terça-feira, 21 de junho de 2016

Uma Tarde Agradável . São Paulo em 1957

 Deve ter sido uma tarde muito agradável para estas mocinhas posar no alto de um arranha-céu em São Paulo, porém, posso imaginar alguma ter dito:
-Ai, estou tendo tontices! Fazer pose numa balaustrada a 30 andares do chão! Sinto-me desfalecer!!!!
O fotógrafo americano J.D.Barnell deve ter feitos vários "kodacs" até escolher por este que virou a capa da Seleções de outubro de 1957. Realmente, uma maravilha de foto.
-Apesar de estar inebriada com tanta beleza, estou com a cabeça nas nuvens!
-Acalmem-se garotas em breve vocês estarão nas bancas de todo o Brasil! 
- Sinto "virtigens"!!Mas a cidade de São Paulo é tão agradável...
-O senhor Barnell, apesar de nos colocarem em situação de vulnerabilidade, foi um encanto. Decididamente um gentleman!
-Um americano de truz!
-De escol, querida!
-De jaez, já disse! 


Comprei esta Seleções numa feira em BH. Estava no chão, abandonadinha, com manchas de água, folhas em ondas, mas, quando apurei a vista e vi esta capa, fui para as nuvens! Quando cheguei em Salvador, tratei de colocar a foto dentro de uma grossa enciclopédia para desamassar ( já virei catedrático em reciclo!).
Como eu gosto dos anos 50!!! 40 foi uma década séria - sem pano, sem fazenda, sem tecidos, sem roda, sem duas larguras, sem pano enfestado. 50 foi tudo o contrário. Muita fazenda! Da linha AAAAberta!
60 já vivi a minha infância, sei de cor e salteada.
Bem, delírios à parte e voltando à foto, ela é realmente linda, apesar de estragadinha- fiz uns retoques para os buracos não ficarem gritantes, mas é um arraso e pronto! Visto, nota 10!
Eis um típico quadro dos anos 50, uma cena de sol, de céu claro e o progresso no horizonte de São Paulo.
-Uma tontice!!!!
Estou tendo ânsias!
-Vou desmaiarxxx!



6 comentários:

  1. Caro Jorge

    Aqui em Lisboa, o meu pai assinou as Seleções durante décadas, de modo que conheço muitas das imagens que aqui vai mostrado.

    É curioso notar, que para muito portugueses que nesta época conheceram S. Paulo e os seus arranha céus, sentiram que a cidade era o cumprimento de uma espécie de novo mundo lusitano, moderno e arrojado e sentiram-se muito orgulhosos. Aliás, creio que São Paulo é a maior cidade do mundo de língua portuguesa.

    Esta imagem traduz bem esse orgulho que brasileiros e portugueses sentiam então por essa espécie de Nova Iorque lusitana.

    Um abraço

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  2. Olá, Luís! Fiz uma resposta tão longa que resolvi excluir. Bem, as Seleções tem um material fotográfico e de ilustrações muito bom. Tem coisas ótimas, mas os textos são maçantes demais.
    Meu avô era português - família Barosa - e veio com a mulher e três filhos para o Brasil na década de 10 do século passado e escolheu São Paulo pra recomeçar a vida. Lá, depois na Bahia e também no Rio de Janeiro trabalhou como vidraceiro.
    É isso. São Paulo foi um sonho para ele. Um sonho lusitano.
    Abraços.





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  3. Respostas
    1. Actualmente, não tenho pachorra para ler as seleções, mas em miúdo gostava de ler os nºs antigos dos anos 40 e 50, da colecção do meu pai.

      Tem que contar no blog história da sua família. Essas pequenas "estórias" tem um valor de testemunho histórico muito interessante para se perceber o que foram o Brasil e Portugal há 100 anos.

      Um abraço

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    2. Olá, Luís. Tenho fotos e documentos de meu bisavós, mas até o momento presente, ainda não tive disposição pra escrever sobre o que teria motivado a vinda deles para o Brasil. Só sei que a fábrica Barosa em Leiria existe até hoje.
      Fiquemos na Seleções!!!!!
      Abraços.

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