sábado, 13 de julho de 2013

Liteiras, Fiacres, Vitórias e etc....


Na primeira ilustração, em Paris, estou entrando em minha Liteira de Gala...Estava indo à Ópera, evidentemente! Na outra, estou indo a uma sessão de provas na modista... também em Paris, positivamente. A contramestra de costura estava nervosa nesse dia e me espetou várias vezes com os seus malditos alfinetes! Positivamente infame! Ordenei despedi-la imediatamente. Não tinha ido a Paris para ser perfurada por uma desajeitada auxiliar de Salão de Modas!




 Saudades do meu Tílburi, do meu velho Fiacre... de descer a ladeira de São Bento à toda brida na minha Vitória, de ir em vilegiatura para o Rio Vermelho em minha Carruagem de Viagem!!!! Realmente era muito agradável!!!
 E quantas saudades do meu cocheiro Tobias que nos serviu durante tantos anos, às vezes me conduzindo de liteira pela Escada Celestial, pela Preguiça e em outras escarpas infames dessa cidade maldita!
 Quantas vezes me arrisquei só pra comprar um retrós na Conceição da Praia, descendo a Gameleira, ouvindo muxoxos dos locais desvalidos da sorte e invejosos, muitas vezes despejando águas servidas no teto de nossa liteira e... Tobias ali, aguentando as ofensas e tendo de usar muitas vezes o seu chicote contra algum capadócio ou umazinha mais atrevida.
E eu, hirta no interior da minha liteira com as cortinas cerradas, evidentemente, a ouvir o bulício malicioso da plebe ignara.



 Gosto das seges...e dos bons segeiros, evidentemente.



E os índios atacando...tempo horrível, minha filha!!!
 Diligência é um porre! Uma poeira, uma ventania, positivamente desconfortável. Só usava para grandes distâncias, quando ia para a nossa propriedade em Santo Amaro do Ipitanga, enfrentando caminhos horríveis, desfiladeiros, cortando regatos e lamaçais . Nem é bom lembrar!

Abaixo um trecho do livro a Condessa Vesper de Aluísio Azevedo.


Amei a cúpula erguida! Com a violência da actualidade só temos andado com a cúpula abaixada... E que calor que faz, não é mesmo?

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