segunda-feira, 15 de outubro de 2018

Silvana Mangano por Darcy Penteado


Reolhando os meus álbuns antigos achei este recorte de uma matéria sobre um portrait que o pintor Darcy Penteado havia feito de Silvana Mangano, a atriz mais refinada que o cinema já teve, a mais nobre, a mais classuda. Fui ao Google pesquisar alguma coisa sobre aquele evento, mas não há nada por lá, não existe fotos da Mangano pintada pelo brasileiro Darcy Penteado. Então, esta é mais uma novidade antiguinha que "lanço" aqui.
Darcy Penteado foi um artista de obra diversa, mas que era craque em fazer retratos, retratos de mulheres e homens famosos, gente de destaque na sociedade, artistas etc. O retrato de Odete Lara, a atriz mais chique do cinema brasileiro - a Mangano nossa - é lindo. Penteado tinha um traço bonito e elegante, mas tem muita coisa dele que acho cafona. Esse portrait de Silvana Mangano é realmente muito bonito, ele captou bem a elegância, o refinamento e a delicadeza da atriz.
Outros artistas plásticos brasileiros fizeram trabalhos semelhantes de desenho e pinturas e de temas parecidos ao de Darcy Penteado. Albery, foi um que também fez muito retrato de pessoas famosas, do "jet-set" kkkkkk e tinha um traço refinado, às vezes usava muitas cores. Nos anos 70 Albery alvançou fama internacional, era requisitadíssimo, vivia nas altas rodas. Também acho umas coisas de Albery tremendamente cafonas, mas gosto dele, fez muita coisa legal. O desenho de capa para um disco de Jorge Ben nos anos 70 é lindo. Infelizmente Albery morreu cedo.
Luís Jasmim foi outro pintor que no início da carreira e no seu auge nos anos 70 também se especializou em retratos de gente famosa e fez coisas deslumbrantes. A série que ele fez de desenhos com Tonia, Danuza, Marisa Urban e outras mulheres da época são deslumbrantes. Fez capas lindas de discos de BethâniaGal, Clara NunesMarília Medalha e retratou muitas mulheres do society brasileiro. Como Albery era uma febre entre as ricas dondocas. Ao final da carreira, o trabalho de Jasmim mudou completamente, usava muita cor e me parecia que ele tinha desaprendido a desenhar...me lembro de umas fotos de uma de suas últimas exposições e não entendi...perdeu o traço lindo que ele tinha e a aquela riqueza de imagens e de muitos detalhes que tinha os seus antigos trabalhos.
O baiano Adelson do Prado também foi um artista plástico que fez muita retrato de mulher bonita, Carmen Mayrink Veiga e Gal Costa ganharam dele trabalhos super bonitos. Mas Adelson tinha um trabalho bem diversificado, tinha uma coisa meio naif, trabalhava temas da cultura popular, não se concentrou naquela coisa do portrait
E é isso. Todos esses 4 artistas brasileiros já são falecidos, foram embora cedo. No Google tem muitas imagens das obras deles.


Esta matéria do encontro entre Darcy Penteado e Silvana Mangano saiu na revista Intervalo 2000, creio que em 1972. Nessa época eu comprei muito essa revista que havia mudado o lay-out, ficou maior e com o papel de melhor qualidade. Infelizmente guardei delas apenas recortes que colei nos álbuns.


8 comentários:

  1. Curioso é que o Darcy Penteado retratou a tríade da moda nacional: Dener, Clodovil e Guigui. O Dener foi o primeiro, Clodovil o copiou depois. Agora, porque de seu kkkkkkk depois de "Jet-set"??? O Albery costumava pintar um animal junto com o retratado. O Clodovil tem um retrato onde ele se encontra nu e há uma coruja em sua composição, não sei se é do Albery, mas é da época dele. Ficou esquecido depois ocorreu o seu suicídio. O Carmen do Jasmim acho que foi para o prego...não entendi o porque da família se desfazer dele.

