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domingo, 3 de setembro de 2017

Considerações sobre a Amoda . Texto de Hildegardes Vianna


A postagem anterior  me levou a lembrar do antigo e desaparecido doce baiano a amoda, mas, para saber o que era a tal da amoda e como ela era feita, o melhor e mais acertado é recorrer a uma velha crônica da escritora baiana Hildegardes Vianna que escreve de cátedra sobre o assunto amoda e muitos outros mais. Aliás, costumes antigos do cotidiano baiano e a nossa culinária só com Hildegardes. Ela é insuperável, aliás, este livro dela - A Bahia Já Foi Assim - é um clássico da história e do folclore da baianos.
Então, para vocês, a velha crônica de Hildegardes Vianna e a saudosa Amoda.




Abaixo, a capa do livro de Hildegardes que sempre está a minha mão. Quando estou sem nada pra ler ou estou enjoado e quero me distrair e esquecer da vida e do triste cotidiano atual - não que a minha vida seja triste -, abro e releio as páginas do A Bahia Já Foi Assim e as crônicas com assuntos, coisas e casos da velha Bahia escritos por quem viveu velhos costumes e, também, teve a felicidade de ter como pai, o folclorista Antonio Vianna, que passou tudo o que sabia para a filha, Hildegardes, que acabou trilhando como escritora o caminho do pai.


Nina Horta . Rachel de Queiroz . Maria Eugênia



Crônica de Nina Horta para a Folha de São Paulo de agosto de 2000. Delícia de texto sobre a escritora Rachel de Queiroz e a história e a cozinha da "Não me Deixes" - KKK,  adoro, adoro esse nome! - a fazenda da escritora no Ceará.
Pra completar o prato, uma receita maravilhosa do livro de Rachel, "espécie de castanha-de-caju"e o linda ilustração de Maria Eugênia.


Que delícia, lembra a receita da amoda, doce de gengibre com rapadura e farinha de mesa que as baianas de acarajé - todas elas - vendiam nos tabuleiros cortado em quadradinhos ao lado do acarajé, o abará, a passarinha, o peixe frito, as cocadas. Era um sabor a mais. 
Hoje a amoda é história, há anos que não encontro para comprar. É uma delícia, aliás, era, já que a amoda, infelizmente, saiu de moda e caiu no esquecimento.
Uma vez eu fiz, mas, é claro, não saiu muito certo, não acertei o ponto que é nem muito mole e nem muito duro. Acho que botei farinha de guerra demais. Mas o gostinho ficou bom. Deu, ao menos, pra relembrar o sabor da antiquada amoda