Fio da Navalha. A Carta, vi no cinema com Bette Davis.
Mas, será que lerei estes????? Meu pai adorava o autor, em minha casa era uma enxurrada de Somerset Maugham que escreveu muito e meu pai era um devorador de romances.
Por enquanto e agora, o interesse meu, aqui, são para estas capas lindas, de uma época em que as boas casas editoras contratavam excelentes desenhistas/ilustradores para produzirem capas chamativas que despertariam ainda mais o interesse do leitor pelos textos.


- Meu deus, serão verdadeiras as minhas pérolas ou serão de Maiorca??? Mas ele dizia que me amava... Não é possível que tenha me dado pérolas falsas!!! Ou então, estarei arruinada, oh!


Um Cavalheiro de Salão
Que delícia de título! Dá vontade de ler o livro, conhecer o cavalheiro e...o salão, evidentemente.


domingo, 17 de fevereiro de 2019

Brigitte Bardot e o Gato

Hoje é o Dia Internacional do Gato e todo dia é dia de BB, a protetora dos animais.

Foto de Walter Firmo

Senti firmeza completamente! Que foto deslumbrante, feita aqui em Salvador, acho, deste negro em seu trabalho no mar puxando a rede ou o barco e, em um equilíbrio perfeito! 
Salve este instante mágico captado pelo fotógrafo Walter Firmo.
A imagem pode ser de um antigo arrastão de pesca, nas praia de Armação, Boca do Rio, Piatã, será? - e, eu, a"arrastei" do Google.
Ainda cheguei a ver - passando de ônibus - essa cena de arrastão... era lindo! Mas, acabou. Naquela época, deste trabalho penoso e duro, ainda havia alguma poesia, os pescadores trabalhavam para eles mesmos e dividiam o peixe que vinha nas redes entre eles, para a família, e para vender.
Hoje a vida está duríssima e o mar não está para peixe!
Pelo segundo dia consecutivo encerro uma postagem com a metáfora "o mar não está para peixe".
Coisas do Brasil. Ai que bom se fosse coisas do amor.


sábado, 16 de fevereiro de 2019

Verbo Persignar-se






Nos dias atuais é necessário benzer-se muito, persignar-se e chamar pelos nossos santos de devoção, pois a maré não está para peixe.
A conjugação completa do verbo PERSIGNAR-SE está na Pequena Enciclopédia da Língua Portuguesa, Ed. Livros do Brasil, 1964.

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2019

Carmen Mayrink Veiga . Vogue . Março de 1997


Há algum tempo um rapaz me escreveu perguntando se eu não venderia para ele a minha Vogue Carmen e eu disse que não, que não me interessava. Me ofereceu 300 reais, um bom preço para uma velha revista, talvez se me oferecesse 300,000 e ela já estivesse na casa dele... Mas, é brincadeira, não quero me desfazer dela, comprei na época e guardo com carinho, como uma revista de "cabeceira", se bem que fica sempre guardadinha, na cabeceira e já estaria um trapo. 
Hoje eu me lembrei disso - do rapaz - e me perguntei, será que  até hoje ele não não viu a revista dedicada à Carmen??? Será??Então resolvi fotografar a revista toda, isto é, as partes da matéria com Carmen
Não sei se sou insaciável em relação a imagens de Carmen Mayrink Veiga que, na época, achei que a matéria poderia ser maior e com mais fotos. Mas, essa edição da Vogue/Carmen é perfeita, super bem feita, super bem cuidada e produzida, seleção de fotos maravilhosas e textos incríveis como o de Cony. Um luxo realmente, e Carmen apresentada espetacularmente em todas as fases da sua vida. Carmen foi  a mulher mais sensacional que já surgiu no Brasil e acho que no mundo também. E isto eu digo não só por ser admirador, um "fã", é uma constatação mesmo.
Depois dessa edição Vogue-Carmen Mayrink Veiga -, que foi só um "aperitivo" -  estou aguardando um grande livro, luxuoso, de umas 500 páginas no mínimo, de imagens de Carmen
Espero que seus herdeiros realizem isso.