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  2. Olá, querido! Não conheço os retratos dos 3 maiores da alta costura brasileira, vou ver se encontro imagens no Google. Eu acho Albery fantástico, era super talentoso e sabia "se vender", foi uma personalidade, criou um estilo próprio e foi amado pelo jet-set...era "bem" ter um Albery em casa, como ter um Darcy Penteado, queridíssimo na sociedade paulista, um Jasmim ou um Adelson. Os 4 eram muito bons!!! Jet-set era uma expressão muito usada nos anos 60 e 70 não vejo mais ninguém usando ou escrevendo essa expressão que é datada. Acho que a expressão grand monde, apesar de mais antiga, tipifica melhor a mistura de gente rica, realeza e artista de primeira linha - como a nossa querida Maria Félix - o jet-set internacional.
    Pois é, Albery e os outros teve aquela época de febre e depois ficam esquecidos...Carmen se desfez ainda em vida de tudo, só ficou com o Portinari. Não lembro do retrato dela feito por Jasmim...tenho uma foto de uma mulher da sociedade carioca retratada por Jasmim, mas não sei quem é. Vou jogar aqui no blog e vc, se souber, identifica pra gente.
    A coisa que eu mais queria "neste momento" era fazer a Veruska e dizer- como na cena de Blow-up:"eu estou em Paris".
    Um abraço e "força" para nós aguentarmos o que poderá vir por aí.

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  3. Lembro da Silvana Mangano em Morte em Veneza. Belíssima!!!. A coisa que eu mais queria "neste momento" era fazer a Veruska e dizer- como na cena de Blow-up:"eu estou em Paris".
    Um abraço e "força" para nós aguentarmos o que poderá vir por aí. São dois... o Brasil e muitos de nós brasileiros são uma perda de tempo!!!

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  4. Anônimo veneziano, um abraço no caos e na desesperança. Estejamos todos em Paris, amanhã, algum dia, quem sabe...
    Um abraço viscontiano.

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  5. É verdade, Silvana Magano foi daquelas mulheres cuja beleza era quase irreal e depois teve a sorte de trabalhar numa época em que o cinema italiano estava no seu apogeu.

    Um abraço

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  6. Concordo, Luís, Silvana Mangano era uma maravilhosa atriz, uma estrela e quando surgia em cena era sempre uma "aparição", e todos à volta dela, se não fossem bons, desapareciam. Mas isso nunca acontecia porque os elencos dos filmes em que trabalhou eram formados por atores e atrizes de primeira.
    Pois é, o cinema italiano nessa época, 60 e 70 tinha muitos diretores muito bons e atores idem. Hoje eu nem sei o que rola pela cinecittà.
    Abraços. Silvana ficaria perfeita em Karlsbad,seria o cenário perfeito para ela.

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    1. Jorge

      Achei muita graça ao seu comentário, afirmando que Silvana ficaria perfeita em Karlsbad. Tem toda a razão. A Silvana tinha um tipo que ficava assentava particularmente bem na "Belle Époque". Sabe que vi há pouco tempo um documentário sobre o Visconti e no filme "A Morte em Veneza", ele fez a Silvana Mangano usar vestidos iguais aos que a sua mãe usava, cerca de 1900. A mãe do Visconti era uma senhora judia, muito rica, bela e culta e claro, está, pela qual o filho nutria grande admiração.

      Um abraço

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  7. Olá, Luís, Silvana é perfeita, classuda e um tipo inacessível, não pisava no chão, não era uma comum mortal. Por isso a fixação de Visconti por tê-la nos seus elencos de filmes.
    Eu não vi o documentário, mas tenho até hoje uma biografia de Visconti que comprei no início dos anos 90. Nem lembro de mais nada e posso ler como coisa nova.
    Visconti era obsessivo, filmava uma mesma cena mil vezes...ele sabia de tudo, era o próprio diretor de arte dos filmes dele e filmava o mundo em que viveu, que conhecia bem, a aristocracia europeia.
    Tome uma água de Karlsbad na taça de seu amigo e encontre Visconti, a Mangano, a belle époque...kkkk tim tim.

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